Orun - Aiyé: Guerra Santa #Wa...

By AssisOluff

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#Trailblazers #Wattys2016 Na África Mítica, uma conspiração ancestral, faz com que uma guerra frat... More

PRÓLOGO - GÊNESE
CAPITULO I - FRUTO E MORTE
CAPITULO 2 - OLODURECÊ
CAPITULO 3 - AS SENHORAS DO PÁSSARO DA NOITE
CAPITULO 4 - OYÁ
CAPITULO 5 - A FILHA DO VENTO E DOS RAIOS
CAPITULO 6 - O CONSELHO DOS ANCIÕES
CAPITULO 7 - O JULGAMENTO
CAPÍTULO 8 - O ERMITÃO E O ANÃO
CAPITULO 9 - SANGUE VERDE
CAPITULO 10 - DOMANDO O VENTO
CAPÍTULO 12 - ENTRE O VENTO E O FOGO
CAPÍTULO 13 - O GUARDIÃO DO CENTRO DO MUNDO
CAPÍTULO 14 - O ESPÍRITO DO SANGUE
CAPÍTULO 15 - RESTOS
CAPITULO 16 - SOCIEDADE GELEDÉ
CAPÍTULO 17 - O REI QUE SE VESTE DE SANGUE
CAPÍTULO 18 - LUA E ANCESTRALIDADE
CAPÍTULO 19 - COURO E CHIFRES
CAPÍTULO 20 - A FILHA PRÓDIGA
CAPÍTULO 21 - O CASAMENTO REAL
CAPÍTULO 22 - O FORMIGUEIRO
CAPÍTULO 23 - A ALMA DA ÁGUA E DA PEDRA
CAPÍTULO 24 - O CERCO DOS VAMPIROS ASAMBOSAM
CAPÍTULO 25 - O COMEÇO DO FIM DA DINASTIA DA TERRA
CAPITULO 26 - A ÁGUA QUENTE DO CÉU
CAPÍTULO 27 - O MATADOR DE ELEFANTES E O SEU DESTINO
CAPÍTULO 28 - O SOM DA HARMONIA
CAPÍTULO 29 - ANDANDO SOBRE O DESTINO
CAPÍTULO 30 - O LAÇO DO RAIO
CAPÍTULO 31 - O MAIOR REI DE TODOS OS TEMPOS
CAPÍTULO 32 - MOVIMENTO
CAPÍTULO 33 - O CORAÇÃO MATERNO E A BATALHA DO BÚFALO
CAPÍTULO 34 - O RESSURGIMENTO DA TERRA
CAPÍTULO 35 - PALHA E FOGO
CAPÍTULO 36 - TRÊS SONHOS
CAPÍTULO 37 - CONTRA A CORRENTEZA
CAPÍTULO 38 - ALAKETU
CAPÍTULO 39 - O DIA DO SILÊNCIO
CAPÍTULO 40 - UMA ENTREGA E UMA BUSCA
CAPÍTULO 41 - UM ACORDO
CAPÍTULO 42 - CONVERSA EM FAMÍLIA
CAPÍTULO 43 - O VENTO DO DESTINO
CAPÍTULO 44 - RECONHECIMENTOS
CAPÍTULO 45 - CONTORNOS
CAPÍTULO 46 - O FESTIVAL (Parte 1/3)
CAPÍTULO 47 - O FESTIVAL (Parte 2/3)
CAPÍTULO 48 - O FESTIVAL (Parte 3/3)
CAPÍTULO 49 - PREPARATIVOS
CAPÍTULO 50 - A SÚPLICA DE MOREMI
INTERLÚDIO I
CAPÍTULO 51 - ÁGUA DE PEDRAS DE RAIO
INTERLÚDIO II
CAPÍTULO 52 - SEMENTES DE SOMBRAS
INTERLÚDIO III
CAPÍTULO 53 - MUDANÇA DE SORTE
INTERLÚDIO IV
CAPÍTULO 54 - PLANOS E CONSELHOS
INTERLÚDIO V
CAPÍTULO 55 - A FUGA
INTERLÚDIO VI
CAPÍTULO 56 - A DERROTA DOS IGBÔS
INTERLÚDIO VII
CAPÍTULO 57 - CONVERGÊNCIAS
INTERLÚDIO VIII (parte 1 de 2)
CAPÍTULO 58 - NOTURNO DE SANGUE
INTERLÚDIO VIII (parte 2 de 2)
CAPÍTULO 59 - A BOLSA DA EXISTÊNCIA
INTERLÚDIO IX
CONVERSA
CONVERSA II
CAPÍTULO 60 - A CIDADE DE IRÁ
CAPÍTULO 61 - A MALDIÇÃO
CAPÍTULO 62 - A MORTE LUDIBRIADA
ELENCO
CAPÍTULO 63 - CONFRONTOS
CAPÍTULO 64 - TRIÂNGULO QUEBRADO
CAPÍTULO 65 - MÃE DE TODOS E DE TUDO
CAPÍTULO 65 - PAUSA SECA
CAPÍTULO 66 - FOGO CONTRA AÇO

CAPÍTULO 11 - A REUNIÃO NAS ÁRVORES

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By AssisOluff


O VIOLETA MUDOU DEVAGAR PARA UM ROSA QUE SE AVERMELHOU E SE APAGOU NUM NEGRO SALPICADO DE PONTOS IRIDESCENTES E UM RASGO AMARELO NO CÉU A ANUNCIAVA, a noite se abatia mais rapidamente do lado Oeste da floresta. Até o vento acalmou-se e as árvores só balançavam lentamente as copas, como se a natureza estivesse cautelosa. Vista do chão eram gigantes enegrecidos; mas olhadas de cima como é próprio dos pássaros e do que não é natural, iluminadas pela luz da Lua ferida que caia devagar ao chão parecia um tapete de um verde escuro e uniforme, mesmo o relevo de montes e veias de rios aqui e acolá. Aos poucos, pássaros diferentes - pombos, falcões, urubus, corujas, pequenos, grandes, escuros, coloridos, pousaram em vários pontos de uma pequena clareira iluminada apenas pela fogueira pequena que ardia em seu centro. O barulho de sua chegada era uma algazarra que encobria os sons dos outros animais, ou eles estava calados frente a tão estranho grupo.

Aos poucos as aves transformavam-se em formas humanas encarquilhadas e pequenas, como se os animais se transfigurassem, que depois iam crescendo, uma névoa azul circulava no chão, anunciando que quem iria participar dessa reunião chegava: as Iyás Mi estavam prestes a espalhar sua presença na noite dos homens e extrair dela seu poder! Os inúmeros pássaros eram seus veículos, mulheres de várias idades se humanizavam, algumas mais velhas, outras mais novas, só uma delas era uma adolescente aparentemente. As Iya Mi, as chamadas feiticeiras ancestrais, não são uma Entidade específica, como muitos erroneamente podem pensar, mas um conjunto complexo de energias pulsantes e descontroladas, geradoras, mantenedoras e destruidoras da vida, o espírito aglomerado das ancestrais divinas geradoras do planeta e da raça humana. Filhas da Mãe Primeira.

Ìyá Mi são energias que, até mesmo os mais sábios sacerdotes (mẹ̀gùn) ou magos (ọlọ́ògùn) experientes possuem cautela ao manipularem. Encontramos três tipos de Àjẹ́ (feiticeiras), assim como Oṣó (o masculino delas): Àjẹ́ funfun, feiticeiras ligadas ao àṣẹ funfun (branco), são as menos perigosas, mais "sensatas e racionais" e proporcionam proteção aos seus, mas também matam, mesmo que seja para proteger; Àjẹ́ pupa, feiticeiras ligadas ao àṣẹ pupa (vermelho), completamente letais, capazes de causarem doenças, epidemias e grande derramamento de sangue, até a uma comunidade ou família inteira, matam de maneira muito dolorosa; e Àjẹ́ dúdú, feiticeiras ligadas ao àṣẹ dúdú (preto), as mais temidas, trabalham na madrugada e levam a morte certeira, aos incautos, dificilmente declara-se. Por sorte hoje ou azar da humanidade todas elas estariam reunidas ali com um único propósito: conspirar.

O tempo não representava muita coisa para elas, pois eram contínuas, viviam a mais tempo do que se lembravam, eram mais velhas até do que muitos dos Brancos, os orixás Irunmolés, responsáveis diretos pela criação, descendiam da Grande Iyá Agbá, Oduá, a Mãe de Todos e Todas, o outro lado do masculino OBatalá, o Grande Babá Nlá Agbá (Pai ancestre do Branco). Esperavam a feiticeira mais velha dentre elas, pois os planos tão bem arquitetados por todas se encontravam em perigo momentâneo e ela tinha notícias sobre a jovem que seria sua Chave. Três anos mortais já se passaram e a menina tinha desaparecido depois que a acharam na ilha de Jebba.

Eram todas Iya Malé, todas possuíam a cabaça, o ventre místico que contém o pássaro e o seu poder de feiticeira, mas só à coruja negra e enorme era dada as sete mais antigas. É este pássaro quem leva os malefícios, pragas, quebranto e feitiços até seus destinos. Sua elegância e beleza, além da agudeza faz de seu silêncio um fator de surpresa às vítimas em potencial quando pousa suavemente nos tetos das suas casas. Nada escapava de seu desejo.

Aos seres humanos resta somente não atravessarem seu caminho com tal força ancestral poderosa. Ao ouvirem seu temido canto, sempre a noite quando é propício para toda má sorte ser encaminhada, todo ser humano deve proteger-se e agradá-la. Iya Mi está sempre encolerizada sem razão aparente e sempre pronta a descer sua ira contra os seres humanos, não existe escapatória. Num estado de irritação constante, seja ou não maltratada, esteja em conjunto ou só, quer se fale bem ou mal dela, ou até mesmo que não se fale, deixando-a assim num esquecimento desprovido de glória. Por isso fala-se a boca pequena, sem mencionar o seu nome que é de má sorte: "Se ela diz que é pra matar, eles matam, se ela diz pra levar os intestinos de alguém, elas levarão".

Ela envia pesadelos, enfraquece os corpos, doenças acometem o corpo e o espírito, dores exaltam a barriga, levam embora os olhos e falta de ar aos pulmões das pessoas, febres, dores de cabeça, não deixa que as mulheres engravidem e não deixa as grávidas darem à luz, miséria, rancor e morte são suas dádivas. Tudo é pretexto para que Iya Mi se ofenda. Como é muito astuciosa, para justificar sua cólera, ela institui proibições (ewô) que não propaga de boa vontade, pois assim poderá alegar que os homens as transgrediram e assim os poderá punir com rigor, mesmo que as proibições não sejam violadas, seus filhos os Ajoguns são enviados para destruir e matar indiscriminadamente quem atenta contra essas proibições.

As feiticeiras ficam ofendidas se alguém leva uma vida muito virtuosa, se alguém é muito próspero, feliz e junta uma fortuna honesta, se é por demais bela ou agradável, se goza de muito boa saúde, se tem muitos filhos, e se essa pessoa não pensa em acalmar os sentimentos de ciúme dela com oferendas em segredo. É preciso muito cuidado com elas.

Quando as Iya Mi reúnem-se, elas levam uma vítima ou o sangue de uma pessoa e comem as entranhas e bebem juntas o seu sangue. Seguem o cheiro do rastro do sangue do fígado e do coração no corpo humano, especialmente apreciados como iguaria por elas, pois são centros de poder (Axé), pois fazem circular a energia no corpo, direcionando-as em toda a matéria viva.

Só existiu um homem que conseguiu apaziguá-las e contê-las, descobrindo assim suas fraquezas: Orunmilá, o maior Babalawô (adivinho) da Terra (Aiyê) e por isso é a pessoa mais odiada por elas desde sempre.

Todas que iam chegando se posicionavam ao redor da fogueira pequena, o fogo as dizia que estavam em sua absoluta quantidade, sem uma só faltar, o que a Iyalodê (Chefe feminina) iria trazer com certeza poria fim ao sistema que tanto queriam derrubar: o poderio masculino dos funfun (Brancos) e reescrever a vida de acordo com suas ordens: As teorias do Caos e da Incerteza demonstraram a saga do Cosmo que organizou-se ao desintegrar-se, aniquilando a antimatéria pela matéria, a autodestruição de numerosos astros, colisão de galáxias, elas sabiam que o que existia podia ser destruído e portanto faltava pouco, a Chave seria importante, além das mulheres de grande axé (força) que estavam nascendo e que eram parte delas, suas filhas, pois todas as mulheres eram suas filhas, toda mulher era uma Ajé (Feiticeira)!

O guincho alto faz paralisar a respiração e o vento quente. Quando todas ergueram suas cabeças e olharam para cima viram contra a escuridão da noite asas grandes desenhadas pela luz escassa que penetrava sua escuridão densa, aos poucos as árvores agitaram-se quando elas aplainavam e com o vento produzido de sua movimentação. Devagar e elegantemente a grande coruja negra desceu, espalhando folhas verdes, quebrando pequenos galhos e quase apagando a fogueira. O animal era grande, via-se que era antinatural uma ave ter um tamanho daqueles. De uma asa a outra deveria ter uns quatro metros, sua cabeça era de uma coruja normal, mas seus olhos eram fundos, com um amarelado que jorrava uma luz fraca; seu bico media uns trinta centímetros e era fino e agudo como uma faca. Seu peito era forte, bem como suas pernas que terminavam em garras grandes que fechadas poderiam esmagar a cabeça de uma pessoa. Ela trazia um corpo humano que pelo visto estava vivo. Um homem! Elas perceberam antegozando de prazer e seus olhos brilhavam com uma luz incomum, vítreos, refletindo o fogo que nessa hora se tornava azul.

O animal grande conforme mudava para sua forma anciã fazia com que quem não a conhecia tivesse medo, as mais novas ainda tinham o respeito que o temor incita aos inseguros. Ela via as asas se transformarem em um manto gasto encobrindo seus longos braços magros, suas mãos esquálidas continham braceletes de bronze e seu pescoço longo era carregado de colares de búzios, seus seios murchos chegavam até seu umbigo. Todas reverenciavam a Iyálodê (Senhora Chefe). Depois de todos os cumprimentos ela se dirigiu ao centro da clareira e ficou em frente ao fogo, que lhe iluminava os olhos com um azul sobrenatural.

Aos seus pés o homem jovem visivelmente machucado, com inúmeros cortes pelo corpo, olhava aterrado para a estranha reunião de mulheres e compreendeu quase no fim da sanidade que elas eram as temíveis Iyá Mi Ajés. Estava irremediavelmente perdido.

- Irmãs é chegada a hora de tomarmos o que é nosso por direito. A Primeira já esperou demais e por conseguinte nós também. Chegou o momento em que as Filhas da Terra se levantarão e mudarão o Orun e o Aiyê de uma forma definitiva! A Chave já encontra-se madura e será usada junto com as outras duas filhas para a destruição desse modo de vida submisso e seremos as artífices do novo Universo que virá! Continuaremos a obra de nossa Mãe e então todos serão apagados da existência.

- A Chave Iyá Oxorongá. A moça chamada Oyá estará de nosso lado? Onde ela está senhora? - Perguntaram várias vozes ao mesmo tempo.

- Mais perto do que pensamos! O caçador que tentou livrá-la de nossa influência, só adiou o inevitável, toda mulher é parte de nós e quem tem poder será uma de nós, quer queira, quer não. - falou Oxorongá, a velha.

- Temos mais aliados do que pensam os homens e para fechar nosso pacto com força total eu trouxe o escravo pessoal de Orunmilá, o qual é um Osó (feiticeiro), como um recado para o velho adivinho que agora a guerra é maior do que ele poderia imaginar.

Vários gritos de aprovação e prazer vieram das mais de vinte mulheres que estavam naquela clareira, nisso a excitação que correu no meio de todas elas cresceu até seu ápice, quando todas esperavam que Oxorongá selasse com sangue o que todas ali esperavam desde tempos imemoriais. Chega de esperar!

O homem rezava baixo suas preces pedindo uma intervenção divina, que não o deixassem morrer, mas viu que tudo seria em vão e aceitou seu destino. Chorava copiosamente. Não é do feitio dos seres humanos desejar a morte, mesmo que ela fosse natural.

Então cada uma tirou seu Adô (cabaça mágica) para a realização do ritual. A mais velha ainda com os pés em forma de garras que seguravam o homem o olhou com interesse pois escutou que ele estava se entregando a Olodumarê (Deus) e sorriu um sorriso de dois dentes. O homem gritou forte, debatendo-se e quatro das Iyá Mi rasgaram os trapos que o cobriam e seguraram suas pernas e seus braços, o Osó (feiticeiro) sentiu que não eram mais mãos que o seguravam e sentiu as garras se enfiarem em sua carne, cortando onde seguravam, soltou um grito de terror quando a mais velha aproximou seu rosto do dele e ele sentiu o cheiro pútrido de carne decomposta, folhas molhadas e terra na pele negra enrugada e coberta de um pó branco que a deixava com a aparência de uma caveira. Seu terror lhe cortou a respiração quando olhou nas órbitas vazias amareladas e viu que seu nariz e boca se projetavam para frente num bico fino e reluzente. Seu guincho estourou seus tímpanos que sangraram e ela por fim se jogou para frente desferindo um golpe certeiro em seu coração, suas garras se escancaram no seu peito fincando-se nele, cortando sua carne, quebrando suas costelas, expondo seus órgãos internos, via-se seu coração batendo apressadamente, seus pulmões enchendo-se ar e afogando-se em seu próprio sangue e seu intestinos enrolando-se como um verme. O cheiro de fezes e urina dele empesteou o lugar, ele morreu devagar enquanto todas se serviam de seu sangue e de suas entranhas. Por último com pedras elas conseguiram quebrar seu crânio e se lançaram sôfregas a comer o seu cérebro. Muitas além de beber do sangue e comer suas entranhas, se banharam desenhando símbolos antigos em seus corpos. Cantigas arcanas escapavam de suas entranhas.

Quando o que restou do homem foi somente sua carcaça, Oxorongá cortou seu pênis e o comeu. Suas irmãs estavam extasiadas, muitas deitadas na clareira sorridentes, outras assumiram suas formas de pássaro e se empoleiraram nas árvores próximas.

Quando tudo era calma como só a morte trás o silêncio, ela falou em sua voz milenar e esquecida pelo tempo e hoje só escutada pela imaginação e pelo medo, espalhou alguns pós vermelhos, pretos e brancos sobre o corpo sem vida e então as que estavam perto dela se assustaram quando a terra se mexeu como se mãos feitas dela se mexessem e seguravam o corpo e só Oxorongá viu a boca e os olhos escuros que comeram os restos do Osó. Todas dobraram-se pondo suas cabeças no chão em reverência. Em poucos minutos não existia nenhum rastro do que acontecera ali.

- Agora os Ajogun (Àqueles Que Lutam Contra A Humanidade) podem ser espalhados contra a Humanidade, a eles cabe o papel de encontrar e trazer a Chave até nós. O primeiro deles está para chegar, se ele a trouxer ilesa será seu esposo e então seu caminho terá se completado: que Ikú (a Morte), Arun (a doença), Ofó (o Prejuízo ou Perda) e os outros espíritos malignos que estão sobre nosso comando vão no encalço de Oyá nesse exato momento! Não existe ninguém e nada que ficará no caminho deles e no nosso! - Dizendo isso Iyá Agbá Oxorongá metamorfoseou-se em coruja e partiu rápida em direção ao nascer do Sol, sendo seguidas por todas as outras feiticeiras.

Quem viu aquela revoada e os sons que elas ressoavam satisfeitas se abaixou encostando a cabeça no chão, levantou suas mãos e pediu misericórdia.

-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-

Invisível e transitando nas faixas vibratórias das realidades, Exu assistia a tudo com um horror próprio e próximo a reverência, ele que nunca tivera medo de nada, muito pelo contrário, sua curiosidade e apetites sempre lhe impulsionavam, sentia um frio percorrer sua espinha de alto a baixo, arrepiando os pelos de seu corpo.

Nunca imaginara que ao perseguir o raptor do escravo de seu amo Orunmilá iria se deparar com cena tão dantesca. Seu senhor não iria acreditar no que ouvirá das Iyá Mi, ou antes, pensou melhor e decidiu falar uma parte da história: o destino fatal do escravo Osó do adivinho do Rei de Oyó, mas omitiria os planos das feiticeiras, pois seja lá qual fosse o resultado da peleja em questão ele sempre receberia sua parte. Antes precisaria saber quem eram aquelas três mulheres, para ai poder usar essa informação.

Vibrando cada vez mais rápido, ele via tudo e todos em todas as dimensões e teve a certeza que tomou a decisão certa. Sem mais o que fazer ele pôs-se a caminho de casa. Quem percebia esse caminho podia notar um borrão preto salpicado de vermelho que tremia e piscava em muitos lugares ao mesmo tempo, uma miragem que se desfocava, aparecendo como uma ilusão, era Exu caminhando, trilhando seus caminhos.

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