Doce Sedução

By WillaJames

67.2K 4.7K 818

Summer Campbell sempre dispôs de tudo o que ambicionava porém ao sofrer uma dramática desilusão amorosa, ela... More

Prólogo
Apresentação
1
2
3
4
5
Ansiedade
6
7
8
9
10
11
12
Aaron&Summer
13
14
15
BÔNUS: O PASSADO
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
31
32
BÔNUS
33
34
35
36
37
38
Epílogo
IMPORTANTE
Agradecimentos

BÔNUS

854 74 28
By WillaJames


NARRADO POR SUMMER CAMPBELL:

Quatro anos antes: Dia da morte de Oliver.

Meus olhos estavam parados, era quase como se eu estivesse cega, tudo parecia um borrão. Não conseguia mover nem um músculo do meu corpo, a garganta seca estava fechada e o ar já era quase inexistente em meu corpo. A sensação era de estar morta, e era assim que eu me senti quando ouvi o que o amontoado de bombeiros disseram.

— Não achamos o corpo.

Eram só essas palavras que a minha mente vazia reproduzia, um eco incessante da minha consciência gritando comigo mesma no escuro. Olhei para Aaron em pé ao meu lado, suas mãos estavam sobre os olhos e eu sabia que ele estava chorando, as lágrimas também desciam dos meus olhos, frias e salgadas. Todo o amor que eu sentia por Oliver agora se resumia em lágrimas e dor, uma dor excruciante, que se apossava do meu corpo por inteiro, até não sobrar nada além de dor e culpa.

Eu era a culpada.

Eu afastei Oliver da empresa, eu não dei atenção á ele nos seus últimos dias.
Eu nem sequer quis vê-lo porque estava ocupada demais sofrendo por Will. Que droga! Era tudo culpa de Will também, e de Meiridi. Era tudo culpa deles. Não era justo eu ter culpa por isso também. Não era.

Eu não vou embora. – Respondo seca.

Você não dormiu, não comeu e está com cheiro péssimo. – Linda torceu o nariz.

Você fala como se isso importasse agora, não importa, eu não quero mesmo comer ou tomar banho. Muito menos dormir, só se for para acordar desse pesadelo. – Suspiro.

Um soluço faz com que o silêncio volte a reinar, Aaron estava chorando mais alto, mas continuava discreto. Eve estava ao seu lado, não parecia triste e eu duvido que estava, ela não tinha o direito de dividir esse momento com a gente, não tinha. Esfrego as mãos umas nas outras e não me dou ao trabalho de limpar as lágrimas que inundavam meu casaco, não estava nem um pouco a fim de esconder o que eu sentia.

Você precisa ir, eu te ligo amanhã. Prometo. – Aaron sussurra.

O azul-acinzentado de seus olhos estavam perdidos e eu não conseguia decifrar o que ele sentia, ele parecia não sentir nada. Mas eu nunca conseguia mesmo saber o que ele sentia, era tudo vazio quando eu o olhava. Suas mãos geladas tocaram nas minhas que estavam quente, em contraste. Meu corpo respondeu ao seu toque e eu puxei minha mão o mais rápido, odiava a sensação que ele me causava, eu achava que odiava.

— Vamos, Sum. Por favor! – Lind suplica em meu ouvido.

Levanto mecanicamente e ando até o carro no estacionamento do mesmo jeito, não queria ver os jornais, não queria ver a imagem do carro de Oliver encontrado no meio daquele rio na estrada. Não queria fazer nada. Só queria sofrer em paz. Só isso.

                              ~~~

Não queria ter batido a porta na cara de Linda como fiz, mas também não me sentia arrependida. Estava cansada e ouvir todo mundo me dizendo o quanto eu precisava superar era o que eu menos queria. Quando eu cheguei em casa e senti o abraço apertado dos meus pais, eu quase esqueci tudo mas depois a sensação de vazio voltou. E estava doendo.

— Você está filmando? Oliver! Eu já disse que não gosto disso. – Resmungo.

— É o aniversário da minha garotinha, isso merece um vídeo bem animado. Eu pintei o cabelo, você gostou? – Oliver pergunta esfregando as mãos no cabelo liso.

— Parece ensebado. – Sorrio.

— Hum, isso não é o que eu esperava, mas eu trouxe Linda para cantar parabéns com a gente, e Aaron. – Oliver aponta para a cara emburrada de Aaron no sofá e Linda acena para a câmera.

— Vai me dizer que vai postar isso no YouTube? – Bufo.

— Não, ninguém mais assiste velhos na internet, mas não é uma má ideia. Eu e seus pais pensamos em uma grande festa mas é uma pena que a nossa pequena Sum seja tão anti-social. – Oliver faz uma careta.

— Eu não sou anti-social.

— Will, traga os bolinhos antes que acabe a bateria desta coisa! – Oliver grita, se levantando.

Pauso o vídeo. Mais lágrimas e mais soluços. Me ver assim tão feliz parecia uma coisa de vida passada, parecia outra Summer. Não era ela, definitivamente, essa não era Summer Campbell.

Summer Campbell tinha os cabelos pretos brilhantes, os olhos azuis tinham vida e carregavam felicidade, Summer Campbell não era tão magra e nem estava tão apática. Era quase impossível me ver sem um sorriso, era quase impossível eu estar chorando e agora chorar era o que eu mais fazia. Voltei a rodar o vídeo.

— Parabéns pra você! – Will sorriu carregando dois bolinhos com os números 21.

O som ficou ruim quando todos começaram a cantar parabéns para mim e eu tive que abaixar o volume para não acordar ninguém. Acabei desligando o vídeo em um impulso, não queria ver mais o rosto feliz e vivo de Oliver. Não queria ver Will beijando meus cabelos e nem Aaron sentado batendo palmas como se estivesse sendo obrigado. Eu não queria mais ver ninguém, eu queria morrer. Eu queria morrer? Eu não queria morrer.

— Eu trouxe sopa. – Linda sussurrou.

— Eu não estou com fome. – Gritei.

— Eu sei.

Destranquei a porta e ela entrou e se sentou ao meu lado na cama, eu ainda não tinha mudado a roupa e o cheiro de suor continuava impregnado em mim. Meus cabelos estavam oleosos e grudentos e fome era tudo o que eu não sentia, pelo contrário, só de ver comida meu estômago se revirava.

Não lutei quando Linda enfiou a primeira colher de sopa de legumes na minha boca, eu não queria voltar para o hospital com uma desnutrição, eu odiava hospitais. Linda me olhou sorridente enquanto me dava comida, em outra ocasião eu acharia patético, mas agora eu só queria ficar assim.

Também não lutei quando Linda esfregou meu corpo nu na banheira quente, não lutei para nada. Fiquei em silencio, os olhos fitando a torneira que deixava cair a água quente quase fervendo. Mergulhei na água para molhar o cabelo e Linda continuou me ajudando, contando histórias e esfregando o shampoo no meu cabelo, me esforcei para ser uma boa companhia mas as palavras ficavam presas na minha garganta.

— Você não precisa falar nada, agora. Eu estou aqui com você e isso não é um fardo. – Linda sussurrou quando eu me enrolei na toalha.

— Eu... – Pauso. Não consigo mesmo falar.

Linda concorda com a cabeça e sai do quarto me deixando sozinha. Meus braços quase não se moviam e eu me esforcei para vestir o pijama de moletom e me cobrir com a coberta até a cabeça. Era nesses momentos que eu sentia falta de Meiridi.

— Eu não sou sua irmã, mas, espero que a minha companhia sirva. – Linda volta carregando seu cobertor.

— Você é como se fosse. – Sussurro.

Linda deita no chão ao meu lado e eu fito o teto acima da minha cabeça, queria ser a Summer de volta. Queria sentir como era estar feliz de volta.

O tempo estava triste, havia nuvens cobrindo o sol e havia chuva. Chuva não, uma tempestade. O vento estava balançando todas as árvores, havia poças gigantes de água no asfalto e o clima estava perfeito para um dia de funeral. Eu nem havia me preocupado em me arrumar, quem diabos se arrumava para um enterro?

Todo mundo se arrumou para o enterro.

— Eu gostaria de chamar a melhor amiga do falecido, Summer Campbell.

Eu não tinha preparado um discurso, não tinha pensado em nada. Eu nem conseguia falar, como iria conseguir discursar? O padre apertou minha mão quando viu minhas lágrimas escorrerem e se afastou do altar.

— Eu não vou fazer um discurso para vocês, eu sei que vocês estão aqui para sair bem nas fotos dos jornais. Vocês não o conheciam, não gostavam dele, então, Deus que me perdoe, mas foda-se. Vocês não querem estar aqui e eu não quero vocês aqui, nem mesmo a mulher dele se importava com ele, por que um bando de falsos amigos se importariam? Nenhum de vocês visitavam ele quando ele estava vivo, e agora? Vocês são uma piada.

Mordi o lábio até sangrar para controlar o choro mas não consegui. Nada conseguia me privar de chorar, descalcei os saltos pretos e corri para fora da igreja ignorando as caretas e gritos das pessoas. Eu odiava aquelas pessoas, odiava saber que nenhuma delas se importava com Oliver.

O caixão estava fechado e todos estavam pensando como estaria o rosto desfigurado de Oliver Thompson, mas não tinha um corpo, o corpo de Oliver havia se perdido nas águas profundas do rio, mas ninguém soube disso. Meu dedão sangrou quando eu tropecei na calçada fazendo meu corpo escorregar ladeira abaixo. Aquele maldito vestido preto fúnebre estava completamente encharcado pela lama que cobria a calçada, minhas mãos também sangravam.

— Você sempre foi mais corajosa que eu. – Sua voz soou distante.

— O que você quer dizer? – Estico meus pés na calçada.

— Você conseguiu falar tudo aquilo, eu não conseguiria. – Aaron sorriu de canto, o cigarro aceso em suas mãos soltava uma fumaça que me fez tossir.

— Você não deveria fumar. — Sussurro.

— Você deveria fumar. — Sorri.

— Ah, droga. – Meu dedão parecia um tomate.

— Isso está muito feio, eu te levo em casa. Aproveita que não é todo dia que eu fico bonzinho. – Ele traga o cigarro.

— Eu não quero ir pra casa.

Entro no carro de Aaron por impulso, as pessoas estavam começando a me olhar sentada na calçada. O tampão do dedão sangrando e o vestido molhado de lama, assopro as próprias mãos para tentar aliviar a queimação.

— Você mora aqui? – Pergunto.

— É, não parece muito com o meu quarto na casa do Oliver, não é? — Ele sussurra.

— Por que não o chama de pai?

— Costume.

Concordo com a cabeça e me arrasto para dentro do apartamento de Aaron. Os olhos de Aaron ficam fixos em mim e eu estava exausta de mais para me importar em tirar a roupa na frente dele, até a camisola que eu usava por baixo estava úmida.

— Eu vou precisar tomar banho. – Sussurro.

— É, claro, com certeza. – Gagueja.

Esfrego a esponja em todo o meu corpo para sair às manchas de lama, e deixo a água quente escorrer por todo o meu corpo e limpar o sangue seco dos machucados. Enxugo o cabelo com a toalha e esfrego os dedos nos olhos para tirar o rímel borrado, eu odiava as maquiagens a prova d'Água de Linda.

— Eu peguei uma camisa sua, espero que não se importe.

— Eu trouxe isso... pro seu pé. – Aaron aponta para a caixa de primeiros socorros.

— Ótimo, valeu. – Respondo.

— Deixa que eu te ajudo, vai. – Ele ri do jeito atrapalhado que eu tento arrumar o curativo.

Os dedos de Aaron puxam minha perna para o seu colo e ele olha para mim quase pedindo permissão para continuar. Meneio a cabeça e ele esfrega o algodão com álcool no meu dedão e enfaixa o curativo. Era engraçado ver Aaron com todo aquele músculos e o cabelo escorrendo nos ombros fazendo curativo no meu dedão. Penso em rir, mas a situação não parece adequada.

— Obrigada.

Aaron corre os dedos pela minha perna até chegar na minha coxa, arregalo os olhos mas não falo nada, suas mãos me puxam para seu colo e eu me assusto. Suas mãos me apertam mais e sua boca morde meu pescoço me fazendo jogar a cabeça para trás, o corpo arqueado em seu colo. Me apresso em sugar seus lábios, sentir seu gosto na minha língua parecia quase proibido naquelas circunstâncias. Durante todo o tempo que eu passei com Oliver, eu nunca havia percebido o quanto eu desejava beijar Aaron Thompson, o filho promíscuo que parecia intocável de Oliver. Seu beijo tinha gosto de cigarro e chiclete de hortelã, era delicioso sentir Aaron assim tão perto.

— Aaron. – Sussurro.

Seus lábios estavam vermelhos e inchados e ele me tirou do seu colo. Sentei no sofá com as pernas cruzadas e ele apertou minha mão, seu cheiro estava grudado em mim e eu enterrei a cabeça na almofada para não ter que chorar na frente dele.

O primeiro beijo que eu dava em Aaron Thompson não foi como eu esperava, mas aquilo não era algo para comemorar. Estávamos quebrados e era só isso. Dois corações quebrados tentando se reconstruir. Daria errado, é óbvio.


Vocês curtiram o BÔNUS? Espero que sim!!!

Eu confesso que uma lágrima escorreu enquanto eu escrevia sobre a dor de Summer. E essa história de Aaron e Summer aí já é do passado né? Me contem suas teorias mais insanas! Eu tô aqui para ouvir.

IMPORTANTE: Gente, eu sei o quanto os meus leitores fiéis aguardam ansiosamente pelos capítulos, mas ainda não sei quando irei postar o próximo. Me ajudem com os comentários e votos, estou refletindo bastante nessa reta final e por isso quero postar com mais cuidado.

NOTÍCIA TRISTE: nós saímos da posição #432 e caímos para #997. :(

Vocês já imaginaram como seria se TODOS que visualizassem também curtissem e comentassem? SERIA MEU SONHO?

ENTREM NO GRUPO DO FACEBOOK: XUXUS DA WILLA
LINK: https://m.facebook.com/groups/2520514518173680?view=info&refid=18&ref=bookmarks

ME AJUDEM!

Ps: Votem (por favor!!) e COMENTEM.

Eu amo vocês!

Willa James.

Continue Reading

You'll Also Like

1.8M 139K 43
Strix é uma escola de submissas onde mafiosos investem para terem as suas. Emma foi criada na Strix e ensinada para se tornar uma, mas a garota não é...
25.2K 2.3K 31
⚠ Plágio é crime ⚠ ⚠ Obra registrada ⚠ ⚠ Obra de minha autoria ⚠ Rafael Palácio tem sua vida controlada pelos pais. Um futuro praticamente garantido...
9.5K 335 4
Eve vem de um passado difícil. Depois de sofrer com relacionamento abusivo tudo o que ela quer é distância do amor, porém, seu passado retorna e um...
339 120 12
Lorrany é uma moça de 18 anos que vive na casa de um fazendeiro depois da morte de seus pais este bom homem a adotou como filha e dês de então ela co...