Capítulo 2

220 52 229
                                    

— Eu não aguento mais - falou Bruno segurando a barriga de tanto rir. - Fala de novo, para eu ver se eu entendi.

— Eu vou me casar com Janete - Antônio revirou os olhos, ao ouvir outra gargalhada do amigo de faculdade.

Bruno sempre fora o seu braço direito, estava ao seu lado quando saiu da casa do pais e começou o emprego. Moreno, de olhos pretos e magro, comparado a Antônio, sempre tinha uma palavra amiga, porém dessa vez, não parava de rir do amigo.

— Se ferrou de verde e amarelo, Tonho! - outra risada veio.

Antônio passou por trás dele e lhe deu um tapa na cabeça, mesmo assim não parava de rir. Boêmio como Antônio, sua garra e fama era lendária no Campus da faculdade. Boa parte do que Antônio fazia aprendera com ele, mas esse fazia escondido, por isso Janete aceitou o namoro. Ninguém sabia da metade do ele fazia.

— Pode parar. Você não está ajudando... - Antônio lhe deu uma cerveja enquanto na televisão passava o jogo de futebol, daquele domingo. Era sagrado verem juntos.

— Calma rapá, eu posso te ajudar. -  Bruno parou para respirar.

— Como? Ela está grávida! Grávida, Bruno. Não sei como isso aconteceu...

— Se não sabe, então você não é o pai - Bruno bebeu um gole da cerveja no gargalhou da garrafa de vidro.

— Vai te catar! Você entendeu o que eu disse. - Antônio irritado por ser motivo de riso, explodiu.

— Claro, Brô! Eu entendi. Mas agora que aconteceu não tem jeito. Terá que casar! - o time do coração fez um gol, fazendo os dois darem um pulo do sofá e baterem as mãos no ar.

— E se você me desse aquele chá? Aquele que sua tia faz.

— Janete não vai tomar. Carola do jeito que é, nem adianta você tentar. - eles sentaram novamente vendo o jogo desenrolar. - Se fosse o broto, ela tomaria.

— Nem me fale em Marina. Falei com ela e ela me desafiou. - Antônio passou a mão na cabeça.

— Imagino, aquela é osso duro de roer. Ela te desafiou a quê?

— A ser fiel.

Bruno não aguentou e dessa vez rolou no chão de tanto rir. Aquela era uma situação que ele queria ver, Antônio sendo fiel a Janete. Com suas aventuras frescas na mente, lembrava que Antônio não ficou nem seis meses fiel a namorada. Ainda não entendia porque ele a escolhera mas já que estavam juntos, respeitava a menina, mesmo sendo linda demais para o seu amigo e não merecer metade do que ele faria.

— Agora Tonho, não posso te defender. E estou do lado dela, farei uma aposta.

— Que tipo de aposta?

— Quanto tempo você vai conseguir se manter fiel. - Bruno segurou o ombro do amigo e gargalhou mais uma vez.

....

O jantar fora marcado para aquela sexta, às oito da noite, por a hora da janta. Antônio falará ao seu amigo que não poderia sair porque perdida a mão de Janete ao Seu Pedro. Após ouvir mais uma gargalhada e ser motivo de chacota para os colegas de farra, ele passou na joalheria com o dinheiro que pegara no banco.

Esperava ser o suficiente para comprar um anel adequado, mas os preços eram um absurdo. Mesmo assim, optou por um com uma pequena pedra de brilhante em cima do dourado. Singelo e simples, parecido com a Janete.

Riu ao ver a moça embalando a caixinha vermelha de veludo, depois dela suspirar. Aquela era uma conhecida da noite e vê-lo ali foi uma surpresa, vendo a compra ela se assustou. Mas assentiu.

O início do sonhoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora