Hinata

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Alguns meses haviam se passado desde o massacre do clã Uchiha, e eu posso dizer que Aimi estava tentando não demonstrar suas mudanças, mas era bem difícil para ela, e era ainda mais difícil para mim, lidar com tudo aquilo.

No dia anterior os Kinjo haviam conversado com ela e falado comigo e com Anko sobre a mudança gradativa dela. Aqueles curtos meses haviam sido suficientes para mudá-la de forma incalculável. Mas nós só saberíamos disso depois.

Agora estávamos na academia, e agora ela só tinha atividades extracurriculares uma vez ao mês, o que era melhor para nós duas. Até hoje ela não admite e não gosta de falar disso, mas acho que ela nunca superou Itachi. Nem mesmo depois de ter conhecido aquela pessoa...


"Você tinha mesmo que falar disso, né?", ela parou subitamente no meio do caminho, com as mãos na cintura. "Ido no Hana, você é inacreditável", ela reclamou e voltou a andar conosco.

"Aimi, sua estraga prazeres!", exclamei e soquei seu braço, parando de andar de novo.

"O que foi?! Você tá doida?".

"Não, Aimi... É que ela ainda nem está perto de chegar na parte em que ganhou o apelido, e agora todo mundo sabe o apelido, mas vai ter que esperar pra saber o que é, porque é e quando apareceu", Kakashi repreendeu a irmã revirando os olhos e falando vagarosamente, como se estivesse cansado de fazer aquilo. "Você é a rainha do spoiler".

"Nossa, valeu", ela reclamou e eu resolvi deixá-los a sós com sua briguinha idiota e voltei a executar minha narrativa maravilhosa.


Apesar da mudança e da frieza repentina, Aimi, como eu, ainda era uma criança. Logo seria meu aniversário, e ela já havia comprado um presente, mas não queria me dizer o que era por nada nesse mundo. No intervalo, como éramos crianças, depois de lanchar, resolvemos brincar e conversar com outros colegas.

Começamos a brincar de uma brincadeira de roda nova que Rock Lee criara, e com muita dificuldade, convencemos Neji a brincar conosco, e percebi que Aimi ficou um pouco animada com aquilo, o que era bom. A cada rodada da brincadeira, a roda ia se abrindo, até o momento que abriu tanto que Aimi sofreu uma colisão com as costas de outra criança.

"Ai, olha por onde... Aimi-san!", gritou Naruto e subitamente corei.

"Eu... Oi", ela falou e sorriu. Sorriso! Aquele sorriso era cada vez mais raro. "Quer brincar com a gente?".

"Mas ele é da turma mais nova!", gritou alguém que estava do outro lado da roda.

"E daí?", Aimi perguntou com um tom grave, e todos os protestos cessaram. "Venha, fique do lado da Hanae ali", ela apontou e eu faço grande esforço para acreditar que não foi de propósito, já que é o que ela diz até hoje, MAS NO FUNDO EU SUSPEITO QUE TENHA SIDO PROPOSITAL.


"Eu nunca faria algo assim!", ela fingiu estar indignada com a acusação.

"Ai, cala a boca!", reclamei.


Seguimos com a brincadeira. Agora que ela aprendera a controlar seu dom de ver o chakra e a alma das pessoas, nunca mais houvera nenhum incidente como aquele do ano anterior. Naruto até hoje diz que Aimi era sua grande ferramenta de inclusão, junto com os seus parceiros de travessuras. Mesmo com os olhares sobre ele, ele continuou brincando conosco normalmente, bem do meu lado, e constantemente ele sorria e dava risadas.

Depois que a brincadeira acabou, minutos antes de voltarmos para nossas respectivas salas, sentei-me sob a sombra de uma árvore com Aimi e Tenten, e de longe avistei uma figura curiosa. Ela vestia roupas claras que a escondiam bem, tinha o cabelo azul (quase preto) bem curtinho, com franjinhas e mechas sobressalentes, era bem pálida e tinha um lindo par de olhos brancos, como os de Neji. Era sua prima, Hinata Hyūga, um ano mais nova que nós, da turma de Naruto. Ela estava escondida atrás de outra árvore, observando um grupo de crianças de sua turma. Ela parecia ser muito, mas muito tímida, então eu decidi ir falar com ela.

Half a SoulWhere stories live. Discover now