Fechei a porta do quarto expulsando Aaron, eu estava enlouquecendo quando achei que essa história de Aaron e Summer daria certo.
Eu não acredito que ele imitou a minha voz!
— Bom dia! — Aaron sorriu.
— O que você está fazendo aqui?
— Eu vim te acordar já que você não conseguiu fazer isso sozinha. — Sorriu.
— Mas eu tinha botado pra despertar, eu tenho certeza. — Suspirei. — Foi você! Eu não acredito que você fez isso. Você sabe que eu odeio que mexam nas minhas coisas!
— É, eu sei mas não tente me culpar pelo seu atraso. Parece que a senhorita certinha...
— Você quer guerra? — Sorri o interrompendo.
Borrifei o Chanel por todo o meu corpo, os saltos altos combinavam com o meu vestido roxo que era curto o suficiente para levar Aaron a loucura. Ele não sabia com quem estava se metendo.
— Você não esta falando sério! — Aaron sussurrou.
— Se comporte, estamos no meio da reunião. — Sorri.
Os executivos estavam mais concentrados em minhas pernas do que no conteúdo que saia da minha boca apesar de estar insegura estava me sentindo bem por observar Aaron babar enquanto apresentava o projeto para os franceses.
— Senhorita Campbell, quero que conheça Mary e Lucy. — Aaron sorriu.
As duas morenas sorriam ao seu lado como se estivessem encantadas com o homem. Aaron passou a mão pela perna de uma delas me provocando.
— Eu vou jantar com essas senhoritas, cuide dos negócios Campbell. — Piscou.
Pervertido!
Voltei para o quarto no hotel decidida a arrumar as coisas para partimos amanhã. Eu acabaria com Aaron essa noite antes de voltar para New York.
— O que é isso aqui?
Aaron segurou os cinco preservativos com uma mão e uma das calcinhas que Linda me dera com a outra.
— Larga isso, por que você estava mexendo nas minhas coisas e dentro do meu quarto? Você estava tentando me sabotar! Cadê as suas acompanhantes?
— Eu não sabia que você veio preparada e cheia de segundas intenções, assanhada.
Ele saiu gargalhando do quarto segurando os preservativos e a calcinha.
— Senhorita Campbell? — O mordomo de Aaron sorriu.
— Sim?
— Senhor Thompson mandou que eu lhe entregasse esse convite para a festa de uma das socialites mais famosas de Paris. — Ele me entregou um envelope prateado. — Ele pediu que usasse isto aqui.
Continuei encarando a grande caixa vermelha sobre a minha cama, Aaron queria mesmo jogar este jogo. O vestido dourado tinha diversos fios de ouro que formavam lindas flores pelo vestido. As pedras contornavam o decote do vestido na frente e atrás.
Procurei algum sapato que servisse para usar com o vestido, o Jimmy Choo teria que servir.
— Como você está? — Linda gritou no telefone.
— Estou bem, e como foi o aniversário? — Sorri.
— Foi tudo tão lindo e não se preocupe eu já troquei os lençóis. Jayden vai me levar pra jantar, acredita?
— Isso é muito legal, boa sorte hoje à noite.
— O que você vai fazer hoje?
— Eu e Aaron estamos em guerra, eu preciso resolver umas coisas eu prometo que te ligo amanhã bem cedo!
Desliguei antes que Linda pudesse se despedir, eu precisava me arrumar antes que Aaron viesse me incomodar novamente.
O vestido não podia ter ficado melhor, o decote nas costas era grande o suficiente para chegar na minha bunda. Os cabelos pretos estavam amarrados em um coque despenteado que deixava meu rosto mais amostra. O decote da frente espremia meus peitos deixando eles maiores.
— Você está incrível está noite. — O mordomo de Aaron sorriu.
— Onde está o senhor Thompson? — Sorri.
— Ele está com as senhoritas Lucy e Mary na limusine te aguardando.
Eu não acredito que ele fez isso.
Lucy e Mary? Jura?
— Você já conheceu minhas amigas senhorita Campbell, venha se juntar a nós nessa festinha. — Aaron sorriu.
— Me desculpa, mas infelizmente eu não me junto com pessoas dessa laia. — Sorri.
Me inclinei olhando para a janela a fim de que o decote ficasse mais amostra para Aaron que agora fingia um soluço enquanto me encarava. Os cabelos loiros estavam amarrados em um coque despenteado que o deixava mais sexy do que o normal.
— Você não acha que vai sentir frio?
— Mas foi você que me entregou esse vestido.
— Eu esperava que você não o vestisse.
— Mas eu nunca faria essa desfeita senhor Thompson, vamos?
Aaron segurou Lucy e Mary enquanto atravessávamos o grande salão do hotel Paris Marriott Champs Elysees Hotel. Me afastei de Aaron que me perseguia com seu olhar, Lucy e Mary se jogavam para cima de Aaron mesmo sabendo que não estavam conseguindo evitar seus olhares para mim.
— Você quer dançar?
O sussurro do homem ao meu lado me fez rir, eu precisava de alguém para fazer ciúmes no Aaron e o moreno ao meu lado seria perfeito para isso. Suas mãos trouxeram meu corpo para perto, apesar da música animada dançávamos colados.
— Você é daqui? — O homem sorriu.
— Eu sou de New York, Summer Campbell. — Sussurrei enquanto mordia o lábio encarando Aaron.
— Jura? Eu sou de Chicago, Gabriel Jakes.
— Muito prazer.
Me afastei de Gabriel que estava sentado no bar prometendo me esperar, os olhos de Aaron trilhavam o mesmo caminho que eu. Passei por entre as pessoas vendo Aaron me seguir, o elevador abriu assim que eu o encontrei. Aaron estava parado me olhando vendo a porta do elevador se fechar.
— Você pensou que poderia fugir de mim? — Sorriu.
— Eu estava procurando um banheiro.
Aaron me colou na parede do corredor do hotel, suas mãos seguraram as minhas enquanto me prensava na parede. Seus lábios se aproximaram dos meus, desviei meu rosto de sua direção e ri enquanto saia do seu campo de visão. Me apoiei nas paredes do elevador ainda ofegante, estar perto de Aaron me fazia arrepiar.
— Pensei que você não voltaria mais. — Gabriel sorriu abertamente.
— Eu nunca deixaria alguém como você. — Sorri enquanto piscava.
Aaron me observou sério parecia angustiado, Lucy e Mary voltaram a paparicar Thompson arrancando sorrisos de seu rosto sério. Aaron piscou enquanto levava elas para o elevador.
Puxei Gabriel mais para perto, seus lábios se esfregaram no meu pescoço, Aaron me fuzilou com os olhos e puxou Lucy puxando a para um beijo. Arregalei os olhos e voltei a me concentrar no Gabriel, acariciei sua nuca e o beijei sabendo que Aaron estava assistindo a tudo isso.
— Summer! — Aaron bateu os pés e me puxou pelo braço.
— O que foi senhor Thompson? — Sorri. — Me perdoe Gabriel, o meu chefe às vezes se engana achando que temos intimidade.
Seus lábios me calaram, Aaron ignorou Gabriel e me puxou para dentro do elevador do hotel. Seus lábios se movimentavam junto com os meus, senti seu corpo prensar o meu contra o ferro gelado, assim que as portas se abriram Aaron me arrastou para o primeiro quarto aberto do hotel sem desgrudar os lábios dos meus.
— Você está sugerindo uma trégua? — Sorri.
— Uma trégua? Me parece uma boa ideia.
Aaron se sentou na cama enquanto desabotoava os botões da camisa social. Sorri enquanto andava para fora do quarto, Aaron riu enquanto me via sair. Eu estava cansada e precisava dormir para estar preparada para a viagem de amanhã.
As malas estavam arrumadas sobre a minha cama, ajeitei a jaqueta sobre os ombros e prendi o cabelo tentando controlar minha ansiedade para voltar para casa. Eu estava com saudades de estar em casa com Linda e Jayden, e estava com saudades até mesmo de Rocco.
— Você está pronta? — Aaron abriu a porta dando espaço para o mordomo pegar as malas.
— Estou, pensei que você iria trazer Lucy e Mary. — Sorri.
— Elas estariam aqui se não fosse pela nossa trégua.
— Eu pensei que você tivesse um gosto mais... sofisticado.
— Obrigada John por ter vindo junto comigo. — Aaron apertou as mãos do mordomo.
O avião parecia mais confortável que da última vez, voar de AirFrance era um dos privilégios de estar com Aaron. Não que mamãe não amasse escolher a dedo todas as agências de avião.
— Lar doce lar. — Aaron sorriu.
Abri a porta devagar esperando ouvir os gritos de Linda enquanto pulava. As malas estavam na mão de Aaron que me encarava sorrindo.
— Que barulho foi esse? — Linda cutucou Jayden.
— Você não estava com saudades de mim? — Sorri.
Linda correu enquanto gritava sorridente, seus braços me aninharam em um abraço que me fez cair no sofá. Aaron cumprimentou Jayden e levou as malas para o quarto enquanto Linda saltava pela casa.
— Eu fiz um bolo de nozes só para você. Eu pensei que você ia ter que ficar mais tempo.
Ela sorriu enquanto voltava a me abraçar.
— Eu não poderia deixar você sozinha mais tempo, onde está esse bolo? Eu estou faminta!
Aaron se sentou na mesa junto de Linda e Jayden, peguei o bolo e o coloquei no centro da mesa fazendo Jayden suspirar.
— Isso parece estar uma delicia. — Sorri.
— Não deve estar tão bom quanto às comidas que o Aaron faz. — Linda sorriu.
Esse com certeza deveria entrar no "Livro de dias estranhos",estávamos nós quatro sentando na mesa comendo bolo de nozes enquanto assistíamos um filme de drama qualquer.
— Eu preciso ir, boa noite. — Aaron sorriu.
— Você não vai levar a visita na porta? — Linda sugeriu com malícia.
Levantei seguindo Aaron enquanto Linda me observava ao lado de Jayden, Aaron brincava com os dedos e parecia concentrado em me olhar enquanto o fazia.
— Eu sei que isso pode ser muito difícil para você mas eu preciso ir. Foi bom passar esse tempo com você.
— Infelizmente, eu não posso dizer o que penso sobre isso para não lhe deixar ofendido, até amanhã senhor Thompson.
— Até amanhã docinho.
Aaron prendeu os cabelos em um coque despenteado e ajeitou o paletó enquanto me deixava um aceno como despedida. Linda e Jayden me olhavam esperançosos e pareciam mais animados com Aaron do que eu.
— Não adianta ficarem me encarando com esses olhinhos brilhantes porque eu estou exausta.
— Você não vai nem me dizer os detalhes? — Linda suspirou e voltou a abraçar Jayden.
— Eu prometo que vocês saberão de tudo, boa noite.
Eu estava muito cansada para conseguir expulsar Jayden e Linda do meu apartamento, me livrei das botas de salto e deixei minhas costas baterem sobre o colchão quente.
— Bom dia, Summer! — Jane sorriu.
— Bom dia senhorita McCourtney, o que te trouxe até a minha sala? Algum motivo especial?
— Eu queria te mostrar o quarto que eu e Aaron estamos construindo para o bebê.
— Você está interrompendo o meu horário de trabalho para futilidades senhorita McCourtney. Acontece, que eu estou bastante curiosa para saber até quando vai durar essa mentira.
— Isso não é uma mentira, está é a verdade. Isso é tão clichê, a secretária apaixonada pelo chefe...
— Eu não estou apaixonada por Aaron.
— Eu acho bom não estar mesmo porque temos um futuro juntos e pouco me importa quem eu vou ter que atropelar para construir uma vida com Aaron. Por favor, não fique no caminho de duas pessoas que se amam.
— Eu vou fazer questão disso, não se preocupe! — Mordi o lábio.
Segurei minha cabeça com as mãos enquanto observava Jane ir embora, os fios loiros estavam ordenados em um penteado cheio de tranças, alisava a barriga sobre o vestido justo e voltava a sorrir para mim.
Como ela podia suportar uma mentira como esta?
— Summer! — Eve entrou na minha sala e fechou a porta grande enquanto sorria falsamente.
— O que a senhora deseja? — Levantei os olhos enquanto batia as mãos na mesa.
— Se acalme minha querida, eu só queria que você soubesse que é importante que você mantenha cada vez mais distância do meu filho. Você não entende o que está em jogo?
— Eu entendi que você é uma mulher horrível, eu juro que não entendo qual a importância de manter esse casamento falido.
— O pai da Jane tem muito a oferecer e é importante salientar que ela não é uma maluca com problemas psicológicos.
— A empresa da sua família tem muitos bens, qual o seu interesse nisso?
— Não se meta em assuntos que não são da sua conta. Tenha um bom dia senhorita Campbell.
— Se você realmente acha que eu vou acatar a suas ordens, você está muito enganada.
Abri a porta esperando que Eve saísse da sala, sua voz aguda me dava dor de cabeça. Os segundos pareciam passar o mais lentamente possível, eu não podia ficar com Aaron. Eu não vou ficar com Aaron. Por que era tão difícil tirá-lo da minha mente?
Eu odeio Aaron Thompson. Não.
— Você sabe que hoje à noite vamos sair, não é? — Aaron deu uma risadinha pelo telefone.
— Me desculpa, eu não posso ir com você.
— Mas por quê? — Sua voz pareceu desanimada.
— Porque eu vou com Christian. — Mordi o lábio, eu odiava saber que estava machucando ou desafiando Aaron.
— Ótimo.
Me joguei na poltrona de couro que não me proporcionava nenhum conforto no momento, minha cabeça doía mas não mais que o meu coração que parecia minúsculo dentro do meu peito. Eu queria chorar, explodir, ficar sozinha, eu queria estar com Oliver.
Quando o relógio apontou seis horas, eu não esperei para correr para o estacionamento e pegar meu carro. Eu queria um tempo para pensar, respirei fundo antes de ligar o carro em direção a Midtwon.
— Eu tenho uma festa essa noite. — Me joguei no sofá enquanto bebericava o copo de leite.
— Deve ser por isso que chegou esse vestido aqui em casa.
— Vestido? Do que você está falando?
— Hoje pela tarde eu estava arrumando uns projetos aqui e chegou essa caixa, tem um bilhete mas eu achei melhor você ler.
"Para você usar esta noite, espero que não me decepcione senhorita Campbell. Espero ver você rodopiar nos meus braços com esse vestido.
Com amor, Aaron."
O vestido era mais brilhante que nunca, tinha diversas pedras prateadas no decote enorme, com um estilo cauda de sereia nos tons vermelhos escuros que tornava o vestido elegante. Linda me olhava boquiaberta, balançava a cabeça como se estivesse aprovando enquanto dava pulinho.
— Eu não posso usar isso porque eu vou com Christian, se ele quiser ir comigo.
— Você vai com esse vestido e vai dançar com Aaron.
— Você quer que eu seja expulsa ou morta daquela empresa?
— Uma dança. — Linda suplicou.
— Tudo bem, uma dança.
— Eu e Jayden vamos acompanhar todo o evento na televisão .
Linda havia arrumado meu cabelo em um penteado alto que deixava os cachos soltos, o vestido combinava com os louboutins de salto prata. Eu estava apreensiva e confusa, esperei Christian chegar parada em frente à porta, não consegui esconder o nervosismo e senti meu corpo tremer.
— Você esta belíssima! — Christian sorriu ao me ver.
— Você também está muito elegante, me desculpa te convidar assim tão repentinamente.
— Não foi incomodo nenhum, eu adoro sua presença.
— Obrigada por isso, você sabe como Aaron adora que o pessoal da empresa compareça nesses eventos.
A Festa de Sangue se caracterizava por exigir que todos os convidados estejam usando vermelho, a decoração sempre era muito inovadora e contava com detalhes impecáveis de extremo luxo. Segurei o braço de Christian enquanto posávamos para as fotos de entrada apesar de toda situação me deixar um tanto desconfortável, eu já deveria ter me acostumando.
Aaron parecia ainda mais iluminado, estava no topo da escada do hotel onde a festa acontecia, seus olhos brilhavam no meio da vermelhidão, o terno aveludado em diferentes tons de vermelho entravam em contraste com o cabelos loiros que estavam soltos e bagunçados como ele gostava. Seu olhar encontrou o meu rapidamente, bateu os dedos com força no corrimão assim que olhou para Christian.
— Você quer dançar? — Christian sorriu.
— Eu preciso falar com os entrevistadores e já volto.
Caminhei pelos longos corredores do hotel, eu estava me sentindo exausta e nervosa. Não queria ver Aaron.
— Senhorita Campbell, o que você pensa sobre a gravidez de Jane McCourtney? Você acha que ela está mentindo apenas para continuar com Aaron? O que você sabe sobre os rumores de que ele estava traindo ela e saiu correndo da festa de noivado para se encontrar com a amante?
— Eu queria agradecer a presença de vocês e principalmente esclarecer que esses detalhes fazem parte da vida pessoal de Aaron, mas vamos direto ao ponto, o convite da revista para a empresa foi uma honra e estamos aqui para prestigiar a todos os envolvidos.
Os cochichos dos jornalistas entregavam seus pensamentos, eu sabia que não poderia falar o que pensava para a imprensa ou destruiria tudo. Aaron continuava no mesmo lugar, olhando as pessoas e principalmente olhando pra mim, eu não conseguia fugir de seus olhos. E nem queria.
— Agora, nós podemos dançar? — Christian mordeu o lábio.
As mãos dele me apertavam com força contra seu corpo, eu gostava da energia que Christian me trazia, o vestido se arrastava pelo porcelanato esbranquiçado. Christian me girava pelo salão enquanto os olhares de Aaron nos perseguiam.
— Eu posso roubar seu par? — Aaron apertou as mãos de Christian que sorriu se afastando. Como ele chegou aqui tão rápido?
— Claro, eu vou pegar uns drinks. — Christian me deu um beijo no rosto.
Aaron tinha o poder de me deixar sensível, vulnerável a cada toque. Seus dedos percorreram meu pescoço afastando os fios de cabelo, sua mão me segurava com força e fazia meu corpo se colar cada vez mais ao dele. A música lenta parecia ter sido feita para nós, seu nariz estava colado em minha bochecha que agora queimava como nunca.
— Você quer mesmo ignorar isso? — Aaron sussurrou.
— Você vai ter um filho, isso já não é o bastante?
— Eu quero você Summer.
Me afastei de seus braços com pressa, precisava respirar longe de Aaron, longe do calor de seus braços que me aninhavam.
Uma dança.
Acabou, eu sentia que poderia explodir em questão de segundos. Precisava ficar sozinha. Ou melhor precisava ir embora, essa ideia de trégua não daria certo.
— Christian, podemos ir embora?
— Claro, o que houve? — Ele sorriu.
— Eu só estou cansada.
Linda me abraçou assim que me viu entrar em casa com os olhos marejados, eu estava me sentindo saturada e desesperada porque sabia exatamente o que estava acontecendo.
— Você acha que algum dia alguém vai me amar como Will me amou?
— Não, não acho. — Linda falou e eu arregalei os olhos. — Acho que alguém vai te amar de verdade, do jeito que você merece e do jeito que precisa. Will não te amou, ele não soube dar valor pra você, burro.
— Eu te amo tanto, me perdoa por ser assim. — Abracei Linda com força.
— Você precisa descansar.
Senti as mãos de Aaron segurar minha cintura com força, seus olhos estavam grudados nos meus, senti cada centímetro de sua ereção encostar no interior da minha coxa. Seus dedos abriram meu sutiã, Aaron parou de me beijar e observou meu colo nu. Sua língua passeou por entre meu pescoço e foi descendo até meu seio que agora sentia o calor de seus lábios.
— Aaron... — Gemi.
Aaron me observou cada vez mais vulnerável e riu, uma gargalhada alta e aguda.
— Summer! Summer! — Linda me sacudiu.
— O que foi? Eu não acredito, isso aconteceu...
— Você estava sussurrando o nome de Aaron. — Linda riu se jogando na cama.
— Eu tô enlouquecendo e tendo sonhos eróticos com Aaron.
Lavei o rosto pela quinta vez no banheiro da empresa, eu estava parecendo um zumbi e voltava a lembrar do sonho a cada vez que piscava. Como eu queria sentir Aaron.
— Você estava pensando em mim? — Aaron me observou parado na porta.
Eu queria me conter mas não podia, descalcei os saltos altos e corri para perto de Aaron que acabara de fechar a porta, fechei as persianas devagar aproveitando o andar vazio. Estava parada a centímetros do rosto de Aaron, seu corpo me girou e não tardou para que eu fosse parar em cima da mesa bagunçada. Seus olhos alternavam entre minha boca e meu corpo, puxei Aaron para perto mordendo seu lábio, sua língua quente parecia dançar suave com a minha. Céus! Como era bom poder ter Aaron ao meu alcance, seus lábios incharam e o deixou ainda mais sexy.
— Aaron! — Ouvi a voz de Eve gritar estridente.
Levantei o mais rápido que pude da mesa, e ajeitei o cabelo com os dedos enquanto me sentava de frente para o notebook fingindo ler alguma das notícias abertas.
— Bom dia meu filho, preciso te mostrar umas coisas! — Eve o puxou me ignorando.
Aaron piscou enquanto passava as mãos sobre os lábios inchados, dei uma risada enquanto voltava a me concentrar nos papéis que já estavam todos fora de ordem.
— Eu estou enlouquecendo, eu preciso da sua ajuda! — Choraminguei.
— Summer, fica calma. — Matt suspirou.
— Você acha que eu estou muito errada?
— Não tem nada de errado em você gostar de outra pessoa, isso é ótimo.
Matt conseguia me acalmar com algumas palavras, eu sempre o considerei meu melhor amigo até mais como um irmão.
Eu precisava espairecer, desci até o andar de Eve para que pudesse conversar com Rocco e Katrina. Ajeitei a saia lápis e me preparei para bater na porta.
— Você está ficando louca? — Eve berrou.
— Eu não posso mais esconder essa mentira, Eve. Eu gosto de Aaron mas não o suficiente para iniciar esse laço. — Jane resmungou.
— Você não tem mais ninguém que confie em você como eu, se todos descobrirem que esse bebê não é filho de Aaron, você...
Arregalei os olhos antes que pudesse ouvir o que Eve dizia, tudo pareceu mudo por alguns momentos. Arrastei os sapatos pelo chão enquanto tentava molhar os lábios com a saliva, Aaron não iria ser pai e Jane ainda vai ser mãe.
— O que foi? Parece que você viu uma assombração. — Rocco sorriu.
— Pior que isso. Eu descobri tudo, tudo! — Puxei Rocco e Katrina para o elevador.
— Você pode confiar na gente, nós queremos ser suas amigas. — Katrina sorriu olhando para Rocco que afirmou.
— Jane...Jane está grávida de verdade mas o bebê, o bebê não é filho do Aaron.
— O que? — Rocco tossiu.
— Eu sabia que tinha algo muito estranho acontecendo, eu ouvi burburinhos durante todo esse mês. — Katrina suspirou.
— A gente precisa desmascarar essa vaca! — Rocco riu.
— Não, Jane não tem ninguém, não é? Apenas o pai, mas precisamos falar para Aaron.
Apertei mais de cinco vezes o botão para que o elevador subisse para o andar presidencial. Rocco e Katrina me abraçaram e eu não precisei dizer nada para que elas percebessem o que acontecia entre mim e Aaron. Abri a porta do escritório de Aaron afobada.
— Aaron? — Mordi o lábio contendo o choro.
Uma das secretárias de Aaron estava sentada com ele entre as pernas enquanto o beijava, eu deveria adivinhar o que iria acontecer. Corri o mais rápido que pude controlando minha respiração que já estava descompassada, senti o suor pingar da minha testa. Procurei a última cabine do banheiro para me esconder, eu queria vomitar mesmo sabendo que não tinha comido nada.
— Summer, por favor... — Aaron bateu com força na porta.
— Vai embora, sai daqui, sai... Por favor.
Senti a dor de cabeça me atingir em cheio, as lágrimas deixavam meu rosto cada vez mais molhado. Notei os sapatos de Aaron e percebi que ele estava sentado em frente à cabine. Os dedos tamborilavam no chão frio, senti minhas costas doerem ao encostar na parede gelada.
— Eu gosto de você, Summer e você, gosta de mim? — Aaron encostou a cabeça na porta.
— Você gosta de mim? Depois de tudo o que eu vi...
— Droga! Por que você é tão complicada?
Aaron socou a porta, me espremi sentando no chão do lado oposto da porta, senti seu dedo tocar o meu e segurar minha mão com força.
— Eu preciso te contar uma coisa... é sobre Jane e o bebê. O bebê não é seu. — Solucei.
— O que? O que você está falando?
Destranquei a porta e o observei levantar, seus braços me abraçaram com força. Podia sentir seus dedos apertando minha cintura que agora deveria estar marcada pelo seu toque bruto.
— Eu preciso tirar essa história a limpo.
— Não, por favor, eu ouvi quando Eve falou para Jane algumas coisas sobre isso...
— Você sabia que eu iria fazer isso, me espera aqui.
Seus lábios se aproximaram dos meus devagar, senti meu corpo escorregar sobre suas mãos grandes, sua língua tocou a minha suavemente pra logo depois Aaron sair correndo.
— Sum, minha filha, não se esqueça de pedir para Linda fazer as tortas de abóbora, o Dia de Ação de Graças está chegando e você sabe como é importante para a gente ter todo mundo aqui, e traga uma sobremesa! — Minha mãe berrou ao telefone falando cada vez mais rápido.
— Eu prometo que vou dizer para ela, eu estou no trabalho mamãe.
Desliguei antes que ela começasse a tagarelar como sempre fazia. Lavei o rosto com a água gelada a fim de relaxar ou pelo menos entender tudo isso, eu estava animada por estar com Aaron. Eu precisava me preparar para a fúria de Eve pois sabia que viria.
— Você quem contou para o Aaron, não foi? — Eve segurou meus pulsos.
— Do que você está falando?
— Sobre Jane, é claro!
— Eu sempre falei que essa gravidez é uma mentira, isso não é uma novidade. — Mordi o lábio.
— Eu espero que você não tenha se metido no meu caminho porque tudo que você faz tem consequências graves. Não me desafia, não ouse me desafiar!
Peguei a bolsa que estava estirada pelo chão da sala e corri para pegar meu carro, eu estava exausta e precisava dormir.
— Summer.
Ouvi sua voz rouca gritar nas portas do estacionamento, continuei parada de costas apenas escutando seus passos era tão fácil sentir o calor de Aaron, seu cheiro...
Suas mãos me viraram e eu pude contemplar cada detalhe de seu rosto, de seus olhos, de sua boca...
— Você sempre disse que não podia ficar comigo porque eu estava noivo e iria ter um filho mas agora... o que falta? — Aaron sorriu.
Eu nunca tinha conhecido esse lado dele, na verdade, nunca tinha nem o visto de forma tão humana.
— Summer... eu te...
Pressionei minha mão sobre sua boca antes que ele pudesse dizer qualquer coisa, toda aquela sensação me deixava arrepiada e pior ainda me dava náuseas. Eu podia ouvir o coração de Aaron, abracei seu corpo grandalhão que mal coube no meu abraço, seus cabelos caíram sobre os olhos.
— Eu preciso ir.
Deitei com o rosto grudado no travesseiro, não era possível que Aaron pudesse mesmo dizer aquelas palavras. Ele estava livre, finalmente livre mas eu não. Eu não podia dar para Eve a chance de expor todo meu sofrimento para os quatro cantos de Manhattan e pior ainda me machucar cada vez mais.
Espero que tenham sentido minha falta tanto quanto eu senti a de vocês! Me desculpem essa demora para postar mas estou escrevendo mais capítulos fresquinhos para vocês.
QUERIA PEDIR A TODOS VOCÊS ESPECIALMENTE PARA OS LEITORES FANTASMAS QUE ME ACOMPANHAM SÓ POR VIEWS, PLEASE EU PRECISO DE VOCÊS! VOTEM E COMENTEM!
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