Marcus bloqueou facilmente com uma lança e desferiu um chute no escudo do gaules, jogando-o passos pra trás.

   O homem não é lá muito habilidoso.

   Marcus saltou, dando a entender que ia repetir a mesma ofensiva, Raskos posicionou o escudo para receber mais duas pancadas da esquerda pra direita.

   Mas, em ultima hora, inverteu a direção do ataque.

   Raskos direcionou seu escudo para onde esperava o ataque e acabou contribuindo para seu escudo fosse empurrado pro lado, deixando sua guarda exposta.

   Uma lança sibilou rápida, como uma picada de cobra, deixando uma abertura no ombro do Raskos. Sangue escorreu. Marcus tinha tempo e espaço para dar um segundo golpe direto no pescoço, pensou em fazer, mas não o fez.

   Raskos pôs a mão no ombro ferido, entendendo a derrota.

   A coisa foi bem mais fácil que Marcus pensava. Olhou para a Camila, que batia palmas com entusiasmo. Ficou contente por ter proporcionado isso a ela.

   O Edil deu dois passos à frente e parabenizou Centurião e sua patrona. Em seguida, convocou outros convidados interessados em colocar seus patrocinados para se enfrentar.

   A participação do Marcus parecia ter se encerrado, até que, Ilithya levantou a mão.

   — Essa luta não foi justa. O gladiador da minha filha é um militar experiente, lapidado como gladiador pelas mãos mais que capazes do meu marido. Um desafio justo seria ele enfrentar o meu campeão.

   Marcus ficou atônito. Ate mesmo o Edil arregalou os olhos.

   — Está desafiando a própria filha, senhora Ilithya?

   — Sim, é só uma luta amistosa. Dessa vez, terminará após um conseguir derramar o sangue do outro três vezes. Isso deixa as coisas mais excitantes.

   — Pode ser perigoso, aceita essas condições, senhorita Camila? — perguntou o Edil.

   Camila estava pálida e quando abriu a boca para falar algo, a mãe respondeu por ela.

   — Claro que aceita! Que comece a luta! — disparou a Ilithya, sem dar tempo para recusas.

   — Parece que você teve azar essa noite, irmão! — falou o Flamma, enquanto posicionava as duas espadas e oferecia um sorriso de desdém.

   Marcus o encarou. Estremeceu a principio, depois, sentiu-se com sorte. A oportunidade de enfrenta-lo havia chegado antes que ele esperava. Que Marte esteja vendo essa luta.

   — Podem começar! — ordenou o Edil. O público rugiu, claramente sentia que essa não era uma luta qualquer.

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   Sua mãe ficara tão ressentida assim? Camila não acreditava que ela havia feito aquilo. Flamma era o melhor gladiador do ludus do seu pai, o melhor de Napoles.

   Se havia alguém que poderia derrotar o Marcus, era ele.

   — Esse é o seu teste final, irmão — disse o Flamma, já partindo para o combate. Camila notou os convidados da festa fazendo apostas.

   Marcus deteve com uma lança o primeiro ataque do Flamma e investiu pela direita com a outra. Por sua vez, o campeão de Napoles impediu o caminho da lança e devolveu outro ataque com agilidade.

   Para Camila, as armas se movimentavam como borrões. Uma dança de ataques, eclosões e esquivas dramáticas.

   A cada movimento, imaginava o Marcus caindo de joelhos com a garganta aberta. Que Euscalapio o proteja.

A Domina e o Centurião - COMPLETOWhere stories live. Discover now