O início do sonho

By BiaCout

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(Continuação do livro Sonho Realizado) Como um sonho começa? Ele não surge simplesmente mas quando se sonha m... More

Prólogo
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Pausa

Capítulo 27

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By BiaCout

Viver de brigas, ver agressões tanto verbais tanto físicas entre os pais era tudo que Antonio não queria para a sua filha. Assim fez o que achou justo, junto suas roupas em duas malas e verificou se sua antiga casa já estava alugada. Como não estava, foi para o trabalho com as malas no carro e deixou um bilhete para Janete ao sair de casa. Não a deixaria assumir as despesas da casa, suas aulas particulares não conseguiriam manter a casa.

Com o sentimento de fracasso chegou ao escritório com os ombros caídos, a secretaria lhe olhou estranhando a sua postura porém era discreta demais para perguntar. Entrou em sua sala e colocou a cabeça nas mãos com os cotovelos apoiados na mesa, ele prometera que a faria feliz mas não sabia que ela descobriria tudo ou alguém demorou para contar.

Pegou o telefone e ligou o computador em sua mesa, o sistema Bios deixava a tela preta com letra verdes, não havia arte. As pastas espalhadas pela mesa para atualizar as informações no banco de dados e uma caneca de café que chegou após ele se sentar. Esperou os toque do telefone.

- Alô - a voz de Bruno foi um acalanto. Ele respirou fundo.

- Ela descobriu todas as traições. Vou para minha antiga casa...

- Caraca bro. O que posso fazer por fazer? - Bruno era um bom amigo, já estava com a carteira na mão para sair do trabalho.

- Nada. Agora nada - pareciam que os ombros pesaram mais. - Se quiser aparecer lá em casa depois. Eu agradeço.

- Estarei lá. Mas foi Cacau não é? Ela quem contou para Nete?

- Tive essa mesma impressão, porém contra fatos não tem argumento. Só não sei porque demorou tanto para contar? - os olhos insistiam em marejar, porém Antonio resistia e segurava as lágrimas onde estavam. O soluço foi involuntário.

- Está sofrendo não é Tonho? - Bruno suspirou do outro lado. Sabia que o amigo não iria chorar em seu trabalho mas aquilo aliviada o peito.

- Claro. Eu gosto de Janete, tenho um respiro enorme por ela. Pela mulher que ela se tornou e a força que mostrou. Acredito que isso seja o suficiente para um casamento...

- É mais que alguns casais tem por aí. Mas Nete não era do babado, você nunca conseguiria levá-la para o outro lado. - A carteira foi deixada de lado e deu espaço para caneta que anotou o que ele deveria fazer depois. Apoiou o telefone no ombro e deixou o bilhete perto do telefone.

- Isso bro! Nunca alterei a voz para ela e você sabe que eu não nunca levantei a mão para uma mulher. As brigas dos nossos vizinhos eram horríveis. - Antonio bateu a mão na mesa. Não podia deixar assim, mas teria que dar tempo a Janete. - Vou trabalhar aqui, depois nos falamos.

Desligou o telefone, voltou a atenção para suas tarefas. A janela anunciava que o dia não teria um sol brilhante, estava morno como a sua vida. Tirou o paletó, dobrou as mãos e começou a digitar. Não queria ver o tempo passar, porém toda vez que olhava no relógio parecia que ele estava parado e seu pensamento em Janete.

Não demorou muito para outra ligação chegar, o telefone tocou tirando de sua tentativa de trabalho. A voz lhe causou arrepios.

- Vamos almoçar juntos. Passo aí e...

- Não estou com cabeça broto.

- Não me interessa, vou passar aí.

Quando Marina desligou olhou para sua casa vazia e desejou que o seu plano desse certo. Antonio seria um bom pai, amava aquela coisinha. Ela sabia disso! Tirando Janete de jogada, eles formariam uma família feliz. É com o seu dinheiro a menina teria toda a educação e mimo possíveis. Também ficaria com ela, quando ele fosse trabalhar. Marina a ensinaria a ser forte e guerreira, e não uma franguinha igual a mãe. Mas por culpa é incompetência de Jorge não estava com o homem que era obssecada do lado.

Ele estava preso, merecia esse tempo sofredor para aprender que a cabeça vem acima do peito porque a razão vem antes do coração. No caso dele a ordem! Quando precisasse dele de novo soltaria com mais um favor em sua conta, não era a toa que ele assumia os serviços pesados e de risco. Jorge lhe devia muito!

....

Antonio sabia que não poderia discutir com a loira, ela almoçaria com ele nem que fosse amarrado na cadeira. Porém Antonio não sabia se devia lhe contar o que aconteceu, melhor seria deixar a poeira abaixar e tomar a melhor decisão para Joana. Passou as mãos pelos cabelos e respirou fundo, poderia ter uma desculpa para Marina mas estava cansando demais para pensar.

Não sabia que seria torturante não ter o corpo de sua esposa ao seu lado na cama, também pensar que todas as suas noites seriam dessa forma fazia o seu coração pesar.

Será que estava amando Janete? Será que não estava admitindo para si mesmo que o amor chegou? Apenas de uma coisa ele tinha certeza, o seu corpo não correspondia ao seu comando ainda mais se tratando de Marina. Parecia ter vontade própria. E quando a cabeça não pensa o corpo padece, ele estava sentindo isso em seu coração. Não sabia que Janete lhe era tão importante assim.

O toque na porta fez com que ele levantasse a cabeça e ve-la ali o deixava mais cabisbaixo. O sorriso dela era tão cínico que ele estava com o nojo. Verificou onde parou com os dados e se deu conta que avançou demais porém sem ter percebido. Teria que revisar todo o trabalho antes de fechar o dia, tarefa que não seria um problema já que não tinha hora para voltar para casa. Pegou o paletó da cadeira e o vestiu antes que o salto começasse a bater no chão com impaciência.

O almoço fora agradável para ela, enquanto falava pelos cotovelos, ele pensava em Janete.

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