O início do sonho

By BiaCout

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(Continuação do livro Sonho Realizado) Como um sonho começa? Ele não surge simplesmente mas quando se sonha m... More

Prólogo
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Pausa

Capítulo 9

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By BiaCout

— Que lindo esse lugar. Amei Antônio! - Janete colocava a mão sobre os olhos para tapar o sol.

Forte e refletido nas areias brancas da Praia do Forno, em Búzios. Janete de maiô e Antônio de sunga vermelha chegavam para se instalar. Ele a ajudou a estender a canga e, depois de tirar a saída de praia, foram dar um mergulho juntos. Antônio reparou na pequena barriga da esposa que já anunciava a criança. Pensou que estava mais evidente ou talvez, Janete tenha relaxado.

Esconder a gravidez não era mais necessário, agora voltariam com a desculpa de que ela engravidou na lua de mel. Perfeita saída.

O mar claro, com ondas fracas, convidava ambos ao romance e Antônio não fez por rogado. Beijou sua mulher, abraçou e se deixou levar pelo momento. A ficha começava a cair e a ideia de ter uma família não lhe parecia tão ruim quanto no início. Sorriu para Janete que estava radiante embaixo a luz do sol.

Não podia negar a beleza dela e se o filho ou filha a puxasse seria lindo, magnífico. O que ainda não estava acostumado eram os enjôos matinais e depois do almoço. Mas ali na praia, ela estava perfeita.

— Linda - sorriu acariciando o seu rosto, tirando uma gota que saía do cabelo.

— Você que é, Antônio! Você me salvou e serei eternamente grata por isso. - a emoção tomou conta dela e um beijo carinhoso aconteceu entre os dois.

Voltaram para a areia e tomaram um picolé. Ele deitou para pegar um bronze enquanto ela sentava ao seu lado.

— Por um momento pensei que isso não daria certo. - confessou ele de olhos fechados.

— Por que?

— Nete, por favor, você me conhece. Sabe o que falam sobre mim...

— Eu não dei ouvidos, Antônio. Nunca dei. Você me trair - desfez da afirmação com mão. - Podem falar o que for, mas quem casou com você fui eu. Agora, que se dane os outros.

Determinada, uma qualidade que Antônio não enxergara nela antes. Sorriu mais vez, sentou e olhou o mar. Decidido tinha que seguir em frente e honrar com a sua palavra perante a Deus e seus convidados.

— Vamos fazer dar certo, Nete!

— Já deu, meu amor. Já deu. - ela acariciou o seu peito musculoso e beijou-lhe o pescoço.

....

— Você tem que deixá-los em paz, Marina. Ouve o que estou te falando. - Jorge dizia a sua amiga na mesa do restaurante.

— Não! Ele não pode ficar com ela!

— Já está Marina. Já casou e ela espera um filho dele. - os olhos escuros de Jorge estavam sérios. - Se você tivesse sido mais rápida, de repente seria você...

— Não fale besteira, Jorge. - o tapa de indignação foi na mesa, o temperamento dela não o assustava.

Ele tinha a altura na média e seu corpo também era, com o peso ideal, fugia da academia por não gostar dos exercícios. Já bastava a correria que tinha com ela, além de amigo era o seu empregado para o serviço sujo e Marina tinha vários. De jogatina as drogas, ela se envolvia com os boêmios e fazia a alegria deles em troca de um bom dinheiro.

— Isso já está virando obsessão, gata. Porque não o esquece e parte para outro? - o copo de cerveja foi aos lábios que deixou uma gota escapar.

— Você sabe que não posso deixar assim. Ele tem que ficar comigo.

— Oh furiosa hein! Deixa de ser mimada, mulher! - ele se levantou e colocou o dinheiro da bebida na mesa. - Aceita que dói menos...

— E se eu te dizer que vi a Cacau?

Jorge parou e encarou a mulher imponente, de pernas cruzadas e olhos escuros. Desviou o olhar para as paredes de madeira lustradas e sentou novamente. Não precisava de mais argumentos, aquele fora o suficiente para ceder aos caprichos da loira a sua frente.

— Marina, com isso não se brinca. - aquele tom colocaria medo em outras pessoas, mas nela não surtiu efeito.

— Melhor amiga de "Nete" - fez as aspas com os dedos e falou com desdém. Ele suspirou e chamou o garçom. Acendeu um cigarro e deu outro para ela, que sorriu.

— Traga-me dois bifes a cavalo e outra cerveja. - ela falou ao garçom que logo saiu. - Nossa conversa será longa, rapa.

Jorge coçou a testa. Teria que faltar ao pôquer da tarde e para isso acontecer, teria que lucrar muito. Deixou Marina desabafar mais um pouco sobre o amor e sobre Antônio, bebeu duas garrafas de cerveja até ela dizer o que realmente queria e como pagamento...

— Pode fazer o que quiser com Cacau, não gosto dela mesmo. - deu de ombros.

Em outra parte da cidade, Cláudia arrumava a sua casa humilde. Estava feliz com a carta que recebera de Janete e estava ansiosa para ver as fotos das praias. Ela não conhecia o mar, além de longe era dispendioso demais.

Foi para o quarto e guardou a carta da amiga, sua cama de solteira com a colcha de renda e o armário de madeira escura com o vidro na porta do meio eram as únicas coisas que tinha ali. Na sala, o sofá de dois lugares mal cabia junto a televisão, na cozinha a geladeira azul de sua mãe falecida estava praticamente vazia e o fogão enferrujado.

Porém ela não se importava, agora formada ia a caça de emprego e logo sairia daquele bairro perigoso e sujo, logo teria uma casa bonita e grande, com cozinha ampla do jeito que queria.

Hoje iria encontrar com as colegas da faculdade e passar as notícias de Janete, também pesquisaria onde estavam aceitando currículo.

— Logo, logo... - falou em voz alto ao colocar a bolsa no ombro. De calça jeans e blusa branca, saiu pela porta com a pasta nos braços. Fechou a porta em seguida. - ...darei adeus a esse lugar.

Andou pela rua confiante, olhava para pessoas que não tinham boa índole mas ela não estaria mais entre eles.

— Belezinha - gritou o bêbedo no bar pelo qual estava passando.

— Que tal uma festa? - falou outro ao seu lado, fazendo movimentos vulgares com o quadril.

— Vão se ferrar! - gritou mas não parou de andar.

Só o que faltava era ela perder a confiança agora. Esse sentimento que sempre a manteve de pé.

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