A culpada

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[...] queria sua Natasha sorridente de volta. [...]

John sentiu uma mão tocar seu ombro, sua cabeça estava pesada e suas costas doíam. Ele abriu os olhos e aos poucos foi tomando conhecimento de onde estava. Depois do susto que Natasha deu, ele sentou ao seu lado apoiando a cabeça na lateral da cama e após chorar tanto acabou caindo no sono. Olhou por cima do ombro e viu Raphael ao seu lado. Sua vista ainda ardia um pouco e apertou os olhos:
- Raphael?
- Você acabou dormindo aqui – Deu um leve sorrisinho.
John voltou seu olhar para Natasha, e a mesma ainda continuava em seu sono profundo. Pelo menos o aparelho ao seu lado estava apitando normalmente:
- Ethan e Naya estão aí fora e querem ver ela. Eu preciso falar com você.
- Hunf! Tudo bem – Respirou fundo e levantou, curvou-se para dar um beijo na testa dela – Eu já volto amor.
Assim que saíram da sala, Ethan e Naya ficaram de pé e os cumprimentaram antes de entrar:
- Você quer um café? – Raphael perguntou.
- Sim, eu preciso acordar
- E depois do que aconteceu hoje, um café é mais do que merecido. Vem, vamos ate a lanchonete.
Os dois caminharam em silêncio ate o térreo do hospital. Ao chegarem John se sentou em uma das cadeiras e Raph foi buscar os dois cafés. Ele se acomodou na cadeira e entregou a bebida quente a John:
- Oh! Aí vem o Phil – Raphael apontou com o queixo.
- Bom dia – Phillip sempre educado cumprimentou antes de sentar junto deles.
- Bom dia – John respondeu.
- Já contou a ele? – Ele perguntou.
- Ia contar agora – Raph respondeu bebericando seu café.
- Contar o que? – John olhou para os dois.
- Eu consegui rastrear seu celular, deu mais trabalho do que esperava
- E aí? Com quem estava?
- Eu vou chegar lá. – Ele fez uma pausa e continuou – Você disse que perdeu seu celular em Londres não é?
- Sim
- Bom à mensagem foi mandada daqui de Nova York
- O que?
- Sim, a pessoa mandou daqui
- Foi tudo armado. Pegaram seu celular em Londres, e sabiam o dia que voltaria, o autor deve ter vindo antes. Enviaram a mensagem no dia em que o senhor retornou, assim Natasha não desconfiaria que não era o senhor.
- A pessoa sabia onde você estava e quando voltava, também teve todo o cuidado de pegar seu celular sem que o notasse.
- E onde está essa pessoa? – Perguntou irritado.
- Quando eu disse que rastrear deu bastante trabalho, eu não estava brincando. Mesmo com seu celular desligado eu consegui rastrear o local de onde foi enviado.
- E? – Perguntou ansioso.
Raphael olhou para Phil e acenou com a cabeça. O motorista empurrou alguns papéis em cima da mesa na direção de John:
- O endereço é de um hotel chamado Montreal – Raph comunicou.
- Essa é a lista de hóspedes que se registraram naquele dia.
- Nós só conseguimos esses nomes graças ao amigo policial do Phil. Sam já estava pronto para subornar o cara do hotel se fosse preciso.
John puxou os papéis e começou a olhar nome por nome. Lia em uma velocidade absurda, o desgraçado que havia levado Natasha para uma emboscada estava registrado ali. Só que não havia se dado conta de que talvez nem conhecesse a pessoa, ate que o nome da Lucy apareceu. Seu olhar congelou em seu nome, mas seu sangue começou a ferver:
- Lucy? – Perguntou entre os dentes.
- Sim, nós confirmamos que era ela, mostramos uma foto ao recepcionista e ele reconheceu. Worthington não sabia que ela estava hospedada lá, mas assim que descobrimos ele foi ate o hotel vasculhar, não encontrou nada... Mas sim na casa dos pais – Phil disse olhando para o rapaz.
- Aqui – Raphael tirou do bolso o celular de John e o entregou. – O chip foi descartado, mas o celular está inteiro.
John pegou seu celular e olhou como se fosse algo perigoso:
- Suspeitamos também que Joe Riley esteja no meio desse esquema, foram vistos juntos outra vez.
- Eu não acredito aquela... Aquela... Arrrg! Ela está por trás de tudo isso, roubou meu telefone, se passou por mim mandando uma mensagem para Natasha e a mandando direto para sua armadilha... Ela queria matar a Natasha. – John fechou os punhos com força e cerrou os dentes a ponto de doer sua mandíbula.

Quando eles voltaram para a sala Naya estava sentada e Ethan continuava com Natasha ao lado da sua cama. Logo Mary apareceu com um copo de suco na mão:
- Mãe?
- Oi querido.
- O que faz aqui?
- Eu terminei minhas consultas e pensei em passar aqui – Alisou o braço do filho mostrando um sorrisinho.
- Daqui a pouco tia Susan e tio Taylor chegarão, eu avisei a eles o que aconteceu – Kate falou se aproximando deles.
- Certo – Ele concordou.
- Senhora Harris deveria ter me avisado que já estava de saída, e eu teria ido busca-la – Phillip falou olhando para a senhora.
- Ora! Não se preocupe com isso, ainda sou capaz de pegar um taxi, é mais divertido. – Deu um tapinha no ombro dele.
- Eu prefiro que a senhora me avise da próxima vez
- Eu também prefiro mãe
- Ah! Vocês são tão chatos.
- John – Alguém o chamou. Aquela voz. Ele reconhecia essa voz e no instante que escutou seu estômago revirou. Lucy. Toda a onda de raiva que havia diminuído voltou com mais força e grandeza. Ele se virou pronto para queima-la – Oh! Eu vim assim que soube o que aconteceu, que tragédia – Ela fez menção de abraça-lo, mas o mesmo ergueu os braços e deu um passo atrás.
- Não ouse tocar em mim
- Eu sei que está chateado comigo devido ao nosso ultimo encontro, mas acho que em um momento como esse devemos nos unir, ter os amigos por perto.
- Amigo? Você acha que é minha amiga? – Enrijeceu a testa com raiva. A segurou pelo braço com força – Você deve estar muito decepcionada por seu plano não ter saído exatamente como esperava.
- Do que está falando John? – Arregalou os olhos e segurou a mão dele tentando se livrar – Você está me machucando.
- Isso não é nada comparado ao que você fez com a Natasha.
- Eu não sei do que está falando.
- A casa caiu para você Lucy, eu já sei de tudo, você planejou matar a Natasha, roubou meu celular e se fez passar por mim mandando uma mensagem a ela pedindo para que viesse me encontrar no apartamento, sabia exatamente a rota que ela tomaria, contratou alguém para que acertasse seu carro em uma das transversais com intenção de mata-la.
- Você está louco, eu jamais faria uma coisa dessas
- Está no carro para você mesmo provocar o acidente, não, nisso eu realmente não acredito, mas pagar para que fizessem isso, sim, nisso eu acredito. Você não presta.
- Está delirando. – Continuava tentando se soltar.
- Eu já sei de tudo, não adianta mais mentir – Falou com pura raiva – Eu descobri, coloquei homens para vigiar você bem de perto, eu sabia de todos os seus passos... Mas nunca pensei que pudesse armar algo tão sórdido.
- John você está equivocado, eu não fiz nada disso, eu não mandei matar a Natasha.
- Eu tenho provas, o nome do hotel onde você se hospedou, o dia e a hora em que mandou a mensagem, e logo terei as imagens das câmeras de seguranças da minha revista em Londres para descobrir quem foi seu cumplice e pegou meu celular.
Ela arregalou ainda mais os olhos e eles pareciam que iam saltar. Lucy se contorceu tentando se soltar, mas ele apenas apertou ainda mais seu braço:
- Eu disse para não brincar comigo Lucy, para não subestimar minha capacidade de vingança – Olhar para ela lhe dava mais raiva e pensar que ela era a culpada de tudo fazia com que ele quisesse quebra-la ao meio – Você é a culpada da Natasha estar nesse estado, naquela cama em coma sem saber quando vai acordar – Gritou – Você novamente interferiu na minha vida, mexeu naquilo que é mais precioso para mim, tocou em algo que você jamais deveria ter chegado perto.
- Eu já disse que não fiz nada – Berrou – Você está louco, me acusando de algo que eu não fiz.
- Essa é a segunda vez que tentou tira-la de mim – Se aproximou dela com uma expressão que ate o mais valente dos homens sentiria medo – Você vai me pagar muito caro por isso. Apesar da imensa vontade, você tem sorte que eu não bato em mulheres – A soltou.
- Mas eu bato – Mary apareceu por trás de John e acertou uma forte bofetada no rosto de Lucy desequilibrando-a do seu salto.
A loira tocou seu rosto e olhou com perplexidade para os dois:
- Ficou louca?
- Ainda não, mas você sim.
- Quem a senhora pensa que é para me bater? – Perguntou entre os dentes.
- Alguém que desejava há muito tempo lhe dar um merecido tapa – Fechou os punhos – Ouça, eu sou uma Dama, mas para defender meu filho eu não me importaria em descer do meu pedestal para lhe dar uma boa surra. Você foi a pior coisa que aconteceu na vida de John, mas Deus é justo e não falha tirou você das nossas vidas. Você devia criar vergonha e sumir de vez. Vá procurar outro para infernizar, nos deixe em paz.
- Eu amo o John
- Quem ama cuida, respeita e deseja apenas o bem, esse não é o seu caso, isso não é amor é obsessão. E essa sua loucura levou Natasha para uma cama de hospital, minha nora está entre a vida e a morte por sua causa, você é a culpada por toda a dor que estamos vivendo esses dias, eu devia manda-la direto para um manicômio, é perigosa demais para andar livremente entre os outros.
- E você acha mesmo que eu me importo com a Natasha? – Sorriu – Eu não dou a mínima para ela, ou para sua existência inútil... Confesso que seria muito bom para mim se ela morresse, minha vida estaria perfeita outra vez sem ter  de habitar a mesma terra que aquela imbecil.
- Arg! Eu vou mata-la – John se jogou para cima de Lucy, mas antes Phillip e Raphael o agarraram.
- John se acalma, para com isso, não vai fazer uma besteira – Raphael pediu tentando segura-lo.
- O senhor precisa se controlar, só piorará as coisas se machuca-la.
- Ela machucou a Natasha é mais do que justo eu fazer isso com ela agora
Lucy deu vários passos atrás quando ele avançou sobre ela, e agradeceu internamente pelos dois o terem segurado. Mas Mary não foi tão passiva, acertou outro tapa, com mais força:
- Você é a pior desgraça que pode existir na terra. Vá embora antes que a próxima a ocupar uma dessas camas seja você, e não será John que a mandará para lá, serei eu.
- Vocês são uns idiotas – Tocou seu rosto – Eu desejo que Natasha não se salve, que morra de forma lenta e dolorosa, eu quero ver você sofrer e desesperar – Abriu um largo sorriso – Eu quero que ela suma de uma vez, eu vou pisar em sua cova e cuspir com gosto, ate dançarei em seu caixão por finalmente ter morrido e sumido de vez da minha vida. Aquela maldita precisa pagar por tudo o que me fez.
- Arrrg! Eu te odeio – Ele gritou de raiva – Eu vou acabar com você Lucy, eu juro.
Ethan escutou a confusão e veio ver o que estava acontecendo, e ao ver Raphael e Phillip fazendo um grande esforço para segurar John ele veio ajudar, mas estava difícil segura-lo:
- Você é a culpada de tudo isso, mas pode contar que não vai se safar dessa tão fácil, eu farei você engolir cada palavra, isso é uma promessa – Tentou se desvencilhar deles, mas os três o agarravam com força – Reze... Reze para que Natasha saia dessa com vida, porque se o pior acontecer, eu juro pela alma do meu pai que não há pessoa no mundo que conseguirá proteger você de mim, eu caçarei você como um rato, e pode ter certeza que vou achar, e a mandarei para o inferno nem que para isso eu tenha que ir junto, mas juro que a matarei, não tenha duvidas disso.
Lucy arregalou os olhos com medo, e tentou esconder o tremor em suas mãos, deu uns passos para trás:
- Eu matarei você com minhas próprias mãos, vai me pagar por tudo o que fez a Natasha – Rosnou. Ele estava fora de controle, Mary podia ver as chamas nos olhos do filho, e se os meninos não estivessem ali para impedi-lo, agora Lucy seria história, ela não tinha duvidas disso – Você vai me pagar Lucy.
A loira começou a andar para trás ate virar e começar a correr:
- Você pode correr, mas pode ter certeza que eu vou te encontrar – Gritou.

Continua...

Simply, I love youOnde as histórias ganham vida. Descobre agora