O início do sonho

By BiaCout

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(Continuação do livro Sonho Realizado) Como um sonho começa? Ele não surge simplesmente mas quando se sonha m... More

Prólogo
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Pausa

Capítulo 11

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By BiaCout

Junho de 1982

A noite iniciou a corrida. Janete começara a sentir as dores do parto de manhã naquela quinta feira e a noite não aguentava mais. A espera pelo marido chegar apenas serviu para a ansiedade aumentar, mesmo com Cláudia e Julita falando para irem ao hospital Janete não saía do lugar.

Porém naquele dia, justamente naquela noite Antônio se atrasou para o jantar. Pelas dores e pela demora do marido decidiu seguir para o hospital. Chegando lá foi logo encaminhada para uma sala de parto e sua obstetra acionada, assim que médica chegou foi ao quarto ver a paciente e lhe deixar tranquila.

— Chegou o grande dia - sorriu a Janete que já estava com o roupão do hospital. Cumprimentou as duas acompanhantes.

— Doutora Deise, está doendo muito - Janete mal conseguia e o suor molhava seu corpo todo. - Quero o meu marido aqui!

— Ele logo chegará. Já deixei o recado com a secretária da empresa. - Julita respondeu preocupada, secando sua testa.

— Pois bem, vamos lá. O bebê está saudável e você também. Não poderei esperar por ele. - Deise, de cabelo curto e crespos, fazia jus ao jaleco que usava. Era eficiente e excelente profissional, acompanhou Janete desde o primeiro momento.

— Cacau, ligue para Antônio de novo. Por favor! - o aperto na mão da amiga a fez gemer de dor. Nunca imaginara que Janete era tão forte, mas devido a dor sentiu sua potência.

— Pode deixar. Vou agora mesmo! Agora se concentre em minha afilhada, certo? - Janete assentiu e viu Cláudia sair do quarto.

O que impedia a Janete dar a luz era exatamente a ausência de Antônio. A dor era o seu corpo se preparando para o parto, o quadril esperando aquele serviço e a bebê forçando a saída. Julita segurava a mão da filha enquanto colocavam suas pernas cada uma em uma base, um pano em seu quadril e a visão de sua entrada, apenas para a doutora e enfermeiras.

Estava chegando a hora e Antônio não aparecia. Queria que ele estivesse ali para ajudá-la, para ver a sua filha e ser o primeiro a segurar. Pelo jeito,  aquilo teria que esperar.

Descobriram o sexo do bebê na ultrassonografia de seis meses de gestação, a pedido da médica. Naquele momento ficaram maravilhados e Antônio preocupado. Arrumaram o quarto com enfeites infantis mas ele já procurava outra casa para se mudarem e estava tendo sucesso em sua investida.

A demora fora justamente por isso. A corretora o levara para ver outra casa naquela noite, após o trabalho. Antônio insista em ver os quartos, aquele casa tinha dois, cozinha e banheiros. A sala fora o que mais lhe agradou por espaçosa e poderia colocar ali uma mesa com a papelada do trabalho.

Ao seu contentamento, a Jaqueline, corretora, achou a casa ideal mas não resistiu ao jogar uma asa para ele. Antônio se mantera fiel todo esse tempo, mas escolhera o pior dia para não fazê-lo. Então testou a pia da cozinha, com Jaqueline em cima dela, o quarto sem móveis mas a parede era firme. Testou também a força da pia do banheiro e aprovou o chuveiro, muito bom com água quente.

Jaqueline não sabia mais o que fazer pois foram tantas formas e posições que tinha certeza que Antônio conhecia o Kama Sutra todo. Antônio estava em êxtase. Não fazia nem metade daquilo com Janete e com ela grávida ficava mais difícil ensina-la a arte do amor. Riu após o banho e colocou as roupas no corpo molhado.

— Isso foi incrível! - Jaqueline tinha dúvidas se conseguiria andar até o carro.

— Obrigada. Só não entendi uma coisa, o que houve entre você e Bruno? - Antônio abotou o último da camisa e jogou o palitó no ombro. Deu o braço a Jaqueline rindo de sua falta de equilíbrio. Seu ego inflou.

— Nada demais, fez uma coisa que não gostei apenas...

—Que seria?

— Ele me forçou. - Antônio parou de pronto e a encarou. Não conseguia imaginar seu amigo forçando uma mulher.

— Como? Ele te machucou? Se eu pego...

— Não. Não. Ele apenas... Enfim, não foi bem a força mas não foi do jeito que eu gostaria. - Jaqueline se envergonhou. Apesar de ter feito sexo em toda a casa nova de Antônio, não podia deixar de se ruborizar.

— Vou falar com ele. Não se preocupe...

— Não por mim. Só quero ficar longe, apenas isso. E nós dois, como ficaremos? - A esperança acendeu em seus olhos.

— Não ficaremos. Sou casado e essa loucura foi uma depois de muito tempo para não se repetir mais. Minha filha logo nascerá.

Deixou Jaqueline em casa, combinando o almoço no dia seguinte para fecharem o contrato da casa. Foi para casa aliviado e tranquilo, Janete já deveria estar dormindo naquela hora e não mentiria para ela. Falaria que encontrou a melhor casa para eles, pequena ao lado do que a família merecia, mas mesmo assim uma melhor do que aquela em que viviam. Ocultando os outros fatos.

Desceu do carro em frente a casa amarela, já dando adeus e riu ao ver as luzes apagadas. Como estava em ascensão na empresa de peças, Janete estava acostumada aos seus atrasos. E não, naqueles meses não era mulher. Uma das prioridades de Antônio era o seu trabalho e para isso se empenhou. De assistente chegou a técnico e de técnico a profissional da área. Com o seu conhecimento em administração e sua curiosidade em tecnologia, a próxima vaga que almejava era no escritório, na organização da empresa.

Entrou na casa silenciosa e foi ao quarto, hábito que adquiriu com o tempo, dar um beijo de boa noite em Janete quando chegava. Tinha muito carinho por ela, não amor. Chegando lá percebeu a bagunça da cama e a ausência da mala que estava pronta para o hospital. Viu que os lençóis estavam molhados e sem pensar correu...

Como ninguém avisara? Por que ele fez aquilo justamente na noite que sua esposa mais precisava dele?

No carro, se mal disse todo o caminho do hospital e chegando lá, pediram para que ele esperasse ali. Ao conferir o nome da paciente, Antônio percebeu na expressão da enfermeira que algo não estava indo bem. Lhe indicou o corredor e ele correu.

— Onde estava? Te liguei na empresa e depois em casa. Você não estava em ligar nenhum! - vociferou Bruno quando se encontraram no corredor branco de paredes amarelas.

— Eu... Eu...

— Esquece! Senta, vou te contar o que aconteceu. - Cansado, Bruno passou a mão pela cabeça, conhecendo o amigo, Antônio ficou quieto. Mas uma dor em seu peito não o deixava bem. O que será que aconteceu?

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