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Na manhã seguinte eu ainda sentia minha cabeça latejar um pouco, talvez eu tivesse batido em algo porque a dor parecia incessante. Quando sai de casa Jane ainda estava dormindo, ela precisava, não era saudável ficar acordando tão cedo e dormindo tão tarde. Aaron havia me ligado dezenas de vezes e eu recusei todas as ligações assim como recusei também as de Linda e Jayden que finalmente apareceram.
Eu estava mantendo o foco em encontrar Jake Rushell. Ele não devia ter mais que vinte e cinco, cabelos castanhos tão clarinhos que beiravam um tom loiro, olhos castanhos com cílios espessos, um metro e oitenta e dois no mínimo. Não seria tão difícil achar ele assim. Conferi o bloquinho de notas onde continha todas essas informações e bati com o lápis sobre a mesa.

Onde você está Jake?

Corri o mais rápido que pude assim que o elevador abriu, eu precisava conferir o banco de dados da empresa. Eu precisava encontrar Jake.

— Jake Rushell? — A recepcionista sorriu me entregando o envelope amarelo que continha a ficha dele.

— Obrigada. — Respondi secamente.

Minha cabeça estava confusa, eu sentia que iria explodir. Fechei todas as persianas da sala e empurrei a porta trancando com a chavinha que ficava no canto da vidraça. Descalcei os saltinhos preto brilhantes e sentei no tapete apoiando o envelope em cima da mesinha.

Jake Rushell.

Nascido em 27 de Junho de 1992.

Número para contato: +1 (636) 324-1608.

Analisei o topo da lista e corri para pegar o telefone da escrivaninha, disquei os números com pressa mas tomando cuidado para não errar.

— Alô? Quem está falando?

— Jake? Jake Rushell. — Mordi o lábio.

— Sim, é ele. Quem deseja?

— Eu... sou eu... Summer. — Fechei os olhos aguardando sua resposta.

Silêncio. A linha ficou em silêncio total por uns dois minutos e depois voltei a ouvir sua respiração do outro lado.

— O que você quer? — Ele não parecia bravo. Menos mal.

— Você ainda mora no Brooklyn?

— É, eu ainda moro no Brooklyn.

— Perto da Igreja... virando a esquina?

— Isso. — Ele respondeu seco.

— Podemos nos encontrar? Eu chego aí em uma hora.

— Certo.

Assim que eu abri a boca para me despedir a linha ficou muda. Eu precisava correr se quisesse chegar logo até lá.

Aaron, volto já. Com amor, Sum.

Um bilhete era clichê mas serviria já que ele provavelmente entraria na minha sala quando percebesse que eu não voltei do almoço.

Atravessei Manhattan seguindo para o Brooklyn notando repentinamente a diferença de ambiente. Tudo parecia mais calmo e silencioso.

Bati na porta. Uma. Duas. Três vezes.

— Quanto tempo. — Ele sorriu de lado e me deu espaço para entrar.

Jake continuava o mesmo, tinha um sorriso brincalhão mas parecia triste. A casa ainda era a mesma, nós costumávamos trabalhar juntos nas tardes de sábado quando Will dizia precisar sair. As paredes cobertas por um papel de parede vermelho quase laranja, os móveis todos em tons marrons e cinza contrastando com toda a decoração. Tudo continuava igual.

Doce SeduçãoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora