T h e B e a s t

By Thamhitsu

223K 20.7K 7.2K

O primeiro trabalho de Kara está longe de ser o dos seus sonhos, lutou com unhas e dentes para conseguir ingr... More

capítulo 1 -sacrifícios
capítulo 2
capítulo 3
capítulo 4
capítulo 5
capítulo 6
capítulo 7
capítulo 8
capítulo 9
capítulo 10
capítulo 11
capítulo 12
capítulo 13
capítulo 14
capítulo 15
capítulo 16
capítulo 17
capítulo 18
capítulo 19
capítulo 20
capítulo 21
capítulo 22
Remembering
capítulo 23 - First time
capítulo 24
capítulo 26
capítulo 27
capítulo 28
remembering part-2
capítulo 29 - Descoberta
capítulo 30
capítulo 31
capítulo 32
capítulo 33
remembering part-3
Capítulo 34 -It's not goodbye
capítulo 35 -part of us
capítulo 36 - to love oneself
remembering - last
capítulo 37
capítulo 38 - forever mine?
capítulo 39 - our little piece
capítulo 40 - Epílogo
não é capítulo c:
nova fic

capítulo 25

5.9K 481 289
By Thamhitsu

(Kara)

Pelos deuses… 

Eu estava completamente apaixonada por aquela mulher! Era loucura?. Era. Fazia pouco tempo que nos conhecíamos? Fazia. Eu era a sua empregada? Sim. Mas eu simplesmente não conseguia dominar o meu coração, ele batia selvagem no peito só de pensar nela, Então eu levantei a bandeira branca para aquela guerra acontecendo dentro de mim, da razão contra a emoção, e me rendi aos sentimentos.

Quando Lena precisou sair para o trabalho, eu pude ver nitidamente a nossa pequena bolha de perfeição e fantasia se estourando, A realidade deu um belo tapa na minha cara de boba e disse: “Acorda para a vida! Está achando que é uma princesa agora? Nada disso! Vai trabalhar mulher!” No entanto, como eu havia falado eu não buscava por um conto de fadas. Eu queria algo real, Mas bem que a nossa realidade poderia ser menos complicada, não é mesmo?

Engoli um pequeno caroço de desilusão que havia brotado na garganta e me preparei para a primeira tarefa do dia, Lavar os banheiros, Essa era uma das tarefas que eu mais odiava fazer. Mas fazer o quê? Era o meu trabalho...Além do mais, eu desentupia gratuitamente o ralo do box lá em casa desde que me entendo por gente.Não podia reclamar.

— Aqui está você! — Marta disse do umbral da porta, ajeitando os cabelos presos em um coque.Eu já estava retirando as luvas de látex e prestes a sair do cômodo quando ela apareceu.

— Desculpa, Marta. Estava chamando por mim? — Arranquei os fones de ouvido para escutá-la melhor,As batidas da música “love story” da Taylor Swift reverberaram pelo ambiente,senti meu rosto esquentar e abaixei o volume às pressas.Marta abriu um pequeno sorriso e assentiu antes de dizer:

— Já estou indo, querida. Mas antes de ir eu vim te lembrar que saco vazio não para em pé! — Pousou as mãos nos quadris e acenou com a cabeça para o corredor

— Vá almoçar, já passou da hora.

Soltei um riso baixo e caminhei até ela, deixando para me preocupar com o carrinho de limpeza depois.

— Obrigada! O que seria de mim se não fosse por você?

— Deixe disso, menina! — Se afastou, prendendo os lábios para não rir..

Eu estava ansiosa demais para sentir fome, mas tentei comer um pouco do nhoque à bolonhesa ao me lembrar das palavras de Lena.“Deixe-me te alimentar honey. Precisará de energia para mais tarde...” Por incrível que pareça eu estava mais nervosa do que na minha primeira vez.

Peguei o meu celular do bolso e comecei a digitar uma mensagem.Socorro! Aguardei pela resposta que não tardou em chegar.

O que aconteceu, sua louca?!
Fisguei o lábio inferior e soltei os meus dedos ágeis pelo teclado, enquanto isso a comida esfriava no prato em cima da bancada.

Ela me quer essa noite!

E isso é um problema, Kara???

Minha amiga respondeu quase que instantaneamente.

Eu não sei se consigo, amiga!

Ah não! Ainda está assada?

Soltei um riso esganiçado e me levantei da banqueta. Largando o almoço de vez para trás eu caminhei de um lado para o outro enquanto digitava.

Quando Lena me perguntou essa manhã se eu já tinha me recuperado ela não fazia ideia de como a situação lá embaixo estava antes,Eu precisei fazer compressas frias! Sim, eu passei saquinho com gelo na minha perseguida! Minha vontade era de ficar com as pernas abertas de frente ao ventilador, mas fui sensata e me contive em aplicar o creme calmante nas regiões externas. Fiquei cheirando a bumbum de bebê, mas felizmente surtiu efeito. Agora eu estava novinha em folha e pronta para outra...Bem, quase isso.

Não! Já estou bem.Mas não estou pronta!

O que raios aconteceu?!

Se ela esperava por uma explicação mais profunda eu a decepcionei.

Eu estou nervosa!

Miga, sua louca! Nervosa por quê?
Já provou daquela delícia. Conhece o menu principal e a sobremesa,E o melhor de tudo é que amou! Para que ter medo de repetir o prato?

Deixei o sorriso se expandir no rosto e revirei os olhos ao ler aquela mensagem.Parei de andar e fitei a tela do aparelho, tentando pensar em uma resposta, Como explicar o motivo da minha apreensão se nem eu mesma entendia ao certo?

É diferente, Lucy.Da outra vez foi algo do momento, aconteceu no embalo,Desta vez eu sei o que está para acontecer! Estou ansiosa!

Segurei o celular firmemente, esperando por palavras sábias da minha amiga.

Relaxa e goza.

Claramente eu estava enganada.

Estou falando sério!

E quem disse que eu não falei sério? Relaxa! Pare de pensar tanto. Quando chegar a hora tudo vai acontecer naturalmente, assim como foi da última vez. E daí é só aproveitar e gozar  ;-)

Tentei seguir o conselho da minha amiga, que por sinal era sábia sim, e passei o resto da tarde mais tranquila Mas tão logo o som do motor de um carro me alertou a chegada de Lena, meu coração saltou pela boca e meu sistema nervoso entrou em colapso,Meu corpo foi atraído até a ampla porta de vidro e lá eu a encontrei. Ela caminhava despreocupada com os braços acima da cabeça enquanto arrumava os cabelos em um coque, a observei ao longe, passeando meus olhos por todos os detalhes do seu corpo e assisti ao momento em que ela me viu. Seu rosto se iluminou em um sorriso manso e me vi entregue no mar sereno e cristalino do seu olhar. Tirei uma foto imaginária e a arquivei em um lugar especial da minha mente. Aquela imagem ficaria guardada para sempre em mim.

— Oi — disse em um sussurro, sentindo-me subitamente sem fôlego.Precisei elevar o queixo a fim de fitá-la tão de perto quando parou em minha frente, Lena se inclinou até seus lábios pairarem sobre os meus, sua respiração morna acariciava o meu rosto de forma suave. Inalei fundo o seu aroma mentolado e fechei as pálpebras à espera do contato.

— Nunca foi tão bom voltar para casa…

suspirou antes de colidir a sua boca na minha e me roubar o ar, Contornou os meus lábios com a sua língua e os abri convidativamente, Aquele era um beijo tranquilo e sem pressa, Desvendávamos  entre sopros, toques, cordas vocais e compassos do coração, Conduzíamos a nossa própria sinfonia, Só percebi que estávamos andando quando a senti sentar, puxando-me para montar em seu colo no sofá. Afundei os dentes de leve em seu lábio inferior antes de sugá-lo sonoramente, Sorri de encontro à sua boca ao ouvi-la gemer e senti-la apertar os meus quadris com mais força. Subiu as mãos pelo meu corpo, acalentando-me por cima do fino tecido da camiseta, Seus dedos faziam pequenas carícias circulares, arrancando-me arrepios de contentamento e suspiros desenfreados. Descolou os lábios dos meus, distribuindo pequenos beijos molhados em meu rosto antes de se abrigar em meu pescoço e me abraçar apertado, Quando ela falou a voz soou abafada e fez cócegas em minha pele.

— Oi honey

Ri roucamente e nos afastei a fim de fitá-la, e quando percebi as palavras já estavam saindo antes que eu pudesse contê-las.

— Senti a sua falta.

Observei em transe a sua expressão se modificar. O sorriso largo desvaneceu, e o maxilar se firmou. Resvalou a ponta da língua na linha entre os seus lábios enquanto mapeava meu rosto com intensidade, Os olhos chisparam com uma qualidade erótica e pude me enxergar através deles, Eles refletiam meu desejo, Então Lena se levantou num rompante, levando-me em seu colo em direção às escadas, Arfei em surpresa com o movimento inesperado, entrelaçando minhas pernas ao seu redor e me agarrando em sua nuca.

— Preciso de você — rosnou contra o meu ouvido, arrepiando-me toda.— agora!

Deixei-me ser levada de bom grado, eu queria tanto quanto ela. Mas, tão logo Lena subiu o primeiro lance de escada, fiquei tensa em seus braços.Percebendo a minha reação ela parou de se movimentar.

— Kara querida... — murmurou com voz contida — Eu preciso saber se você quer isso tanto quanto eu Ou... — soltou o ar trêmulo e me apertou contra o seu corpo firme

— ou então me pare agora antes que seja tarde demais. Eu não vou me controlar por muito mais tempo.

— Eu quero! — proferi em um ganido de desespero, com medo que ela parasse

— Mas podemos ir para o meu quarto, por favor? — perguntei em um sussurro, Ela afastou o rosto e me encarou com o cenho franzido.

— Claro honey. — Tentou buscar em minhas faces alguma resposta e não encontrou

— Mas por que não no meu?

Droga, eu não queria ter de admitir aquilo! Eu sabia que era algo bobo, mas me incomodava muito,As imagens simplesmente não sumiam do meu cérebro,Toda vez que via a sua cama king size eu enxergava as duas mulheres nuas ao seu redor e minha imaginação criava cenas sórdidas.Eu odiava aquela cama,Eu odiava saber que ela transou com incontáveis mulheres naquele colchão.

— Eu não me sentiria à vontade na sua cama. Baixei o olhar.

— Não consigo me esquecer daquele dia... Ela cerrou os olhos com força e rosnou, finalmente entendendo o meu motivo.

— oh! — Desceu rapidamente o degrau e atravessou a sala,adentrando o corredor que dava para a minha suíte

— Eu vou jogar aquele colchão fora.

— Não precisa fazer isso! — Balancei a cabeça e ri com a voracidade com a qual ela abriu a porta do meu cômodo com um chute. Parecia impaciente e um tanto agitada.

— Preciso sim — murmurou contra a minha boca enquanto me deitava de costas e se pressionava deliciosamente em cima de mim.

— Vou comprar tudo novo se quiser — disse entre beijos

— mas não me importo de ficar aqui
com você se preferir... a calei com a minha boca e a aconcheguei entre as minhas coxas.

Lena gemeu, resvalando seu volume com mais urgência no meu íntimo. Ainda estávamos vestidas,mas não por muito tempo,Logo ela se esticou, buscando pelo estoque de camisinhas no meu criado mudo e me despiu, Primeiro com os olhos. Depois com as mãos. Retribui sem jeito, arrancando a sua blusa para fora do corpo com as mãos trêmulas antes de desabotoar a calça social escura e a arrastar com os pés até seus tornozelos, Mapeei seus contornos com as pontas dos dedos, deleitando-me em sua solidez. Seus músculos se contraiam com cada toque e de sua garganta saíam murmúrios de prazer.

— Tão bela... — disse-me dentre tantas outras palavras balbuciadas.

Mergulhou a cabeça em meus seios e os sugou com vontade enquanto uma mão percorria meu baixo ventre, Com seus dedos Lena tocou a mais linda nota, levando-me ao ápice, No entanto, eu ansiava por mais, Ansiava por ela. Resgatei um dos pacotes laminados e o abri com os dentes. Ela me observou enquanto eu a cobria com cuidado, manejando o seu tamanho para baixo até chegar à base. Lena se empurrou contra a minha mão por impulso e gemeu, Então  finalmente a abriguei dentro de mim Perdi-me na cadência dos nossos corpos e me deixei ser levada pela correnteza de sensações sem medo. Fomos tomadas pelas ondas de prazer juntas e, quando voltamos à superfície ofegantes e embevecidos, já queríamos mergulhar novamente em nós duas.

— Aonde você vai? — perguntei, sentindo a falta do seu calor ao meu lado.

— Já volto. — Depositou um beijo em minha testa antes de se levantar.

— Vou pegar uma muda de roupa no meu closet e aproveitar para tomar um banho.
Assenti e me forcei a levantar da cama também, Já havia passado da hora da janta e precisávamos repor as energias.

Vesti uma camiseta longa e segui até a cozinha para esquentar a sobra do nhoque, Eu estava servindo dois pratos quando Lena apareceu. Uni as sobrancelhas ao notar que ela ainda não havia tomado banho, mas colocara uma calça moletom, Ela sorriu para mim com os olhos escuros e me puxou pelos quadris, colando minha bunda na sua ereção, Soltei um gritinho de surpresa e inclinei a cabeça para o lado, dando mais acesso para os seus lábios famintos por minha pele.

— Estou com fome, Kara — assoprou ao pé do ouvido.

— E-eu já co-coloquei o seu prato... — disse com dificuldade para raciocinar com ela me tocando daquele jeito.

— Não, honey. Estou com fome de você.

Bati de leve em sua coxa e me desvencilhei de suas mãos.

— Lena! — Virei para encará-la

— Por mais que eu queira, não aguentaria agora... Preciso de um descanso e de comida. ela fez um bico e se afastou de mim.

— Está certo, desculpa. — Andou até o balcão e se sentou, apoiando os cotovelos e segurando a cabeça ainda fazendo bico como uma criança.

— Não tem motivo para se desculpar. — Parei de pé ao seu lado e circundei seu tronco, beijando a sua nuca. Ela se girou, aprisionando-me em seus braços e pernas.

— Ah, honey...

No instante seguinte meus lábios foram devorados pelos dela, fazendo-me esquecer completamente o tom de pesar em sua voz.

[...]

A semana passou voando e me perguntei se isso não se devia ao fato de ela ter sido tão boa. Lena passou a dormir comigo na minha suíte e percebi que seus pesadelos na madrugada foram sumindo com o passar do tempo. Vez ou outra eu acordava ao som de seus gemidos de dor ou choro e aquilo partia o meu coração, Eu mantinha o cuidado para não acordá-la como da última vez, Ela buscava por mim ao seu lado e, tão logo sentia a minha presença aninhava-se em meu corpo e se acalmava até cair em um sono tranquilo. No entanto, ontem ela não teve nenhum episódio e acordei surpresa ao encontrá-la me observando enquanto dormia nesta manhã. Achei aquilo tão fofo e ao mesmo tempo apavorante! E seu eu estivesse dormindo de boca aberta? E se eu tivesse babado no travesseiro? De qualquer forma, o modo suave como ela contornava as linhas do meu rosto com aqueles olhos cristalinos dissipou os meus medos.

— Bom dia, bela adormecida. — disse com um leve sorriso despontando nos lábios.

— Bom dia... — Tapei a boca com o lençol ao falar, o que fez com que ela soltasse uma risada gostosa. Não era a primeira vez que eu escondia o hálito matinal dela.Como eu disse, não vivíamos em um conto de fadas. As pessoas reais acordavam com bafo! Comprimi os lábios e a beijei brevemente enquanto prendia a respiração, mas quando tentei me afastar ela me prendeu em seus braços e iniciou um beijo de verdade.

— Eu não ligo para isso... — sussurrou ao quebrar o contato dos nossos lábios e enterrar o rosto em meus cabelos desgrenhados.

— Mas eu ligo — resmunguei. Porém, o meu sorriso bobo se fez ouvir,contestando minhas palavras. O som do meu celular tocando me arrancou da letargia. Arrastei-me para fora da cama, lutando para me soltar dos braços de Lena que não facilitava minha tarefa.

— Alô? — atendi sem conferir o número, como sempre.

— Kara, você está a caminho? — Lucy perguntou e me preocupei com a seriedade em sua voz. Já era sábado e eu deveria voltar para casa naquela manhã, mas eu tinha a sensação de que havia perdido a hora.

— Ainda não, por quê? Aconteceu alguma coisa? Pela visão periférica eu vi a Lena se levantar e caminhar até mim.

— É a sua mãe. Estou levando ela para o hospital agora, a sua irmã está aqui em casa com a minha mãe, mas ela precisa sair para o trabalho em menos de uma hora…

— Pelos deuses! Pelos deuses! — Virei de supetão e colidi com Lena. Ela me segurou pelos ombros e passou a esfregar os meus braços tentando me acalmar

— Eu já estou indo!

— Tudo bem, preciso ir pois o táxi chegou!

— O-obrigada por levar ela, amiga. Eu vou reembolsar o valor do táxi e tudo  mais,Tchau. Desliguei, quase deixando o aparelho cair de tanto que eu tremia.

— Preciso ir embora.
Corri até o armário, vestindo a primeira roupa que encontrei na frente.

— Calma, Kara. O que aconteceu?
Neguei com a cabeça, sentindo lágrimas escorrerem pelos cantos dos olhos.

— A minha mãe está sendo levada para o hospital. — Sequei o rosto com as costas das mãos e avancei até o canto onde estavam as minhas sapatilhas.

— Vou te levar até lá.

— Não precisa... — falei já me arrependendo. Se eu esperasse pelo táxi eu levaria tempo demais e atrasaria a mãe da Lucy.

— Eu te levo, Kara. Mas antes preciso que se acalme, tome um café e me dê um minuto para me arrumar, Assenti sem pensar muito em fazer o contrário, Corri até o banheiro para dar um jeito no meu aspecto desalinhado e segui até a cozinha para preparar um café expresso. Não tínhamos tempo para algo mais substancial do que aquilo.

Em dez minutos já estávamos no carro, eu fiquei em silêncio durante o trajeto, preocupada demais para conversar ou até mesmo explicar a situação, Meu estômago estava embrulhado e agradeci por não ter comido muito.

— Para qual hospital ela foi Kara? — perguntou

— Hospital Municipal  — disse estalando os dedos.

— Ok, se eu acelerar consigo chegar em uma hora. Meneei a cabeça, mas então me lembrei de lexi e passei a negar.

— Não, não. Preciso ver lexi primeiro! Lena, preciso que me leve até a casa da minha vizinha, Virei no assento do passageiro e encontrei Lena com uma expressão sombria, Ela estava com o maxilar trincado, as narinas dilatadas e os nós dos dedos esbranquiçados de tanto que apertava com força o volante.

— Então é por isso que não queria que eu a trouxesse? Porque vai se encontrar com Lexi sua vizinha? — proferiu com o tom de voz baixo e sinistro. Levei um tempo para entender do que ela estava se referindo

.— Quê?!
Então como um estalo eu percebi uma coisa. Eu nunca disse que lexi era a minha irmãzinha,Lena estava com ciúmes!

— Lena... — Engasguei-me em um riso e precisei tossir para continuar

— lexi é minha irmã! Ela tem apenas cinco anos e preciso buscá-la antes que a minha vizinha saia para o trabalho.

— Você tem uma irmã? — Ela desviou os olhos da estrada e me lançou um olhar surpreso — De cinco anos?

— Sim. — Voltei a rir, sentindo um pouco da tensão e melancolia se dissiparem

— Ela é muito esperta para a idade, você vai amar ela.

— cinco anos... — sussurrou.
Assisti o seu sorriso nos lábios suavizar e o seu olhar se perder no horizonte. Então depois de alguns segundos ela quebrou o próprio silêncio ao dizer:

— Aposto que sim, Kara. Sendo sua irmã eu já gosto muito dela.

Informei o meu endereço a Lena que o colocou no GPS e seguiu suas orientações, evitando assim engarrafamentos para os quais não tínhamos tempo. Graças aos deuses, não tivemos nenhum contratempo e logo estávamos estacionando na calçada de casa,Ela abriu a porta para mim, segurando minha mão como uma cavalheira,Murmurei um agradecimento e resvalei meus lábios nos dela antes de tocar a campainha.

— Já vai! — a Sra Lane gritou do outro lado. Ela apareceu esbaforida, ajeitando os sapatos pretos nos pés e alisando os cabelos escuros.

— Que bom que chegou! Preciso sair agora ou então descontam do meu salário. Engoli um caroço que brotou na garganta e forcei um sorriso. Odiava ser inconveniente.

— Desculpe demorar tanto, e obrigada por ficar de olho na minha irmã.

Ela gesticulou com as mãos, finalmente levantando os olhos dos próprios sapatos para mim e então para a figura que estava parada ao meu lado. A Sra Lane arregalou os olhos e soltou o ar dos pulmões tão logo viu a Lena.

— Nossa senhora ... — sussurrou baixinho, mas eu estava muito próxima e consegui ouvir.

— Prazer em conhecê-la,. — Lena acenou rapidamente e começou a esticar a mão para cumprimentá-la melhor, mas foi interrompida por uma pessoinha.

— kaah! — lexi correu até a porta, quase derrubando a mulher à minha frente ao esbarrar nela para pular em cima de mim.

Lena deu um passo para trás e me segurou quando perdi a firmeza dos pés tentando levantar lexi no colo Minha irmã às vezes esquecia que já não era tão pequena como antigamente. Principalmente quando ela estava triste e precisava de um dengo. Escondeu o rosto no meu pescoço e ficou grudadinha em mim.

— Ela não quis comer o café da manhã. Espero que com você ela tome jeito. — Ela disse já passando a chave na porta e nos levando até o portão. Agradeci novamente antes de ela sumir apressada pela rua, Lena acariciou as minhas costas e me virei para ela, encontrando-a com o cenho franzido. Mas logo sua expressão se abriu em um sorriso.

— Então quer dizer que você é a famosa lexi? — disse divertida, chamando atenção da minha irmã que se afastou para olhá-la curiosa, Percebendo que tínhamos companhia, Ela se remexeu em meu colo querendo voltar para o chão, Assim que estava totalmente livre ela foi levantando a cabeça até finalmente encarar Lena nos olhos.

— Caramba, você é bonita! — levantou as sobrancelhas admirada. Lena estremeceu em um pequeno riso e se dobrou ao meio até conseguir fazer um leve cafuné em lexi.

— Você também! é muito linda princesa.

— Você acha mesmo? — abriu um sorriso de orelha a orelha e então me
olhou.

— é claro q sim!

— kah, posso deixar meu cabelo preto igual dessa moça?

— Essa moça se chama Lena. — Apertei a ponta do seu nariz e ela pareceu se envergonhar com a sua falta de educação.

— E nem pensar mocinha nada de pintar o cabelo.

— Desculpa. Eu não sabia o nome da senhora— sussurrou.

— Sem problemas princesa, pode me chamar do que quiser, menos de senhora. Não me importo.

— tá bom tia Lena.

— então o que acha de buscarmos a sua mãe e sua amiga e de lá do hospital irmos almoçar? Fisguei o lábio inferior prendendo o sorriso nervoso e assenti. Por que eu estava nervosa? Ah, sei lá… Talvez porque ela conheceria a minha mãe e a minha melhor amiga?

— A gente pode comer hambúrguer?
Olhei para lexi através do retrovisor e balancei a cabeça.

— Melhor não, meu amor.
Percebi Lena me observar de canto de olho quando chamei lexi de “meu amor”, e meu coração deu um salto com a esperança que encontrei em seu olhar.

Chegamos em menos de quinze minutos no hospital e encontramos a Lucy na área de espera na recepção.

— Como ela está? — Foi a primeira coisa que disse ao chegar até ela.

— Amiga, está tudo bem agora. Ela acordou com muita dor hoje e por isso a trouxe para cá. O médico achou melhor ajustar a dosagem do medicamento que ela toma. Aqui está a receita para o tratamento. Retirou o papel da bolsa e me entregou.

— Obrigada... — disse enquanto tentava entender a letra garranchada do médico. Aquilo me lembrou de como eu havia prometido para mim mesma de que quando me tornasse médica eu tomaria cuidado para escrever de forma legível.

— Onde ela está? — Voltei minha atenção para Lucy e notei o exato momento em que ela percebeu a mulher atrás de mim.

— Hã... — Piscou várias vezes antes de me olhar de novo — Ela está sendo medicada, logo devem liberar ela.

Eu sabia que artrite reumatoide não tinha cura e que era provável mamãe ter recaídas e pioras. O tratamento consistia em um DMARD sintético impedindo a progressão da doença, mas, como eu disse, não curava. Respirei aliviada por saber que mamãe já estava sendo medicada e então percebi a Lucy inclinando a cabeça sutilmente em direção a Lena.

— Ah, é! Lena, essa é a minha amiga Lucy. Lucy essa é Lena minha... — Empaquei nas palavras. Como eu iria apresentá-la? Graças aos deuses a minha amiga me interrompeu, salvando-me de propósito.

— Que mulherão! — exclamou sorrindo e apertou a mão dela com vigor.

rimos alto o suficiente para chamar a atenção das pessoas ao nosso redor. Quando por fim mamãe foi liberada eu a apresentei a Lena. Ela parecia envergonhada por tê-la conhecido em tal situação, mas ela usou de seu charme e a deixou à vontade, Ela sabia como conquistar as pessoas e usava aquilo ao seu favor.

Lena nos levou para almoçar em um restaurante onde também serviam hambúrguer para o deleite de lexi, e quando chegou a hora da despedida, eu senti o meu coração se dividir ao meio. Eu estava aliviada por finalmente poder ficar com minha família, mas eu já sentia saudades dos momentos ao seu lado.

Segunda parecia estar a uma eternidade de distância...

Continue Reading

You'll Also Like

2.8K 111 6
This is basically a joke but here Jay is on his phone and then bumps into someone named Nagito.. They both blush and wonder... "Damn I need them to m...
2.1M 107K 62
↳ ❝ [ INSANITY ] ❞ ━ yandere alastor x fem! reader ┕ 𝐈𝐧 𝐰𝐡𝐢𝐜𝐡, (y/n) dies and for some strange reason, reincarnates as a ...
19.1K 193 39
Hi so this is my first time writing a fanfic, so sorry if it bad 😓😅 and uh yes in the book you guys are 17 or 16 And i do not own the characters or...
36.3K 454 16
A collection of hamilton characters x reader imagines