Além do Tempo

By GihCross_27

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O amor não escolhe clásse social, personalidade, etnia... não escolhe hora, nem lugar. Ele simplesmente acont... More

1 - O Encontro
2 - O Encontro part. 2
3 - Primeiro dia de aula
4 - Divergências
5 - Confusões de Sentimentos
6 - Sentimento de Mudança
7 - Conflitos
8 - Descobertas
9 - Sentimento de Esperança
10 - Orgulho Ferido
11 - Mesmos Erros de Sempre
12 - Condescendência
13 - Abstinêcia
14 - Amor a Prova de Balas
15 - Oceano
16 - Estou Pronta
17 - Voltando a Realidade e Conhecendo o Perdão
18 - Tudo ou Nada
19 - Decisão Tomada
20 - Minha Dona
21 - Cartas na Mesa
22 - Minha Rainha
23 - Toda Sua
24 - Acertando as Contas
25 - Tudo muda... Tudo passa
26 - Dores e Conquistas
27 - Um Pedido, A Viagem
28 - Noite Feliz
29 - Intolerância
30 - Londres
31 - Curtindo a Vida
32 - Lá Ville Lumière - A Cidade Luz
33 - Au Revoir!
34 - Certezas
35 - Sua Para Sempre!
36 - Lua de Mel e Outras Coisas
37 - Desprezo é a Arma
38 - Ponto de Impacto
39 - Vida que Segue
40 - Fidelidade
41 - Danou-se
42 - Sou Órfã!
43 - Descontração
44 - Noite na Boate e Despedida
45 - Noite das Garotas
46 - O Ano Em Que Ela Não Viveu
47 - Bons Ventos
48 - Promises of Love
49 - Recatada e do Lar
50 - Mais Um Ano
51 - Sonhos de Amor
52 - Naxos
53 - Antio Athína
54 - Cult
55 - Memórias
56 - Novos Caminhos
57 - Ciclos
58 - Desencontros
59 - Mary Margaret
60 - Febre
61 - Notícias
62 - Desenterrando
64 - Acasos não são Acasos - part 1
65 - Acasos Não São Acasos part 2
66 - Visitante
67 - E o Tempo Seguia
68 Inconsequência
69 - Motivos
70 - Lutar
71 - Esperança...?
72 - Provações
73 - Confronto
74 - Destino
75 - Destino parte 2
76 - Reviravolta
77 - Transições
78 - Ansiedades
79 - Sombras do Passado part 1
80 - Sombras do Passado part 2
81 - O Preço da Vida
82 - Milagres do Paraíso
83 - Finaly part 1
84 - Finaly part 2

63 -Você é Minha Luz

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By GihCross_27



Nos despedimos de Dn. Marinalva e Assis, assim como de todos os velhinhos e fomos embora. O caminho de volta para casa de Sandra foi feito em silêncio, minha mãe não dizia nada. Via pelo retrovisor ela olhando para fora. Sua mente estava em algum lugar perdido no passado. Eu também não estava diferente, saber mais da história de minha família estava me deixando atordoada. Mas precisava saber mais. E foi assim, até chegar em casa.

- Filha? - ela chamou, me arrancando do torpor. - Podemos conversar? - perguntou.

Seus olhos estavam meio avermelhados pelas lágrimas que derramou enquanto eu conversava com sua madrinha. 

- Claro. - respondi baixo.

Regina beijou meu rosto, acenou com um sorriso para Mary e logo saiu com Sandra, nos dando privacidade. Sentamos no sofá e ficamos uns minutos ainda em silêncio, pois deveria ter sido muito doloroso para ela ter cavado seu passado e externá-lo assim, depois de tanto tempo, pois vi a dificuldade em como começar essa conversa. Ela então suspirou profundamente. 

- Se pudesse voltar ao passado...hoje sinto tanta vergonha por tudo que causei a minha mãe, a você e a mim mesma. - uma lágrima rola em seu rosto. 

- Mãe… 

- Não, Emma! Por favor, me deixe falar! Você precisa ouvir minha versão dessa...nem sei se devo chamar isso de história...tão marcada de fatos tristes. - limpou o rosto e suspirou. Bom...tudo que minha madrinha te contou é toda a verdade e não quero ter que voltar nessa parte. Só o que ela não sabia era que eu amava sim seu pai, e como o amava. Me tratava como uma princesa, não me deixava faltar nada. Claro que quando o conheci não esperava que me apaixonasse, minha intenção era sim seduzi-lo, tirar vantagem do seu status. Eu não me importava com o que falassem sobre minhas atitudes, afinal, quando se é jovem nunca vemos o errado, não é? - me olhou e abaixou a cabeça. - Ele era um homem bonito, atraente. E você tem muito dele. - sorriu de forma saudosa. - Trabalhava na agência de turismo do pai pra pagar a faculdade, fazia medicina. Hoje, com certeza, deve ter sua própria clínica. Mas não sei mais que isso. 

- Como ele se chama? - perguntei e a vi tensionar no mesmo instante. Levantou e foi até a janela. 

- Me perdoe, filha, mas mencionar o nome dele é trazer mais lembranças ruins. Como a que ele mostrou realmente quem era: um homem totalmente diferente do que era no começo. Era sim um esnobe, gostava de mostrar que tinha, mas nunca imaginei que seria capaz de fazer o que pretendia. Achei que ficaria contente por saber que teríamos um filho, que seríamos felizes, mas me enganei completamente. - ela fungou. Estava de costas para mim, mas sabia que chorava. - Ouvi ele em uma ligação com alguém do exterior. Negociava um alto valor para se livrar de você assim que nascesse. Já estaríamos em Nova Iorque quando isso acontecesse e quando tive noção dessa loucura surtei, entrei em seu escritório e discutimos feio. - virou e olhou em meus olhos. - Eu nunca deixaria que tirassem você de mim, Emma. Nunca! - disse com propriedade. - Ele tentou me convencer de todas as maneiras possíveis de que seria melhor assim, que não queria ter filhos, que "isso só interferiria em sua vida" e então o xinguei de todos os nomes que imaginar. Ele me bateu e me ameaçou, consegui agredi-lo e fugir antes que acontecesse o pior. Depois disso estava decidida a processá-lo, mas ele ameaçou a mim e minha madrinha. Disse que você sofreria as consequência se eu levasse isso a fundo. Então, quando você nasceu, tomei uma das piores decisões da minha vida: te entregar a um orfanato.

Tive muito medo, era jovem e ainda tinha 19 anos, não tinha condições de me criar, imagina criar você? Tive medo de que ele cumprisse com suas ameaças e foi por isso que fiz o que fiz. E você cresceu pensando que eu não a amava, filha. Eu quis tanto te dar um futuro, mas nunca conseguiria. Foi quando procurei mamãe e disse onde você estava e sumi da vida de vocês até então. E o resto da história você já sabe. 

Ela finalizou seu relato, nossos olhos banhados em lágrimas. Nunca imaginei o quanto ela sofria, enquanto passei anos numa terrível briga com meu próprio ser acreditando que ela não me queria, que havia me abandonado por não me amar e ela só queria me dar uma melhor chance de vida. Não pensei duas vezes, me levantei do sofá e corri ao seu encontro a tomando em meus braços. 

- Por favor, filha, me perdoe! Me perdoe! Eu...eu… - não conseguia falar devido aos soluços e seu corpo tremia

- Shiii...agora acabou! Passou, estou aqui com a senhora. - falei eu seu ouvido, ela estava agarrada ao meu corpo com a cabeça deitada em meu peito. 

Como não perdoá-la depois de saber tudo que sei? Depois de saber tudo o que sofreu sozinha. Pois eu ainda tive minha avó, mas e ela? Passei a admirá-la por sua coragem e determinação. Jamais a julgaria por seus erros, porque ela e Dn. Marinalva pagaram por seus erros e com juros à vida. 

- Eu queria tanto ter sido uma pessoa melhor por você, Emma. Queria ter tido coragem e feito tudo diferente.

Me afastei e peguei seu rosto entre as mãos, beijei sua testa e sorri compreensiva. 

- Vamos deixar o passado no lugar dele, hum? - sequei suas lágrimas e ela assentiu. - Nunca poderemos mudar o que aconteceu, mas agora temos a chance de fazer o diferente. - sorri. - Te perdôo, mãe...te perdôo e te quero em minha vida. 

- Obrigada! Eu te amo tanto, minha filha. Tanto! 

- Também te amo, mãe! - me abraçou mais uma vez e meu coração batia desesperado, foi tão bom ouvir e dizer essas palavras e sentir a felicidade me tomar por completo. Permanecemos assim por um bom tempo.

                   ☆♤☆

Nos dias que se seguiram, fizemos várias coisas, mas não deixamos de visitar dona Marinalva e seu asilo todas as manhãs. Sandra adotou aquelas pessoas e também ia conosco; prometeu continuar indo vê-los sempre.

Procuramos por seu Neneco e contei a ele sobre dona Marinalva e ficou muito emocionado ao rever minha mãe. Seu netinho estava muito bem e Mazinho e Carol já esperavam por outro bebê. Demos uma força com o enxoval. Morcegão havia sido assassinado e o Cantagalo já tinha um novo dono. A violência havia aumentado nitidamente.

Mestre Tião acidentou-se em casa e não podia mais jogar capoeira. Mas não perdeu a alegria e apoiava muito o filho que seguia seus passos.

Marcamos encontro com Dolores na praia e ela e Regina passaram longas horas conversando. Parece que Henry não andava muito bem do coração. Cora, como sempre, levava a vida entretida nas ilusões do mundo da moda.

Na véspera da virada, nos encontramos com Ruby na casa de Sandra e partimos juntas pra ficar na praia de Copacabana. Havia gente do mundo inteiro e foi estimada a presença de quase dois milhões de pessoas.

Passamos por situações cômicas, nos aborrecemos, rimos, conversamos, vivemos de tudo em poucas horas. No final, contemplamos a queima de fogos em silêncio, apenas pensando na vida dali por diante. Eu estava abraçada com Regina, o queixo repousando sobre sua cabeça, e tudo que pensava era que queria estar com ela em mais infinitos natais e anos novos.

- Eu te amo, Emmy. Feliz ano 2000! – virou-se de frente para mim e sorriu.

- Também te amo, minha Rainha. – sorri – Feliz ano novo. - abracei minha mãe longamente. - Feliz ano novo, dona Mary Margaret! - ela sorria e me apertava. 

- Feliz ano novo, minha filha!

- Feliz ano novo, oba, oba, oba... – Ruby, bêbada, nos agarrou emocionada – E nesse ano eu me formuuuuuuuuuuu e vou ganhar o munduuuuuuuuuuuu, uhouho!!

Sandra uniu-se nesse abraço e fomos devidamente esmagadas com muito amor. 

                  ☆♤☆

Regina e eu estávamos na cama. Ela nua, deitada de bruços, mãos entrelaçadas e queixo apoiado sobre elas. Eu, também nua, estava posicionada sobre suas nádegas enquanto massageava-lhe as costas.

- Hum, essa sua massagem é divina...

- Tenho muitas habilidades.

- Ah, mas isso é o que não te falta, meu amor... – virou a cabeça de lado deitando-a sobre as mãos – Sabe, estou muito orgulhosa por você ter se entendido com sua mãe. Vendo o lado dela, depois de ter ouvido sua versão dos fatos, seu pai não tinha o direito de ter proposto isso. Você não tem vontade de encontrá-lo?

A lembrança desse homem me despertou profundo mal estar e interrompi a massagem saindo de cima dela e me sentando na beirada da cama.

- Regina, mesmo que esse cara morasse aqui no Brasil, eu não iria perder meu tempo procurando por ele. Aliás, só a lembrança dele já me deixa irritada.

Ela levantou-se e ficou de joelhos atrás de mim me abraçando.

- Perdoe amor, eu não quis te irritar. – beijou meu rosto – É que eu pensei que talvez fosse bom para você ouvir o que ele teria a dizer. – beijou meu rosto de novo – Mas se você não quer, tudo bem. Acabou o assunto. Eu também não quero que ele ou quem quer que seja a faça sofrer.

Saí de seu abraço e me levantei.

- Ele não tem bala na agulha pra me fazer sofrer. No máximo pode me fazer ter vontade de acertar um bom soco na cara dele. Não gosta de bater em mulher? Então deve gostar de apanhar de uma.

- Emmy, ele é seu pai. – sentou-se na beirada da cama me olhando com espanto.

- Pai é quem cria e ele não me criou. Queria até me dar de presente pros outros! – ri – Deve ser uma boa bisca... – passei a mão nos cabelos – Bem feito que tomava chifre. E olha – fiquei de frente para ela – se ele viesse chamar minha mãe de vadia, vagabunda e aquelas coisas que esse tipo de homem gosta de falar, eu metia a mão na cara dele na maior. E ainda diria assim: “Essa é pela minha mãe!”

- Nossa! Mas você é mesmo brava... – olhou-me de cima a baixo. 

- E sou mesmo. – pus as mãos na cintura – Aprende uma coisa Regina, não sou mulher que perde tempo comendo mel; eu chupo a abelha!

- Oh my, really?  (Oh meu...mesmo?) - escorregou até o meio da cama e reclinou apoiando-se com os cotovelos enquanto abriu um pouco mais as pernas – Zum, zum, zum...

- O que é isso? – perguntei rindo – Zum, zum, zum?

- Eu sou uma abelha... - riu sacana.

- Ah... – ri e caminhei até a cama – Você é abelha? Sei... – posicionei-me entre suas pernas e segurei suas coxas – Sabe o que eu faço com abelhas, não sabe? – aproximei os lábios de seu sexo

- Ouvi dizer... – sorriu

- Vou te mostrar. – mergulhei a boca entre suas pernas e comecei a chupá-la lentamente.

- Oh yes, my love... Yes, yes... ( Oh isso, meu amor...isso, isso) – jogou-se na cama e abriu os braços – I’m a bee! (Eu sou uma abelha) – riu – Oh...yes..my love...

                ☆☆♤☆☆

Os trabalhos recomeçaram em janeiro a todo vapor. As obras de restauração estavam indo bem e a previsão do encerramento de nossas atividades era para o final do mês de abril. Compramos duas padarias falidas e as reformamos em dois meses. Foram vendidas para os mesmos religiosos que haviam comprado um imóvel conosco à vista em dezembro.

Arthur finalmente voltou a trabalhar em fevereiro e começou a haver constantes desentendimentos entre ele e Julio. Regina e eu sentíamos que aquilo não iria terminar bem, e, por conta disso, aceleramos os planos de montar nosso próprio negócio. Regina pesquisava oportunidades e eu, como sempre, era muito mais uma mulher de cálculos e canteiros de obras.

Meu relacionamento com minha mãe ia de bom pra melhor. Ela foi efetivada definitivamente no restaurante e via-se como ela estava radiante. Sua aparência antes triste agora estava alegre, seus olhos castanhos brilhavam. Eu estava muito feliz por vê-la feliz.

Vovó Granny voltou para Londres em fevereiro. Disse que mais alguns dias na fazenda fariam com que ela enlouquecesse.

Comemoramos nosso aniversário de casamento apenas no final de março, por uma questão de disponibilidade no trabalho, e fomos para Fernando de Noronha. Tiramos quinze dias de férias e durante nossa ausência Carlos e Bárbara vieram do Rio para assumir a liderança. 

- Regina esse lugar é lindo demais!! – abri as janelas do nosso quarto – Só a visão que tivemos durante a viagem me deixou maluca!

- É verdade! Mas confesso que quando vi o aviãozinho que nos trouxe me lembrei de Sandra e seu teco teco indo para Lukla... – riu

- Ah, nem se compara! Sabe? – olhei para ela – São cenários diferentes, mas este lugar não deixa a desejar pras ilhas gregas.

- Concordo, mas penso que devemos explorar com mais detalhes para ter uma opinião mais consolidada. – abriu sua mala – Vamos efetivamente chegar – começou a retirar a roupa – e sair por aí. Podemos alugar um buggy, porque vi uma locadora no caminho, e rodar um pouco pela ilha.

Olhei para o relógio.

- São duas e meia. Até que horas será que o comércio fica aberto?

- Não sei. Podemos perguntar na recepção.

- Pra moça que quase caiu pra trás quando manjou que a gente é um casal? – ri – No way (De jeito nenhum!), ela ficou com medo de nós. Capaz até de responder fazendo gestos. – ri de novo – Essa é do tipo que pensa que sapatonice pega.

- Sapatonice, Emma? – pôs as mãos na cintura e me olhou indignada – Que termo mais infeliz!

- Gostou não? – fiz beicinho – Poxa, fui eu que inventei.

- Horrível! Nem parece coisa sua que é tão contra rótulos e termos preconceituosos.

- Brincadeira! Mas acho que com aquela moça não conseguiremos boas informações pra nada.

Circulei pelo quarto e fiquei olhando as paredes em detalhes. Regina me observava intrigada.

- Que foi, amor? Por que olha esse quarto como quem avalia uma obra?

- Porque é exatamente o que eu to fazendo. – olhei para ela – Aqui é bonito, mas não tem privacidade acústica. Como é que a gente vai fazer pra...

- Emmy! – riu surpreendida – Mas será possível que você só pensa nisso? – aproximou-se de mim segurando meu rosto e me beijou na boca – Ai, ai meu Deus... – voltou a mexer na mala – não me canso de dizer que você é uma T-A-R-A-D-A! – riu. 

- Ah, não me culpe por isso! – peguei minha mala – Muito menos agora quando você se torna cada vez mais solta e sem pudores. – comecei a tirar as roupas e colocar sobre a cama – Ainda tem tanta coisa pra gente fazer numa cama... – pensei – não só numa cama, quero dizer. Gosto de explorar possibilidades... Pra ter uma opinião consolidada, você sabe. – brinquei com ela.

- Safada! – jogou um travesseiro em mim – Pensei que preferisse as comportadas... – sorriu.

- Sabe o que eu prefiro? – afastei-me da mala e parei atrás dela – Prefiro uma morena, - abracei-a pela cintura e puxei-a de encontro a mim – Gostosa, sexy, provocante, - cheirei sua nuca – Linda, - beijei sua orelha e lambi o pescoço – Salgadinha...

- Salgadinha? – sorriu – Então preciso de um banho... – pôs suas mãos sobre as minhas.

- Sem problemas! – coloquei-a no colo – Banho saindo agorinha mesmo! – caminhei até o banheiro.

- Emmy, não trouxe a roupa que vestirei depois. – envolveu meu pescoço com os braços – Volte para pegarmos!

- Quem disse que você vai vestir roupa depois? – entrei com ela, ambas vestidas, dentro do Box.

- E o problema da falta de privacidade acústica? – sorriu mordendo os lábios.

Coloquei-a de pé e comecei a desabotoar o seu vestido.

- A gente não vai tomar banho? Ligo o chuveiro... – arremessei o vestido para fora do Box.

- Nossa... – foi tirando minha blusa – Será um desperdício de água... – arremessou-a para longe também.

- Não. Eu ligo a TV... – puxei sua calcinha para baixo – E deixo ligada pelo tempo que for. – tirei seu sutiã com os dentes e arremessei as duas peças por sobre a cabeça.

- Ah é? Mas eu faço barulho... – puxou minha saia e calcinha de uma só vez – Muito barulho... – chutei minhas roupas e ela as arremessou – acho que ouvirão...

- Eu ligo a TV no maior volume, - encostei-a na parede do banheiro – E ligo o chuveiro pra valer. – mergulhei a boca em seu pescoço e liguei o chuveiro repentinamente.

Um jato de água fria nos pegou de surpresa. 

- Aaahhh, que frio! – riu – Água gelada...

- Frio? Tô perdendo a prática... – lambi seu corpo desde os seios até o sexo, me ajoelhei e abri mais suas pernas – Vamos ver se eu te deixo quente agora! – invadi sua vagina com a língua em movimentos alternados

- Oh, my... Emmy... ah...

Apoiei sua coxa direita em meu ombro e continuei a explorá-la deslizando uma das mãos em seu corpo sem destino certo.

- Oh, Emmy...you make me so hot... (Você me deixa tão quente…) – segurou-me pela cabeça.

“Agora sim...”

Continuamos a fazer amor, dessa vez na cama, e deixei a TV ligada no volume máximo. Por volta das nove da noite ainda nos explorávamos sob os lençóis, quando ouvimos batidas na porta. Regina imediatamente corou e disse ofegante:

- Emmy, somebody is... knocking on the door... (Emmy...alguém está ... batendo na porta …) – empurrou-me delicadamente para se afastar de mim.

- Ah, linda, não pára não que eu tô quase lá... – inverti as posições e me deitei sobre ela – Vem cá minha gostosa, não pára não... – beijei seus lábios com volúpia.

As batidas se repetiram mais fortes.

- Hum... – interrompeu o beijo – I can’t Emmy, please. (Eu não posso Emmy, por favor.) – empurrou-me e se afastou enrolando o corpo com os lençóis – I can’t…(Eu não posso …) – respirou fundo – I can’t do it… (Eu não posso fazer isso …) – respirou fundo novamente – I can’t relax that way. (Eu não posso relaxar assim.) – abraçou-se a um travesseiro.

E as batidas continuavam. 

- Ai, que diabo! – passei a mão nos cabelos e me levantei da cama – Deixa eu ver quem é essa praga que não pára de bater na porta e ainda cortou meu barato. – fui para o banheiro e voltei enrolada em uma toalha

“Sacanagem, e eu tava quase chegando lá!”

- Atenderá assim? –  perguntou assustada.

- Eu vou – andei até a porta – e pronta pra esganar! – franzi o cenho.

E mais batidas.

- Ai... – abri a porta com a cara mais feia do mundo – O que foi? – meu tom era bastante antipático.

A moça que nos recebeu na recepção, a mesma que teve medo de nós, estatelou quando me viu, ficando rígida como uma viga de concreto.

- E aí? O quê que há? – cruzei os braços.

- É... desculpe mas... – tossiu – a senhora... bem... é que... – coçou a cabeça – sua TV está alta demais e os outros hóspedes já reclamaram... – esfregou as mãos – eu deixei passar as horas, mas agora... – sorriu sem graça - são nove horas e... talvez a senhora possa abaixar o volume da TV...

- Que eu saiba o horário de silêncio é a partir das DEZ da noite. - respondi seriamente descruzando os braços – E esses outros hóspedes vêm pra cá pra querer sossego? Por que não foram pra São Lourenço? Pra Poços de Caldas? Esses lugares é que são pra sossegar!

- Mas senhora, é que as pessoas querem descansar dos passeios e a senhora há de convir que sua TV está alta demais...

- Nada disso seria necessário se a obra daqui tivesse sido conduzida por alguém com mais inteligência e menos pão durice pra manter o mínimo de privacidade acústica nos quartos!

- Como??? – fez uma expressão de dúvida.

De repente ouvi a TV ser desligada. Regina veio por trás de mim, apresentado somente o rosto e parte do busto, e disse:

- Tudo bem, resolvido o problema.

A mulher pareceu se apavorar ainda mais, agradeceu e se foi. Regina voltou para a cama, ainda enrolada no lençol, e eu joguei a toalha na cadeira e disse: 

- Amor, isso é um absurdo! Não estamos na hora do silêncio.

- Ah não Emmy! Estou morta de vergonha! – caminhou até o banheiro – Vou tomar um banho, comer alguma coisinha e dormir.

- Mas, linda... E a gente fica assim? Parando no meio? – abri os braços e fiz expressão de inconformada.

- Perdi o clima, Emmy. – entrou no banheiro.

- Então deixa eu tomar banho com você... – fui atrás dela e ensaiei minha voz mais sensual.

- Não! – disse categoricamente enquanto me empurrou lentamente para fora do banheiro – Por hoje, CHEGA! – entrou e fechou a porta.

- Mas que sacanagem! – disse para mim mesma pondo as mãos na cintura – É, Emma Swan hoje será um daqueles dias em que a senhora terá de fazer justiça com as próprias mãos... – estendi os braços e olhei para minhas mãos – Prontas, meninas? - voltei para a cama aceitando a derrota.

                ☆♤☆

No dia seguinte, após o café, telefonamos para a locadora e alugamos um buggy. Nossa pousada ficava na Região de Floresta Velha e descemos pela única estrada da ilha, a BR-363, para a Baía do Sueste. Há algumas ilhas próximas, e a visão de mangues e recifes na lateral da baía dá a ela uma paisagem incrível. Almoçamos em um restaurante na BR e fomos para a praia do Leão, a maior em extensão do arquipélago. Ela é lindíssima, o mar de águas verdes azuladas extremamente convidativo, e o vento gostoso que acaricia nossos rostos hipnotiza. Tem esse nome por conta de uma ilha que fica em frente a ela e, segundo dizem, tem a forma de um leão deitado.

- Eu não consigo ver essa tal forma de leão. É uma coisa linda isso aí, mas o leão eu não vejo nem espremendo os olhinhos. – franzi o cenho e observei atentamente a paisagem à minha frente. 

- Ai, Emmy, é nítido! Veja ali. – apontou – A juba ao redor da cabeça que repousa sobre as patinhas cruzadas. Note as unhas.

- O que??? – olhei para ela espantada – Juba, patinha cruzada, unha??? Eu não vejo nada disso!!!

- Emmy, presta atenção. – virou meu rosto de volta na direção da ilha – A juba ali, - apontou – as patinhas...

- Gente eu não consigo ver isso não! – olhei para ela espantada – O que tinha naqueles bolinhos de tubalhau que você comeu? Bem que achei que sua travessa tava diferente da minha.

- Palhaça! – jogou água em mim – Nada de errado com os meus bolinhos de tubarão. – riu - Não tenho culpa que você não tem imaginação para certas coisas. – jogou água de novo.

- Não tenho? – passei a mão no rosto – Você não pensa assim sempre, principalmente quando a gente...

- Só para isso! – disse me interrompendo e dando um tapinha no meu braço – Você é muito safada, viu? – riu.

- Safada, eu? Safados foram os que projetaram aqueles quartos onde se pode ouvir até os pensamentos dos hóspedes. – disse contrariada – Se soubesse como me arrependi de ter pagado adiantado!

Estávamos dentro d’água curtindo a praia. Não havia muitos banhistas no local.

- Emmy... – balançou a cabeça – Não implique com a pousada só por conta desse detalhe.

- Detalhe??? – olhei para ela surpresa – Do jeito como te conheço tenho certeza de que não vai mais querer fazer amor comigo enquanto estivermos lá. O que por sinal quer dizer: durante todo tempo em que estivermos aqui.

Ela emergiu um pouco mais ficando só com a cabeça fora da água.

- De fato, não conseguirei mais mesmo. Morri de vergonha com aquela mulher batendo na nossa porta daquele jeito. – olhou para mim – Realmente, eu sinto muito. 

- É. Bela comemoração de aniversário de casamento. – mergulhei e comecei a nadar um pouco.

Ficamos curtindo a praia e por volta das 17:00h saímos de lá rumo a Ponta das Caracas. Não se pode tomar banho lá, mas há um mirante de onde se tem uma vista maravilhosa. Paramos em um determinado ponto e ficamos lado a lado admirando a bela paisagem.

- Repito o que disse. Não deixa a desejar pras ilhas gregas. Muito show!! - exclamei

- Emmy... – olhava para o horizonte

- Sim? – olhei para ela

- Pensei no que disse e... – olhou para mim – só vale comemorar nosso aniversário se houver sexo? Do contrário não serve? Minha companhia... Não a agrada se não há sexo? – seu olhar era triste.

- Meu amor, não... eu... – segurei seu rosto com as duas mãos – não, eu não quis dizer isso. E sim que eu adoro fazer amor com você e me incomodou não poder ter privacidade.

- Às vezes penso que você acha que só sirvo para..

- Não, eu não penso assim! – interrompi sua fala – Pelo amor de Deus, eu não penso assim. Eu gosto de fazer amor com você, e que mal há em gostar disso com a pessoa com quem me casei? – olhei bem dentro de seus olhos – Perdoe se é o que deixo passar às vezes, mas você é muito mais que amante pra mim. É minha amiga, companheira, apoio. – fiquei emocionada – Você é minha luz, Regina. Antes de você eu era escuridão. Você é o que de mais precioso que tenho na vida. E disso nunca duvide.

Ela derramou uma lágrima e ficou uns segundos calada olhando para mim.

- Então, sou mais que uma amante?

- Muito mais que a maravilhosa amante que é. – sorri.

Ela me abraçou forte pela cintura e deslizou as mãos por minhas costas.

- Então você aceita o fato de que fiquei constrangida? E não vai ficar zangada ou decepcionada?

- Aceito. – abracei-a – Aceito e sem zanga ou decepção. – beijei sua cabeça – Vem, linda, olha aqui comigo esse pôr-do-sol maravilhoso que tá começando a acontecer.

Ela levantou a cabeça e olhou para mim.

- Ainda assim acredita que te amo?

- Claro. Suas atitudes me dizem isso. 

- E que eu adoro fazer amor com você?

- Claro que sim. – brinquei – Quem provou adora, e você que tá comigo há tanto tempo já ta viciada. Impossível ser diferente.

Ela riu e balançou a cabeça. Continuou abraçada comigo, mas virou de frente para a paisagem que nos encantava.

- Emmy, Emmy... Você é tarada, cafajeste, convencida e profundamente sem vergonha. – riu – Como pude me apaixonar tanto, hein?

- Talvez porque era essa a combinação que faltava pra apimentar sua vida. – beijei sua testa.

- Verdade... – abraçou-se em meus braços – Mas creia que foi uma decisão estratégica da minha parte me casar com uma mulher com 1,75m de pura safadeza. – riu – Assim como vovó, eu não gosto de monotonia. E a vida a seu lado está longe de ser monótona.

- Pois é. Um dia escrevo sobre nossa história. E jogo na Internet pra todo mundo ler.

- Oh my, vai me matar de vergonha.... – cobriu o rosto.

- Que nada! Eu capricho nas cenas de sexo e vai ser o maior sucesso. – ri.

- Então deixe para fazer isso quando eu estiver velha e sem noção das coisas para que não consiga nem saber do que ter vergonha.

Ficamos abraçadas vendo o sol sendo engolido pelas águas e dourar os céus em sua despedida. Pegamos o bugue e voltamos para o hotel.

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