Half a Soul

Permanecer

A coisa mais improvável do mundo aconteceu então.

Quando eu digo improvável, é porque se trata de algo inacreditável, que ninguém jamais pensaria que iria acontecer. De verdade, sem exageros.

"É... É o que eu estou pensando?", Hanae perguntou.

"É o... O...?", Aimi começou a dizer.

"Sim. É", respondi.

Depois de se libertar de Kaguya, que chorava de ódio pelos dois, eles voltaram a planejar ataques, já sabendo que ela podia absorver qualquer jutsu.

Eu realmente não fazia ideia do plano de Naruto, talvez por nem saber da técnica, por achar completamente idiota, por achar difícil de dar certo, etc. Sasuke estava com o olho esquerdo preparado no caso de surgir alguma abertura e em fração de segundos lançou um Amaterasu sobre Kaguya, que nem se moveu, absorvendo o fogo negro lentamente, e foi quando Naruto decidiu agir.

"Tome isso!", ele anunciou assim que chegou perto o suficiente.

Ele criou nove Kage Bunshin, e até então eu estava achando bem ineficaz, mas fui surpreendido. Os clones pareciam, de repente, ter explodido em fumaça, mas não era nada disso. Diante dos olhos de Kaguya, diante do Byakugan original, os clones de Naruto se transformaram no maior Jutsu Harém que eu já vira, mas era diferente: era o Jutsu Harém Invertido. Ao invés do que estávamos acostumados, vindo de Naruto, os clones se transformaram em homens, vários homens pelados e, por um MILAGRE ou qualquer coisa do tipo, Kaguya ficou sem ação.

"Cara, eu realmente queria ter visto isso...", Hanae murmurou.

"Visto o quê? Kaguya sem reação nenhuma ou o Jutsu Harém Invertido?", Aimi provocou, mas Hanae apenas revirou os olhos e manteve a expressão.

"Meu Deus...", eu ri.

"Aimi, deixe de ser sonsa", Hanae balançou a cabeça em negação.

"Então o que você queria ter visto? A deusa paralisada ou os caras bonitos peladões?", ela indagou.

"Não é óbvio? Eu sou uma mulher de trinta e um anos, uma ninja, líder de missões incríveis, Ido no Hana, a Flor do Poço, heroína de guerra. É obvio que eu queria ter visto os dois, amiga".

Caímos na gargalhada. Estávamos instalados num pequeno hotel quase na divisa entre o País da Terra e a aldeia Grama, e tinha um motivo para isso. O próximo lugar que visitaríamos seria um ponto específico, quase na divisa da Grama com o País do Fogo: era lá que estavam Kaya e Harumi esperando por nós.

Já tínhamos ido a praticamente todos os países e aldeias ocultas, mas não todos. Não tínhamos ido ao País das Ondas, nem ao País do Trovão e alguns outros locais. Eu decidira que deixaria isso para minha aposentadoria, daí eu poderia ir pra todo e qualquer lugar.

Tecnicamente eu ainda sou o Hokage, mas durante esses meses, que não estão sendo muitos, deixei Naruto, Shikamaru e Shizune para cuidar de Konoha. Depois de uma conferência com os Kages, foi decidido que Naruto precisava de um treinamento mais específico, então permiti que ele permanecesse 'no comando', mas com certeza reforçáramos a segurança da vila antes de sair dela. Logo, logo, Naruto seria o Hokage, então era meu dever trabalhar para que ele fosse um sucessor decente.