Medo da chuva

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[...] Ele apenas concordou esboçando o mesmo sorriso. [...]

Natasha e Cesar trabalhavam com rapidez e parceria, parecia que estavam em uma dança, com tal perfeita sincronia e elevou os ânimos dos clientes que juntaram ao balcão para ver o show.
- Então aquele é o seu namorado? – Cesar perguntou terminando de encher um copo e entregar a uma mulher que pegou com um grande e sedutor sorriso. Ele apenas acenou com a cabeça.
- Sim
- Qual o nome dele?
- John... Harris
- Espera Harris? Seria o mesmo Harris dono daquela revista famosa?
- Há! Há! Sim, é ele – Pegou uma garrafa de Vodca e misturou em um copo.
- Uau! Ta de brincadeira. Não podia namorar alguém menos importante não?! – Brincou.
- Fazer o que se eu me apaixonei por ele – Deu de ombros entregando o seu pedido a duas moças.
- É paixão é uma coisa complicada
- Se é – Balançou a cabeça.
- Mas estou feliz por você Nat
- Obrigada Cesar, você é um ótimo amigo – Olhou toda sorridente para ele. De fato, Cesar sempre foi um grande amigo, a acolheu e deixou que entrasse em seu círculo de amizade sem pedir nada em troca, e ela sempre agradeceria a ele por ser compreensivo divertido e ter um grande coração mole.
Depois que o movimento acalmou Nat voltou para a mesa e curtiu a hora seguinte com seus amigos e o namorado. O casal foram os primeiros a ir embora:
- Mas e o Sam? Ele veio com você – Indagou quando ficaram de pé.
- Não se preocupe, ele tem rodas – Olhou divertido para o amigo que devolveu fazendo cara de bravo – Não se preocupe, Ethan está de carro.
- É irmãzinha, eu levo ele fique tranquila.
- Ok! Raphael também está de carro e pode levar Kate em casa já que vim com ele, Jason trouxe a Mich, então tudo resolvido. Nós já vamos, amanhã eu viajo cedo.
- Ah é! Mamãe deixou sua roupa pronta em cima da cama
- O que? Há! Há! Só ela faria isso mesmo – Riu – Estamos indo, beijos – Acenou indo embora de mãos dadas com John. Deu um tchau para Cesar que estava sentado em uma das mesas conversando com alguns amigos, e o mesmo acenou de volta gesticulando um "obrigado".
O bar ficava longe da casa dos dois, mesmo em um carro em alta velocidade como o de John, eles levariam quase vinte minutos para chegar, e uma chuva forte seguida de uma escuridão dificultava a visão da pista ou de outro carro se aproximando. De repente um trovão cortou o céu fazendo Natasha se assustar. Ela apoiou a mão no braço dele:
- John é melhor parar e esperar a chuva passar, está muito escuro e essa tempestade está forte.
- Não, vamos seguir, logo chegaremos
- Por favor, vamos parar, eu estou ficando com medo – Olhou para ele soltando um suspiro amedrontado. Ele olhou para ela e vendo que estava mesmo preocupada achou melhor parar.
- Tudo bem, acho que ali é um acostamento – Dirigiu por mais alguns metros e encontrou o acostamento, desligou o carro e recostou-se em seu banco. Virou o rosto para olha-la – Está melhor? – Pegou sua mão levando a boca beijando cada nó de seus dedos.
- Sim, obrigada – Fechou os olhos encostando a cabeça no banco.
John ficou apenas observando Natasha de olhos fechados de mãos dadas e parecendo relaxada. Ele analisou cada traço do rosto dela, memorizando os detalhes como se essa fosse à última vez que a veria. Eles continuavam do mesmo jeito, ela de olhos fechados e ele admirando-a esperando alguma reação, sentia-se como quando se despedira dela no hotel e prometera a si mesmo que a encontraria em Nova York, parecia ter passado anos ate reencontra-la na festa, nem havia notado como estava ansioso por aquele encontro, mas percebeu a intensa felicidade quando pousou os olhos nela:
- Por que tem medo da chuva? – Sua voz saiu tão suave que ela ergueu as sobrancelhas antes de abrir os olhos, e quando aqueles pares de safiras azuis encontraram os pretos do rapaz, sentiu-se caindo novamente no feitiço dela.
- Não é medo da chuva em si... Mas dela em uma estrada
- Como assim?
Ela puxou o ar ajeitando-se no banco tirando o cinto de segurança ficando de lado, de frente para ele:
- Há alguns anos, minha mãe estava voltando da casa dos meus avós no interior e resolveu ir de carro. No meio da viagem caiu uma forte tempestade, e tudo em volta era mata, não tinha como ela parar para esperar, então continuou dirigindo. Como a estrada não tinha iluminação ela não viu o buraco, o pneu bateu fundo e com a pista molhada o carro derrapou e girou varias vezes ate bater de lado em uma árvore. Por sorte minha mãe ficou com apenas alguns arranhões, ainda bem. Mas ela não conseguiu mais pegar o volante do carro. Um casal que viu o acidente parou para ajuda-la e a levaram para casa. Depois disso ela nunca mais dirigiu, ficou traumatizada, então meu pai contratou um motorista para ela não depender de ninguém e ficar impedida de sair por não ter quem a leve.
- Eu sinto muito, não sabia disso
- Tudo bem, pelo menos o pior não aconteceu. – Olhou para suas mãos entrelaçadas e continuou – Mas ate hoje eu lembro a expressão aterrorizada dela contando o que tinha pensado naqueles instantes enquanto o carro rodava, pensava nos filhos, e no meu pai e que nunca mais os veria. Ela chorava sem parar, e meu pai tentava conforta-la de todas as maneiras, e naquele momento eu vi que se minha mãe tivesse morrido, meu luto e do Ethan não seria tão desesperador quanto o do meu pai, ele ficaria enlouquecido sem a mamãe. Sabe, ele é completamente apaixonado por ela, dá para ver no jeito como ele olha para ela, como fala, como toca sua mão antes de beija-la – Ela sorriu olhando para um ponto qualquer no carro vendo imagens das descrições que dera – Eles podem não ter se apaixonado logo de cara, mas com o passar do tempo descobriram o amor verdadeiro.
- E desse amor nasceu Ethan e você – Fez carinho na mão dela com o polegar – Eles me deram o melhor presente. Você.
Ela sorriu ruborizada mordendo o lábio inferior, abaixou a cabeça sem conseguir responder, era tão desconcertante o modo como ele falava dela com palavras carregadas de amor.
- Bom sendo assim, eu também tenho que dizer que você foi o melhor presente que ganhei, fiquei com receio de desembrulhar e não ser o que eu estava esperando, e na verdade não era.
- Não? – Franziu a testa.
- Era muito, muito melhor do que esperava.
- Ainda bem, por um momento achei que tinha enjoado de mim
- Enjoar de você? Nunca – Ela se esticou ate alcançar a boca dele e o beijou. Um beijo tão carinhoso e apaixonado que fez John relaxar em seu banco deixando-a conduzir. Nat fazia carinho na orelha dele entre seus dedos sentindo-a cada vez mais a vontade, ela não intensificou ou sensualizou o beijo, apenas o deixou apaixonante. Distribuiu selinhos em sua boca depois por todo o seu rosto fazendo-o rir:
- Adoro quando faz isso – Ele confessou – Só lembro beijos no aeroporto depois de voltar de uma longa viagem.
- Verdade. Mas eu adoro dar esse monte de beijos em você – Beijou outra vez – E é assim que vou receber você amanhã quando encontra-lo na Suíça.
- Hmm! É mesmo. E já pensou em como vai chegar ao hotel?
- Taxi, é a única maneira
- Phil pode ir junto com você no voo
- O que? Ele vai também?
- Sim, eu preciso de um motorista
- Achei que conhecesse a Suíça
- E conheço, mas não gosto de dirigir, às vezes é estressante
- Há! Há! Coitado do Phil, tendo de levar você para cima e para baixo como uma criança. E sobre sua oferta, eu prefiro ir só, você vai chegar duas horas depois, vai ser rápido. – Trilhou o formato da bochecha dele com o indicador – Eu pesquisei sobre o hotel onde vamos ficar hospedados, é muito bonito e... Luxuoso.
- Que bom que gostou.
- Você só se hospeda em hotéis oito estrelas?! Apenas três dias e você vai gastar um absurdo.
- Não, eu não vou gastar nada
- Como não?
- Porque aquele hotel é meu – Sorriu.
- O que? – Foi pega de surpresa.
- Sim, um amigo meu gerencia, mas é meu hotel, assim como vários outros aqui em Nova York e em outros países
- Nossa. Mas para que tudo isso?
- Bom meu pai começou, além da revista ele tinha vontade de investir em outro negócio, hotéis. Meu avô era gerente de um hotel e trabalhou por vários anos lá, e daí que veio a ideia. Ele tinha três aqui e dois em Londres, eu abri um na Suíça, e outro na Itália por causa da minha mãe.
- Oh! Meu Deus, isso é tão... Rico.
- Há! Há! Há! Não se espante com isso, eu apenas faço investimentos garantindo um bom futuro para minha família.
- E com certeza conseguiu
- Seu pai também tem outros investimentos não é?
- Sim, um hotel em parceria com um dos amigos Rockfeller e uma cadeia de restaurantes.
- Viu só! Não é tão diferente de mim
- Ah é sim! O único local fora de Nova York que abriu outro restaurante foi no Texas.
- Mas eu sei que todos eles são um sucesso
- Sim, são – Deu de ombros – Mas ainda sim, você parece anos luz a minha frente.
- É só impressão... Estou bem aqui – Ele a beijou e depois passou para o banco de trás chamando-a. Com uma perna depois da outra ela foi para o banco e sentou de costas, recostando-se sobre o peito dele e a cabeça em seu ombro. Ele a abraçou pressionando seu rosto contra o dela sentindo seu calor, e o perfume doce que ainda estava em sua pele. Ela deslizou suas mãos sobre os braços dele quando a abraçou fechando os olhos aproveitando o momento.
- Você é um ótimo cobertor para uma noite fria como essa
- Fico feliz em ser útil – Beijou o topo da sua cabeça – Me diz uma coisa desde quando você é um barman? – Falou em tom divertido.
- Há dois anos. Eu sempre via o Cesar fazer malabarismos com os copos misturando bebidas, deixando elas coloridas e ate mesmo florescentes. Eu fiquei encantada com aquilo, então pedi pra ele me ensinar – Riu mordendo sua unha do polegar – Eu aprendi rápido, e sempre que o bar estava cheio ele pedia minha ajuda para preparar as bebidas.
- E sempre que vai lá faz isso?
- Ás vezes. Ele já me ligou no meio da semana me pedindo socorro Há! Há! Há! Eu corria para lá, e ia ajuda-lo. Somos uma boa dupla.
- Entre você e o tal Cesar só houve amizade?
- Hunf! Não, na verdade não – Torceu a boca – Cesar foi meu primeiro namorado, foi com ele que eu perdi a virgindade – Suspirou. A rigidez que sentiu nos braços do rapaz e a respiração que parou de tocar sua nuca, a fez sorrir.
- O-o que?
Ela virou o rosto para olhar para o rosto de expressão distorcida dele, fúria e pânico. Sem aguentar Natasha começou a rir:
- Há! Há! Há! É brincadeira
John relaxou o corpo soltando um longo suspiro:
- Isso é serio?!
- Há! Há! Há! Há! Há! Desculpe – Colocou a mão sobre a boca tentando parar de rir, mas não conseguia – Tinha que ver a sua cara.
- Você me assustou. Eu estava com vontade de pegar esse carro e voltar ate lá e dar uma surra nele.
- Há! Há! Há! Se fosse verdade, do que ia adiantar? Tudo já estaria feito.
- Hunf! Adiantaria para o meu orgulho. Você deveria ter sido só minha – Segurou o queixo dela virando seu rosto para o lado.
Ela resolveu ficar de frente, passando os joelhos ao redor dele sentando em sua perna:
- E eu teria perdido o melhor da festa?! – Sorriu com ironia, o mesmo ficou sério erguendo uma das sobrancelhas – Se eu soubesse por um segundo que você entraria na minha vida desse jeito, eu juro que teria me guardado para você, teria esperado.
- É eu sei, desculpe ter demorado tanto
- Tudo bem, valeu a pena esperar – Segurou o rosto dele.
- Ainda não aceitei o fato de você ter ficado com outros
- John foram só dois, e eu já disse, foram poucas vezes. Eu fiz muito mais com você, do que com eles. Só ontem à tarde ultrapassamos o número de vezes.
- Hmmm – Continuou com a sobrancelha erguida.
- Bom se serve de consolo, você é bem melhor que eles. Com você eu quero fazer o tempo todo, quando eu o vejo, sinto seu perfume forte – Arrastou a ponta do seu nariz sobre o pescoço dele inalando seu cheiro – Eu sinto meu corpo queimar. E quando você me toca eu me derreto, fico completamente indefesa, a sua mercê – Sussurrou mordendo o lóbulo da orelha dele.
- Hmmm – Fechou os olhos sentindo arrepios percorrerem seu corpo – E com eles não era assim?
- Não, nem de perto. Eu só transava com eles quando sentia vontade, o que era bastante raro, eu preferia o beijo a "ele". Eu disse, eu passava bastante tempo estudando, saíamos mais em grupo do que a sós.
- E você me quer o tempo todo – Segurou o quadril dela deslizando suas mãos sobre o bumbum apertando-o.
- Sim, o tempo todo. Eu preciso de você como preciso de ar para respirar.
- Ah! Eu preciso de você com a mesma intensidade. Você me enlouquece. Esse seu corpo cheio de curvas, minhas mãos se encaixam perfeitamente nelas... Meu corpo se encaixa perfeitamente em você.
- Sim – Concordou em um sussurro arrastado – É como a peça certa de um quebra cabeça.
- A mais perfeita peça – Ele pegou seus lábios e a levou para o mundo da luxúria com aquele beijo. A língua macia dela deslizava sobre a sua entregando seu gosto, sua ansiedade e toda a sua excitação. John segurou a nuca dela mantendo-a no lugar sugando seu lábio dando segundos para respirarem antes de ataca-la novamente. Ele tinha gosto de vodca, devido à bebida que serviu quando ajudou Cesar. Isso mexeu com sua sanidade, queria esperar um pouco mais, ate a Suíça, deixa-lo com mais vontade, sedento pelo seu corpo, implorando para estar dentro dela, enlouquecendo-a com suas palavras carregadas de tesão para fazerem amor. Ela queria isso, e estava disposta a segurar seus desejos ate a viagem, sabia que valia a pena esperar e ver John virar um animal atrás da sua presa. Seria algo memorável. Em meio ao gemido de protesto dele, ela afastou sua boca.
- A chuva está mais fraca acho que podemos seguir em frente
- Não, não, ainda está forte, vamos esperar um pouco mais – Puxou o rosto dela e a beijou de novo.
- John eu viajo cedo
- Não tem problema, vai ser rápido – Beijou o pescoço dela.
- Com você nada é rápido – Sorriu segurando o rosto dele entre suas mãos.
- Porque você é boa demais para se aproveitada em pouco tempo
- Hmmm – Ela pensou a mesma coisa sobre ele. Aquele corpo musculoso e sedutor, ela adorava toca-lo, arranha-lo, senti-lo de todas as maneiras. Era seu parque de diversão.
- Vamos para o meu apartamento eu levo você ao aeroporto de manhã
- Nem pensar
- Por que não? – Franziu a testa olhando-a.
- Porque você não vai me deixar dormir, e com a tentação que é o seu corpo eu também não iria querer, e com certeza chegaria um bagaço no aeroporto.
- Talvez acontecesse o contrario, você iria revigorada
- Revigorada? Há! Há! Há! Conhecendo você, eu mal conseguiria levantar da cama – Ela imaginou a cena, os dois com as respirações fora de controle apenas tocando seus lábios sem poder beijar por causa do ar que lhes faltaria, enquanto se movia em cima dele freneticamente querendo senti-lo cada vez mais fundo, ele agarrando seus quadris e seu cabelo ajudando-a se mover em um ritmo sensual e erótico. Ela fechou os olhos com força sentindo o reflexo disso no calor que emanava no meio das suas pernas – Droga! Eu não acredito que me fez pensar nisso.
- Hmm! Imaginou como estaríamos no meu apartamento, passando a noite juntos
- É, sim, e nenhum desses pensamentos eu estava dormindo
- Uma consequência do que faremos o resto da noite
- Há! Viu só! Eu não ia dormir, e estaria morta durante viagem principalmente porque não consigo dormir em avião. Vamos deixar isso para amanhã. Que tal?
- O que? Quase dois dias sem você. Nem pensar.
- Há! Há! John eu estou bem aqui, a única que não terá hoje é "ela" – Apontou para baixo.
- Arg! E neste momento "ela" é tudo o que eu preciso, por favor, Nat não me torture desse jeito
- Não é tortura, eu também estou tentada em arrancar sua calça e brincar com você
- Eu sou todo seu
- Merda! Odeio quando diz isso – Declarou com sua voz rouca, segurando a blusa dele em suas mãos.
- Vamos lá minha linda, eu quero você e você me quer, eu não estou disposto a resistir, basta você tirar minha calça – Sussurrou. Suas palavras pareciam um feitiço se lançando sobre ela.
- Aaah! Droga... Não – Ela repetiu diversas vezes na cabeça "resista". Tinha que esperar, sabia como ia ser bom se aguentasse – Não, não, não adianta. Vamos deixar isso para amanhã, nós precisamos ir para casa. Vem. – Se afastou dele, voltando para o banco da frente. Quando ela estava passando John deu um tapa na bunda dela fazendo-a gritar.
- Sem graça. E o que eu faço com ele?
Natasha olhou para trás, para baixo e mordeu o lábio vendo o volume e o que a esperava por baixo. Virou depressa para frente respondendo:
- Toma um banho com água fria, passa – Sorriu mordendo a unha do indicador.
- No estado em que eu estou nem uma banheira com gelo resolveria o meu caso – Passou para frente – Mas tenho certeza que a melhor maneira seria se você cedesse.
- Eu sei disso, mas nem pense. Amanhã. – Cruzou os braços.
- Você é a namorada mais cruel que existe
- Ah! Isso não é verdade, se eu fosse realmente cruel, não dispensaria você somente hoje, e muito menos daria certeza de que faríamos no outro dia.
- Ainda é crueldade – Ligou o carro.
- Confie em mim, vai ser bem melhor amanhã – Se esticou sussurrando no ouvido dele e mordendo sua orelha.
- Qualquer dia e hora com você seriam as melhores – Olhou para ela pegando seus lábios antes que se afastasse, dando um molhado beijo.


Continua...

Simply, I love youWhere stories live. Discover now