Prólogo

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Março de 2018

— Esse cheiro está muito bom - Ana elogiou Cleuza pelo assado que estava no forno.

— Concordo - João chegou por trás e lhe beijou o pescoço, acariciando a barriga que estava crescendo. - Está com fome?

— Sempre estou não é? - ela beijou sua boca.

— Verdade, terei que ganhar o dobro para alimentar essa boquinha que está vindo.

— Deixa de ser bobo, João. Sabe que o bebê não come tanto assim.

— Sei. Cleuza pelo amor de Deus, dê comida a ela!

— Seu João, ela provou o arroz e a farofa. Além de beliscar o bolo de atum. E Matheus também já passou por aqui. - informou Cleuza, insatisfeita de não estar cozinha de costume.

— Deixa eles, tem comida para comer. - Antônio entrou na cozinha vestindo a calça jeans e camisa regata branca. - Sua irmã já chegou, vamos?

— Sim. Você vem Ana? - olhando para ela, João viu o pedaço do bolo de atum com um copo de refrigerante. - Você vai engordar.

— Emagreço na amamentação, agora vá com o seu pai. Ficarei mais um pouco aqui.

Cleuza e João riram cúmplices. Uma coisa era certa, Ana comeria até passar mal, afinal o cardápio ela quem escolheu. Acompanhado de Antônio, João chegou na sala do apartamento para receber Joana. A sala branca e ampla deixava o ambiente aconchegante com a mesa de centro e de canto, além da televisão cinquenta polegadas na parede, na qual Matheus via desenho.

— Oi irmão! - Joana abraçou João com Leandro logo atrás. - Cadê meu sobrinho preferido?

— Você terá que parar com isso Jô. - brincou ao ver o menino recebendo carinho e o chocolate.

— Já abriu os ovos lindo? - Joana perguntou. - Eu não preciso parar, você será pai de menina. Todos os ex galinhas são!

— Ainda não - falou Matheus apertando a mão de Leandro, sem soltar o ovo de Páscoa enorme que recebera.

— Não fale assim com o seu irmão.

— Feliz Páscoa, pai. - Joana lhe deu a caixa de bombons. Andou pela sala e viu a foto do casamento de seus pais. Sua mãe estava linda vestida de noiva e sua semelhança com ela era evidente.

— Linda não é?

— Demais.

As lembranças vieram para os três. Para Antônio com arrependimento por tê-la feito sofrer. Esperando que esteja bem. João se aproximou e falou baixinho.

— Foi por causa dela, não foi?

— O quê? - Antônio não entendeu.

— Que me apresentou Ana.

— Você ainda não entendeu? João, não sabia que era burro assim! - Antônio riu da expressão do seu filho.

— Não precisa esculachar não é?

Naquele momento todos da sala estavam rindo e os pensamentos de Antônio voaram para anos atrás.

O início do sonhoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora