Começou

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Hanae POV

Aimi me contara o que acontecera antes de sairmos de Konoha e eu estava atônita, sem reação. Logo chegaríamos ao País do Relâmpago, mais precisamente à Vila Oculta da Nuvem, mas apesar da viagem longa, aquilo não me saía da cabeça.

Ela fora para outro canto da 'procissão' até a vila de Hoshiko, com Yūta, e provavelmente lhe contara o que descobrira. Mas, apesar de eu ter sido a primeira a ficar sabendo do novo fato, sentia que Aimi escondia algo, e era verdade, pois eu só fiquei sabendo de suas dores e sangramentos depois. E, além e tudo isso, ela me contara sobre o que acontecera entre ela e Yūta, mas eu praticamente não tive tempo para fazer perguntas e ficar empolgada... Estava preocupada demais. Mas, ainda assim, achara super fofo.

Eu andava ao lado de Hoshiko, Katsumi e Harumi, conversando um pouco e escutando as informações importantes que Hoshiko nos transmitia sobre sua vila, que eram realmente interessantes, mas eu estava avoada demais. Eu não tivera nenhum sonho sobre aquilo, nenhuma sensação, e achava isso muito injusto, pois estava acostumada a descobrir coisas assim, mas o que me preocupava era o fato de Aimi não estar com pressa NENHUMA em fazer a troca.

Então a metade da alma da Aimi podia ter estado, o tempo todo, bem debaixo dos nossos narizes e ela tivera de fazer mil e duzentas coisas diferentes para tentar encontrar, sendo que a mãe dela já sabia há um bom tempo. Eu ficava martelando isso na minha mente, parecia óbvio demais... E era. Parecia fácil, mas ela me contara que havia riscos na cerimônia, por isso minha preocupação aumentava. Além de não estar com pressa para fazer (correndo muitos riscos), se fosse fazer o ritual, tinha chances de morrer antes do 'prazo estipulado'. O que mais me preocupava era o fato de Aimi estar sem falar com Kakashi desde nossa partida de Konohagakure, porque ele concordara em acompanhá-la durante o ritual.

Comecei a andar mais devagar e as meninas me ultrapassaram, deixando-me sozinha na caminhada, mas não reparei nisso, a princípio. Depois de alguns minutos de silêncio, quando enfim reparei, já não estava mais sozinha.

"Hanae-san", Kiba sorriu.

"Kiba-kun!", eu lhe sorri saindo de meu transe. "Você está aí há muito tempo?", perguntei.

"Não, acabei de te alcançar", ele respondeu.

Observei os arredores e percebi que estávamos distantes dos grupos, mas não tão distantes assim. Caminhávamos na beira da estrada, tranquilamente, carregando apenas aquilo que precisávamos para os combates.

"Parece distraída... Aconteceu alguma coisa?", ele perguntou num tom de preocupação que me encantou.

"O quê? Não", eu sorri mentindo, bagunçando seus cabelos castanhos e espetados. "Só estou preocupada com o Naruto e tudo o que está acontecendo".

Naruto... Já fazia um bom tempo que eu não me pegava pensando nele, e isso era algo bom, mas todas as vezes que pensava, uma sensação de tristeza ocupava meu interior. Mas eu permanecia sorrindo.

"Eu e Akamaru também estamos preocupados, mas temos fé de que ele está bem e em boas mãos", disse com os olhos cerrados, exalando certeza e segurança.

Akamaru latiu e eu dei uma risadinha, sorrindo e acariciando seus pelos branquinhos e macios. Lembrei-me de como Akamaru e Hannah eram pequenininhos e fofinhos quando os conhecera, mas agora eram grandes e fortes, bonitos como cães atletas. Mas eles eram melhores que isso, Akamaru e Hannah eram cães ninjas. Conversamos um pouquinho enquanto andávamos, e eu fui esquecendo um pouco sobre o problema de Aimi. Kiba contou-me algumas piadas e alguns episódios que vivera com Katsumi em missões, e eu ri de todos, pois apesar do tempo da nossa infância já ter passado, eles ainda se amavam e detestavam simultaneamente.

Half a SoulWhere stories live. Discover now