Reconciliação

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[...] - Ate mais. – Desligou. [...]

Após o almoço Eva saiu com sua amiga ate um supermercado, Natasha ficou em casa com seu avô. Os dois estavam na varanda e Noah estava com um violão e dedilhava algumas cordas tentando recordar de alguma música:
- O que acha de cantar enquanto eu toco?
- Claro, qual música?
- Hmm! Elvis Presley, Girl of my best friend
- Ha! Ha! Seu cantor preferido, tudo bem – Sorriu toda animada e se acomodou ao lado dele.
Noah começou a tocar seu violão e Natasha batia palmas no compasso da música e começou a cantar:
-
The way she walks,
The way she talks
How long can I pretend
Oh I can't help I'm in love
With the girl of my best friend

Her lovely hair,
Her skin so fair
I could go on and never end
Oh, I can't help I'm in love
With the girl of my best friend – Com um gesto ela pediu que seu avô cantasse junto.

-
I want to tell her
How I love her so
And hold her in my arms, but then
What if she got real mad and told him so
I could never face either one again – Ela deixou ele cantar esse refrão sozinho.

-
The way they kiss
Their happiness
Will my ache-in' ever end
Or will I always be in love
With the girl of my best friend?


Never end, Will it ever end?
Please let it end – Cantaram juntos os últimos refrões. Natasha bateu palma e os dois começaram a rir.
- Isso foi incrível vô
- Como sempre você cantou muito bem, sua voz é maravilhosa, igual a da sua mãe.
- Verdade
- Quando Susan era pequena eu costumava cantar para ela dormir, eu tocava o violão junto. E me vendo fazer isso todas as noites, sempre que eu me deitava para dormir ela subia na cama comigo e cantava para mim.
- Sério? Eu nunca soube disso.
- Sim, ela adorava cantar, e eu adorava escuta-la. Sua tia Melissa também tem uma bela voz, eu simplesmente amava quando minhas duas meninas se juntavam para cantar para mim.
- Devia ter sido incrível. Mamãe sempre cantava músicas de ninar para mim e para o Ethan, eu dormia rapidinho. – Ela soltou uma risadinha.
- Você sempre dormiu com facilidade, ate mesmo quando o desafinado do seu pai cantava para você.
- Vovô – Ela gargalhou.
Noah balançou a cabeça sorrindo, e então suspirou deixando seu violão ao lado:
- Bom eu acho que vou me deitar um pouco. Vocês precisam conversar. – Ele se levantou de sua cadeira.
- Vocês? – Enrijeceu a testa.
Noah apontou com queixo por cima do ombro dela e andou ate a porta e entrou em casa. Natasha olhou para trás e seu queixo quase caiu quando viu John ali parado perto da escada. Ela tornou a virar seu rosto para frente sentindo seu coração disparado. Tomou uma lufada de ar e levantou seguindo na direção dele:
- John? O que você... – Ela ia completar a frase quando se lembrou para quem havia contado onde estava – Ethan. – Afirmou com a cabeça e enfiou as mãos nos bolsos de trás.
- Nós precisamos conversar
- Sim – Olhou para o lado ao longo do campo verde. Não queria conversar ali, pois seu avô poderia escutar e estava fugindo de mais confusão – Vamos caminhar um pouco – Desceu a pequena escada e andou na frente dele, mas John logo se juntou ao seu lado.
- Você veio dirigindo para cá sozinha e durante a noite?
- Sim
- Nat isso foi muito perigoso
Ela parou de andar e virou para encara-lo:
- Você veio ate aqui só para me dar um sermão? Se for esse o caso eu sugiro que dê meia volta, minha avó já fez isso por você, não preciso de outro.
- Desculpe, eu não queria irritar você, só estava preocupado.
Natasha fechou os olhos e suspirou:
- Me desculpe, não quis ser grosseira
- Tudo bem – Olhava para ela fixamente sentindo um aperto no peito, pois queria toma-la em seus braços e beija-la ate ficar sem ar. Ele não sabia ao certo como começar, então falou a primeira coisa que julgou ser mais adequada a situação – Me perdoe.
Natasha ergueu a cabeça quando escutou e não conseguiu pronunciar nenhuma palavra. Então John continuou:
- Me perdoe por Paris, você tinha toda razão, eu não dei atenção a você e botei nosso casamento em segundo plano, eu escolhi o trabalho a ficar com você. Nunca imaginei que um dia eu iria dispensar passar um dia com você e preferir ir para o trabalho. Se me dissessem isso semanas atrás eu simplesmente diria que estava louco.
- Eu entendo John, você tinha algo importante para fazer
- Nada jamais será mais importante que você, nunca duvide disso.
- Ouça, eu entendi que você precisava ir a aquela reunião, eu fiquei chateada na hora, mas depois compreendi que era sua obrigação.
- Mas se compreendeu, por que me tratou daquele jeito?
- Porque sou rancorosa – Falou com desgosto se afastando dele – E ainda me sentia trocada, nem eu conseguia entender que raios de emoções eram essas que eu sentia, só queria pagar na mesma moeda.
- Nat...
- E então no jatinho àquela hora em que dispensei você, disse que não estava com vontade... Arg! Acredite, eu estava morrendo de vontade, dispensar você foi uma das coisas mais difíceis que eu fiz.
- Mas... Eu entendi que você ainda continuava bastante brava comigo.
- Pois é. Mas quando você entrou no quarto Ethan e eu conversamos, ele me fez ver o quão insensível eu estava sendo, que deveria desculpa-lo e dar uma nova chance para um novo começo de casamento. E tem algo que ele disse que eu nunca vou esquecer... Eu deveria passar mais tempo amando marido do que brigada com ele.
John respirou fundo e soltou o ar pesadamente, pois sabia que tinha mais coisas por vir:
- Ele estava certo. Então eu decidi que assim que chegasse a Nova York eu lhe daria uma nova chance e nós poderíamos recomeçar. Então quando chegamos você me rejeitou.
- Eu me odeio por ter feito isso, mas eu estava com o orgulho ferido, pois assim como você eu me senti trocado.
- Como assim?
- Eu pedi que fossemos para a cabine para dormir, você me dispensou e disse que quando sentisse sono iria, mas você não foi... Você dormiu lá na poltrona. Preferiu dormir lá ao invés de dormir comigo, sendo que você não dorme em aviões, não sem mim.
- Eu sei, mas não fiz de propósito, mas eu não menti, eu realmente não estava com sono e não percebi em que momento acabei dormindo. Mas eu não fiz aquilo para chatear você, eu queria acertar as coisas e não piora-las.
- Hunf! Eu sei, fui me dar conta disso depois.
- Eu sinto muito
- Você não me deve desculpas, eu devo a você.
- Não, eu devo sim, pois ontem lá no seu escritório ao invés de enfrentar o problema eu acabei fugindo, mas eu estava vulnerável, abatida, sensível, depois que você preferiu que eu dormisse na casa dos meus pais e não com você... Naquele momento eu achei que queria terminar tudo, que se arrependera de casar comigo.
- O que? Isso é uma grande besteira, não acredito que tenha pensado nisso. Por nenhum momento, mesmo com nossa briga eu me arrependi de ter casado com você. Nunca.
- Mas eu não consegui enxergar isso, então quando você me ligou eu me senti tão esperançosa, pois nós finalmente iriamos nos acertar e... Quando chego ao seu escritório vejo você beijando a Olivia.
- Eu não a beijei, ela se jogou em mim.
- Eu sei disso, mas naquele momento não pensei. Com aquilo eu me senti derrotada, por nenhum instante me passou pela cabeça o quanto Olivia era uma cobra invejosa, e que sempre que tinha a oportunidade dava em cima de você.
- Sim minha linda, eu jamais a beijaria por vontade própria e nunca trairia você com ninguém. – Ele deu um passo se aproximando dela – Meu amor me perdoe por tudo, eu jamais trocaria você por nada nem ninguém. Me dê a chance de provar isso.
Natasha abaixou a cabeça e fixou o olhar em seus pés enquanto refletia em tudo o que acabaram de conversar e tudo o que pensara ao longo desses dias:
- Sabe John, eu tive bastante tempo para pensar em toda nossa situação e compreendi que não vale a pena... – Ergueu a cabeça para olha-lo.
John ficou cabisbaixo com a resposta sentindo-se arrasado, mas Natasha esboçou um sorrisinho e disse:
- Não vale a pena jogar a nossa história no lixo por causa de uma cobra de Channel ou de uma reunião chata.
John entreabriu a boca e olhou para a morena como se estivesse vendo a Virgem Maria. Não acreditava no que ela estava dizendo. Estava realmente disposta a perdoa-lo e começar tudo de novo?
- Isso é serio? Vai me dar uma nova chance?
- Vou – Abriu mais o seu sorriso – Eu amo você mais do que qualquer coisa no mundo.
- Minha linda – Deu um passo a frente segurando o rosto dela e encaixando seus lábios aos da mesma. Ele gemeu ao sentir o gosto dela – Eu amo você loucamente.
Natasha o abraçou pela cintura e ficou na ponta dos pés para alcançar melhor sua boca sentindo o gostinho de café achando delicioso. John passou um dos braços em torno dela puxando- a para junto do seu corpo não querendo deixar um centímetro longe dele. – Eu tenho que te entregar uma coisa.
- Hmm... O que? – Não queria que ele interrompesse o beijo.
John enfiou a mão no bolso de trás da calça e abriu a palma da mão mostrando os dois anéis, o de noivado e a aliança. Natasha tapou a boca com uma das mãos ficando com vergonha ao lembrar-se de como havia entregado a ele essas joias:
- Oh Meu Deus, me desculpe por aquilo, eu não deveria ter jogado em você, foi um grande erro.
- Tudo bem, você estava com raiva. Você as quer de volta?
- Mas é claro que sim – Ergueu a mão esquerda esticando seus dedos, e uma por uma John as colocou de volta no lugar de onde nunca deveriam ter saído. – Meu marido.
- Senhora Harris – Sorriu e tornou a beija-la. – O que acha de irmos para outro lugar?
- A-ah... Eu acho um pouco difícil
- Por quê?
- Bom quando eu apareci aqui de surpresa meus avós queriam saber o motivo, e não tive outra escolha se não contar. Minha avó ate que entendeu, mas meu avô... Err... Digamos que ele não ficou nada feliz, e acho que não vai querer ver você por enquanto, então provavelmente não vai gostar que você fique ou que eu saia.
- Eu não acredito nisso, mas você é minha esposa, ele não pode impedir isso.
- Amor, meu avô é muito cabeça dura, e eu não quero contraria-lo.
- Então quer que eu vá?
- Sim, mas só ate minha avó voltar, ela é a única que consegue faze-lo mudar de opinião. Por favor.
- Hunf – Ele resmungou – Tá. Eu não gosto disso, mas eu vou, só para não criar mais problemas com seu avô.
- Obrigada amor – Ela passou os braços por trás do pescoço dele e o beijou.
- Eu vou procurar um hotel para ficar e depois irei comprar roupas, não vim com nada.
- Eu também não, mas por sorte tenho roupas aqui.
Eles andaram ate o carro dele de mãos dadas:
- Eu mando uma mensagem avisando em qual hotel estou.
- Tudo bem – Sorriu.
- Nos vemos mais tarde, mesmo me sentindo contrariado – Apalpou o rosto dela e a beijou.
- Ate mais – Se afastou dele quando entrou no carro e saiu da fazenda.

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