Perfeito

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Eu me lembro de cada detalhe, de cada segundo, como se tivesse fotografado cada milésimo de segundo daquele dia. Eu não sei se tem a ver com os meus sonhos e visões repentinos, mas cada instante passou em câmera superlenta, como se eu tivesse que me lembrar de cada milésimo de segundo daquele momento.

Eu pude ver Sakura, Naruto e Sasuke executando um plano de ataque, desde o início até o final, que resultou numa falha. Uma das sombras, clones, cópias de Madara (chame como quiser) interrompera a abertura que Sakura criara para que Sasuke e Naruto o atacassem, e eles tiveram que sair, em uma retirada apressada.

Madara planava pelo céu, criando diversos Chibaku Tensei. Eu via aquelas esferas se formando tão lentamente que era difícil processar tudo. Hoshiko gritava por mim e Katsumi me sacudia, mas eu não escutava e nem mesmo sentia seus toques. Era como se eu sentisse que algo ia acontecer, mas como todas as outras vezes, eu não conseguia nem me mexer, nem respirar direito.

Naruto e Sasuke tiveram de se preocupar com os Chibaku Tensei, correndo para destruí-los, enquanto seus clones lidavam com outra das sombras do Uchiha. Isso dava total abertura para Madara cumprir seu plano de uma vez por todas. Então, por quê?

Se todos nós ali sentíamos que tudo ia acabar bem, se eu tinha convicção disso e sentia isso dentro do meu coração, minha alma, meu espírito e minha mente, então por quê?! Por quê? Porque tinha que acontecer.

O verdadeiro Madara arrancou o 'protetor de testa' que usava, revelando um terceiro olho fechado e inativo. Se eu estava vendo tudo numa velocidade extremamente lenta, quando aquele olho maligno resolveu abrir, era como se o tempo estivesse parando. Milésimos de segundo? Talvez menos. Eu via o vento passando, os tórax das pessoas à minha volta subindo e descendo, cabeças se voltando para o local onde Madara estava e, por fim, aquelas pálpebras se abrindo, refletindo sua imagem na Lua, lançando assim o Tsukuyomi Infinito, a ilusão que seria responsável por, enganosamente, 'realizar os sonhos' de todos os homens e mulheres vivos, o que, na verdade, soava como um pesadelo.

Depois disso, eu desmaiei, ou algo assim. As raízes da árvore me pegaram depressa, e eu não pude ver o momento em que se espalharam por todo o mundo, mas eu sabia que iriam. E, antes de perder totalmente a consciência, eu não me apavorei. Eu sabia que aquilo era só um detalhe, uma parte necessária para o nosso sucesso. Então eu descansei.

Aimi POV

"Kakao! Kakao!", eu ouvia a voz de Sakumo gritando. "Kakao! Volte aqui!".

"Sakumo, pare de gritar e correr atrás de sua irmã no meio da rua! Ela é menor que você, o fato de ela te irritar é natural", Yūta começou a rir. "Está bravo por quê? Porque ela, de novo, disse que Mirai é sua namorada?".

"Ela não é minha namorada!", ele gritou e fechou a expressão, o que fez com que começássemos a rir dele também. "Ei!".

"Kakao está apenas brincando, Sakumo", sorri para ele e baguncei seus cabelos. "Vamos logo, Hanae-san, Harumi e Izumi devem estar nos esperando. Vamos nos atrasar se ficarmos parando todas as vezes que você começar a correr atrás da sua irmã".

Continuamos andando tranquilamente enquanto Kakao corria em círculos alguns metros à frente. Quando a alcançamos, Yūta a pegou no colo e colocou sobre seus ombros, de cavalinho, e seguimos para encontrar nossas amigas no Ichiraku. Quando enfim chegamos, mal entramos e Izumi virou-se para nós com seus grandes olhos negros semicerrados, um pequeno caderninho em mãos e uma caneta.

"Só... Respondam. Senão ela não vai deixar ninguém almoçar em paz", Harumi riu, como se já tivesse sido uma vítima da pequena Izumi e de sua caderneta de interrogatórios e Hanae assentiu seriamente, então entendi que ela já tivera sua vez também.

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