O que eu sinto

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"Deidara! Achei um negócio seu largado aqui!", Harumi gritou.

"Eu não deixo nada largado, hm", ele saiu de onde estava e foi até Harumi, que segurava um objeto branco. "Isso não é meu. Não fiz nenhum desses recentemente, hm", ele se defendeu e cruzou os braços.

"Ei! Isso daí é MEU!", falei e corri até eles, tomando o MEU pássaro de argila da mão de Harumi. "Eu fiz quando tinha dez anos! Onde você achou isso?", perguntei.

"Estava encostado no pé da mesa... Mas como você fez isso? Tá igual aos do Deidara...", Kaya-sensei insistiu, esticando o pescoço.

"Claro que não, sensei! Veja, o bico está um pouco torto", falei. "Os dele são bem mais bonitos".

"Então você ainda guarda isso, hm", o 'loirinho explosão' sorriu pretensiosamente.

"Claro que guardo. Eu guardo uma porção de coisas que considero importantes", falei e cruzei os braços, protegendo meu pássaro das indelicadas mãos de Harumi Uzumaki e Kaya Uchiha, que costumavam acabar com coisas frágeis num piscar de olhos.

Eles me observaram atravessando o esconderijo e guardando meu pássaro dentro da minha própria sacola. Voltei com outras coisas em mãos, a fim de mostrar para eles. Eu trazia meu tantō (que eu raramente usava), um osso pequeno, um desenho e um botão de flor morto.

"Estão vendo estas coisas insignificantes? São minhas coisas importantes".

Os três, ao invés de observar como pessoas normais, decidiram que era necessário meter a mão nos meus objetos valiosos, e sem qualquer delicadeza, começaram a mexer em cada um deles.

"Esse não é o osso que aquele garoto tirou dele mesmo e te deu? Isso não é nojento?", Harumi fez uma careta estranha.

"Esse botão morto... Qual a utilidade?", Kaya sacudiu minha florzinha morta e eu quase soltei um grito.

"Isso é só um tantō!", Deidara disse e jogou longe minha pequena katana, para meu desespero. "E esse desenho? Que tipo de arte é essa, hm?", Deidara virou e revirou o pequeno papel.

O que podemos concluir é que naquele dia eu estava claramente lidando com crianças, e desejei verdadeiramente que Sasori aparecesse e mandasse que todos calassem a boca e fizessem depressa seus deveres e tarefas.

"Pessoal, por favor, parem pelo amor de Deus", eu murmurei sufocada e eles pararam, olhando para mim com estranheza. "Obrigadíssima. Enfim... Esse osso foi 'o menino dos ossos' quem me deu antes de ir embora; o botão foi um presente de uma amiga que tem uma floricultura, e eu costumo usá-lo para marcar páginas de livros; o tantō foi um presente de minha melhor amiga; e o desenho foi meu amigo quem me deu, essa é Akeno Himejima, a Sacerdotisa do Relâmpago, de uma lenda. Agora, vocês podem, POR FAVOR, me dar minhas coisas?".

Como crianças mimadas, eles fizeram cara de quem não gostou de algo, me deram minhas coisas e ficaram em silêncio, como um bando de idiotas. Guardei minhas coisinhas preciosas em minha sacola e retornei ao mesmo lugar, observando criticamente àqueles bobocas.

Eu queria muito que Sasori aparecesse e dissesse que ele e Deidara já tinham de ir embora, pois quando ele estava junto de Harumi e Kaya, os três passavam a agir como criancinhas, e era muito chato. Contudo, naquele momento, eu não podia reclamar de Sasori, pois ele saíra há minutos.

Quando voltei a prestar atenção neles, eles estavam brigando mais uma vez.

"Mas você não vai nos convidar, não?!", Harumi exclamou, com a mão na cintura.

"Eu nem ligo. Nunca quis andar nesse pássaro idiota mesmo", Kaya-sensei deu de ombros, mas estava claramente chateada.

"Vocês não merecem, hm!", Deidara exclamou.

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