Amigo

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Aimi POV

Apesar da saudade lancinante, não estava sendo tão ruim quanto eu pensara. Mas, de qualquer forma, eu não estava nem perto de encontrar o maldito Itachi Uchiha, pessoa que eu queria encontrar, abraçar e pedir perdão por, mesmo que por um segundo, ter pensado que faria algo daquilo sem motivos. Só que, aparentemente, Itachi e o Universo estavam dificultando tudo pra mim.

Dois meses fora de Konoha. Logo seriam dois meses e meio. Céus. Eu me encontrava na entrada de Suna, a Aldeia Oculta da Areia. Procurara por TODOS OS CANTOS no País do Fogo, e tudo que eu encontrara foram os operadores dos Postos de Troca, que nada sabiam sobre o paradeiro do Uchiha.

Entrei na Aldeia da Areia e fui interceptada pelos guardas, mas mostrei minha bandana e permitiram minha passagem. Eu avisara Tsunade-sama sobre minha ida à Areia, e provavelmente, àquela altura do campeonato, o pessoal na gestão de Suna já sabia sobre minha vinda. Era quase um segredo, mas Gaara estava em treinamento para tornar-se Kazekage assim que possível.

Cheguei ao prédio principal e adentrei o mesmo, indo direto aos responsáveis pela gestão da aldeia. Expliquei que ficaria por apenas três dias para pegar mais suprimentos e descansar um pouco. Meu rosto estava queimado de sol, os meus ombros estavam cansados e eu tinha até algumas cicatrizes e feridas por conta de assaltos aos quais eu reagi e impedi que acontecessem.

"Podemos alojá-la com Temari, Gaara e Kankurō, tenho certeza de que não se importarão afinal logo Gaara se tornará Kazekage, e é seu dever aprender a receber aliados", disse o senhor que usava manto e óculos.

"Será uma honra", agradeci e segui o caminho junto de um guarda.

Não levara muito tempo. Durante aquela curta, porém tortuosa e quente caminhada, eu pensara em como estariam os três shinobi da Areia. Eu não via os três irmãos desde a missão de resgate do menino Uchiha, mas lembrava-me da despedida nos portões de Konoha. E agora eu lhes visitaria em Suna.

Enfim chegamos a casa deles, e não fiquei surpresa com o porte, afinal eles eram filhos do falecido Yondaime Kazekage. Com o guarda, adentrei a construção e me deparei com uma casa normal, com mobília e tudo mais, a única diferença era a estrutura quase totalmente feita de areia – paredes, escadas, etc.

Temari desceu as escadas correndo e me recebeu com seu pretensioso sorriso, sempre parecendo que queria tirar algo de meu bolso. Mas era só seu sorriso, eu adorava Temari. Eu ainda não conseguia chorar, rir, sorrir, etc., mas isso não parecia um problema para ela: ela era a irmã de Gaara.

"Aimi! Como você está velha!", ela disse sem gracinhas, mas eu sabia que estava brincando. "Quantos anos? Dezoito?".

"Hoje, dezoito. Quando eu tomar um banho, voltarei à minha forma normal", falei e ela assentiu.

"Ah, mas você fica bem assim", disse Kankurō surgindo do nada. Tinha o capuz abaixado, mostrando os espetados cabelos castanhos, e as mangas estavam arregaçadas – ele devia estar mexendo com suas marionetes. "Como está?".

"Bem, obrigada", quase sorri.

"Sente-se, por favor.", Temari pediu. Eles eram grosseiros à beça, mas tinham bons modos quando queriam.

Ficamos conversando por um tempo, foi servido suco e pão, e é claro que eu aceitei, mas enfim começamos a falar de assuntos específicos, até que eu resolvi perguntar:

"Onde está Gaara?".

"Está treinando, lá em cima", Kankurō contou. "Logo serão cinco horas, e então ele irá descer e cumprimentá-la".

Eu confesso: eu era doida para ver Temari de cabelo solto e Kankuro sem a maquiagem, mas três dias não pareciam ser suficientes para chegar a tal ponto. Mas eu estava certa: um dia veria. Assim como tinha curiosidade em ver Shikamaru de cabelo solto... Shikamaru. Já fazia um tempo que não pensava nele... Enfim...

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