DIA DO CASAMENTO
Dou um giro na frente do espelho, o vestido pomposo era tão apertado que me deixava sem ar, mas também me deixava perfeita e eu sorri para o meu próprio reflexo. Meiridi prende os grampos no meu coque e eu aperto suas mãos, encaro seus olhos negros por causa das lentes e sorrio ainda mais, apesar de toda a sensação boa ainda sentia que ela não estava completamente feliz e sentia isso ainda mais forte em mim.
— O que está acontecendo, Midi?
— Como assim? Eu estou nervosa, você vai se casar. – Ela sorri sem mostrar os dentes.
— Sei. – Dou de ombros.
Seus olhos me encaram com firmeza e eu faço o mesmo, quebro o contato visual quando a buzina estridente nos avisa que é hora de ir. Sinto todo o meu corpo amolecer, ainda não conseguia acreditar que era real e que eu iria mesmo me casar com Will. Por anos, ele sempre foi tudo o que eu quis e depois ele sempre foi a melhor coisa que eu conquistei. Will Benett era o namorado perfeito de Summer Campbell e eu era a namorada perfeita de Will Benett. Éramos perfeitos juntos. Talvez esse fosse o grande problema, éramos perfeitos demais um para o outro. Afasto esse pensamento da minha cabeça de imediato e me concentro em pensar nos nossos melhores momentos e eram muitos.
— Sua carruagem chegou, princesa. – Meiridi ironiza e eu sorrio.
— Você não vem? – Franzo o cenho quando a vejo ficar parada enquanto eu desço as escadas.
— Eu vou em outro carro, não se preocupe. – Ela diz.
Umedeço os lábios e as empregadas me ajudam a descer com todas aquelas camadas de vestido, ainda me sentia estranha, meu coração parecia apertado e eu tento me distrair. Casar com Will... era isso o que eu sempre quis, não tinha porque me sentir mal. Eu era apaixonada por Will, sempre fui, seu toque me deixava nas nuvens e seu olhar me arrepiava se isso não era amor eu não saberia dizer o que era.
— Você esta belíssima, minha menina. – Meu pai me abraça com força e eu sorrio.
— Obrigada. – Sorrio. — Onde está mamãe?
— Ela já está na igreja, não se preocupe.
O casamento havia sido bem planejado, eu não queria tantas pessoas e por isso somente familiares estariam presentes e mesmo se eu quisesse, eu não tinha muitos amigos para isso. Só havia convidado Jake Rushell e Linda. Era melhor assim, não queria muitas pessoas. Minhas mãos estão suando como nunca, seco minhas palmas no vestido e fecho os olhos sentindo a brisa da janela.
Eu amo Will. E nós iríamos nos casar, talvez eu estivesse me sentindo sozinha por conta do bebê. Eu não gostava de pensar no bebê. Não gostava de pensar do sangue na banheira e nem das péssimas noites que vieram depois disso, balanço a cabeça em negação e meu pai apoia uma das mãos na minha enquanto dirige, sorrio.
— Esse é o seu dia, quero que fique feliz. – Ele diz focado na estrada.
— Eu estou, queria que Meiridi tivesse vindo conosco, mas ela não veio.
— Ela deve estar muito nervosa. Ela te ama. – Concordo com a cabeça e sorrio.
A entrada da igreja já está com alguns fotógrafos e eu respiro fundo, não gostava de ser o centro das atenções. Meu pai me ajuda a sair do carro com todo aquele pano do vestido e eu sorrio para as fotos, os flashes deixam minha visão embaçada e eu espero na frente da igreja.
— Trouxe o seu buquê. – Oliver sorri.
— Que bom que você está aqui estou me sentindo estranha, mas feliz.
— Se você está feliz, eu também estou.
— Obrigada. – Sorrio. — Will não tem culpa dos erros de Bart, você sabe disso não é? – Pergunto mais para mim do que para ele.
— Se Will te deixa feliz, então, tudo bem. Eu acredito que ele possa ser um homem muito melhor que Bart.
Oliver se despede com um aceno de cabeça, a música lenta começa a tocar e eu aperto o buquê de rosas nas mãos. As portas da igreja se abrem e as pessoas se levantam para me olhar, sinto cada par de olhos queimar meu corpo inteiro como se estivessem com pena, ouço os cochichos e ergo o olhar para o altar. Não havia ninguém no altar além do pastor.
Continuo andando como se estivesse sendo empurrada para o meio da igreja, meus pés se arrastam no tapete e eu tapo os ouvidos quando escuto a buzina do carro de Will. Olho apenas para ter certeza, mas as pessoas já estão apavoradas. E lá estavam Meiridi e Will, os sorrisos cínicos e eu desmorono.
As rosas espalham suas pétalas no tapete e eu caio em câmera lenta, arranco os grampos para desfazer de uma vez o coque já solto. Arranho meu rosto e mordo o lábio até sangrar, era isso. Corro o mais rápido que minhas pernas aguentam, olho para trás apenas para conferir que ninguém havia vindo atrás de mim. Arranco as mangas do vestido e rasgo a barra, não conseguia definir o que eu estava sentindo. Era uma mistura de sensações horríveis que me rodeavam, era tudo ao mesmo tempo.
— Eu não acredito que ele fez isso comigo. – Tiro os saltos arremessando para longe de mim.
Sinto a grama abaixo dos meus pés e me deito, meu corpo estava dolorido e eu senti o mínimo de relaxamento ali deitada no gramado.
Meiridi. Will.
Meiridi e Will?
Me esforço para lembrar em que momento essa paixão deles se desenvolveu, era certo que Meiridi passava boa parte do seu tempo comigo, mas eu teria percebido se eles estivessem... apaixonados. Eu com certeza teria percebido, mas não percebi.
Will me ama, não é? Ele me amava até essa manhã. Não controlo as lágrimas que ensopam meu rosto e não faço questão, deixo minha tristeza molhar meu rosto.
Meus olhos encaram o céu, está quase na hora do pôr-do-sol e eu me concentro em olhar as nuvens que mancham o azul vivo do céu naquele horário. Me chacoalho para tentar limpar o vestido sujo de lama, atravesso a rua entrando no bar da esquina, eu com certeza não ia aguentar esse dia sóbria.
— Roupa maneira. – O garçom sorri e eu faço uma careta. — Você quer tomar umas doses? – Ele aponta para a tequila.
— Não, quero a garrafa.
O garçom sorri e depois vai buscar a garrafa, minha cabeça já doía só de pensar na ressaca, mas tentei não me importar muito com isso sabia que no dia seguinte a ressaca não seria nada comparado aos problemas que eu precisaria enfrentar. Encarar os meus demônios e os de Will.
Contemplo a garrafa na minha frente, deixo o líquido escorrer quente pela minha garganta com prazer e sinto os espasmos no meu corpo. A sensação era ótima, sentir o corpo mais leve e a cabeça girando, podia até sentir a falsa felicidade me atingir. Era tudo momentâneo, eu sabia, mas beberia ao máximo para fazer durar.
Talvez eu até chegasse a vomitar, não seria nada mal me ocupar com alguma coisa. Apesar de todas coisas boas que a bebida me trazia também me deixava mais vulnerável e pior me deixava com medo.
A banheira com sangue. O bebê que eu perdi. Will fugindo com Meiridi. O roubo do projeto. A traição da esposa de Oliver.
Eram coisas demais para processar, eram dores demais para sentir tão rápido.
Eu amo escrever BÔNUS para vocês, sério!
Quero saber: vocês gostam desses bônus também ou acham perda de tempo?
já perceberam a BARRA que Summer enfrentou no passado, não é? Da pra entender porque a bichinha tá sofrendo tanto agora!
O QUE VOCÊS ACHARAM?
Por Favor, entrem no grupo do FACEBOOK: é só vocês pesquisarem por XUXUS DA WILLA.
Me falem das suas ~teorias~.
Ah, no grupo do Facebook eu fiz uma apresentação sobre mim e lá eu quero dividir tudo com vocês, mas ainda tem pouquíssimas pessoas. Então, entrem!
Grata,
Willa James.