Cada vez pior

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[...] - Eu também [...]

Natasha olhou a hora no relógio em seu pulso, eram quase onze da noite, desde a última vez que se falaram John entrou na cabine e não saiu mais, e fazia horas isso. Natasha não estava com um pingo de sono, isso também por causa do seu problema em não conseguir dormir em aviões, e o único que conseguia mudar isso era John, mas não podia fingir que tudo estava bem e ir para o quarto – Por mais que quisesse. Ela respirou fundo e olhou seu irmão que observava o céu noturno da sua janela distraído:
- Ei – Chamou sua atenção.
- Hmm? – Não virou o rosto para ela, apenas ergueu as sobrancelhas.
- Como está sua situação com a Naya?
Ele suspirou pesadamente e fechou os olhos por um instante enquanto recostava-se na poltrona:
- Eu não sei, desde aquele dia não nos falamos mais. Ontem eu ate liguei para saber como ela estava, mas não me atendeu.
- Talvez não tenha escutado o telefone tocar ou tenha esquecido em casa
- Não, a Naya sempre está com o celular e sempre atende, a mãe dela vive ligando, por isso anda o tempo todo com ele. Ela não atendeu porque não quis.
- Ah Ethan – Olhou triste para ele – E durante esse tempo longe o que você pensou?
- Pensei na falta que ela me faz... Nat eu tô morrendo de saudade dela, e eu espero realmente que ela tenha encontrado um jeito de me encaixar na vida dela, pois caso contrário eu encontrarei, mas sem a Naya não fico mais.
- Isso é ótimo irmão. Eu tenho certeza que esse tempo um afastado do outro fez bem para ela refletir a respeito de tudo isso. Vai dar tudo certo, vocês se amam.
- Sim, assim como você e John se amam.
- Hunf! É
- Nat eu vou dar um conselho de homem – Ele se ajeitou na poltrona apoiando os cotovelos sobre os joelhos – Quando amamos uma mulher, mas amamos de verdade, o céu não é o limite para deixa-las felizes, queremos a todo momento demonstrar nosso amor, agir diferente, melhorar por vocês, nada é suficiente, porque valorizamos esse sentimento único e vocês por serem as melhores coisas das nossas vidas. A sensação de ter um dia estressante e saber que há alguém em casa para nos receber de braços abertos e transformar aquele ultimo pedaço do nosso dia mais leve, é incrível. Eu amo o fato da Naya me amar, ela deixa meus dias mais radiantes e felizes. Mas o que eu quero dizer com tudo é que, devido a esse nosso incessante esforço que fazemos para deixa-las felizes nós também esquecemos que temos outras responsabilidades, nós homens não somos como vocês mulheres, não conseguimos fazer varias coisas ao mesmo tempo, e às vezes quando nos atrevemos a tentar tudo acaba virando uma bagunça – Ethan suspirou – Tentamos fazer a coisa certa do jeito errado, é clássico, mas uma coisa é certa, fazemos tudo isso por vocês, porque queremos que vejam o tamanho do nosso amor e devoção que sentimos, pois no final isso é tudo o que importa, vocês e esse sentimento que não para de crescer. John não está livre desse mal, ele fez a coisa errada achando que estava certo, é muito comum isso na vida de um homem, mas não fez com a intenção de magoar de você, ele apenas foi... Homem. Mas se você puder perdoa-lo demonstrará o que é ser mulher, ter compaixão. Vocês têm uma paciência e um coração enorme, e nós homens só podemos agradecer por isso.
Natasha estava de boca aberta com todo aquele raciocínio do irmão, geralmente era ela que o aconselhava e sabia a coisa certa a se dizer:
- Quando foi que você ficou tão esperto no quesito romance?
- Estou apaixonado e também tenho a melhor conselheira de todas, tinha que aprender alguma coisa. – Piscou para ela.
- Você está se saindo muito bem – Ela sorriu olhando por uns segundos a mesa entre eles, então ergueu seu olhar para o irmão. – Obrigada.
- Não me agradeça... Eu vou repetir o que disse antes, é melhor gastar seu tempo amando seu marido do que brigada com ele.
- Eu sei – Respirou fundo.

Natasha sentiu alguém tocando seu ombro e sacudindo-a. Puxou o ar e abriu os olhos tomando conhecimento do lugar onde estava. Havia dormido na poltrona do jatinho, e achou inacreditável, pois nem com sono estava. Olhou para cima e John estava curvado tocando-a:
- Nós já chegamos, Phil está nos esperando
- Já chegamos? – Olhou para a janela e tudo ainda continuava escuro.
- Ainda é madrugada. Ethan já saiu e está no carro esperando por nós dois.
- Hmm – Ela esfregou os olhos ainda sonolentos – Eu acabei dormindo.
- Percebi. Você não foi para o quarto – A ajudou a levantar e vendo que ainda estava com sono a pegou no colo.
- Eu não pretendia dormir aqui, não estava com um pingo de sono – Passou os braços em volta do pescoço dele.
- Tudo bem, você dorme no caminho para casa. Vou deixar vocês na casa dos seus pais.
- O que? – Olhou para ele. – Por quê?
- Você dorme melhor lá
- Não, é claro que não. Eu quero ir para o seu apartamento, você nunca gostou que eu dormisse na casa dos meus pais, longe de você.
- É melhor hoje
Natasha entreabriu a boca olhando- o sem acreditar que ele realmente a estava mandando embora. John odiava quando ela dormia em outro lugar que não no seu apartamento e agora a estava dizendo para ir sem nem hesitar ou oferecer resistência. Uma onda de raiva invadiu Natasha. Antes que passassem pela porta ela começou a se mexer e se debater nos braços dele ate que não conseguisse segura-la, e então a deixou no chão. Quando seus pés tocaram o piso ela o empurrou com um dos braços afastando- o e saiu do jatinho pisando duro.
Se tivesse super força a pista teria quebrado com as pisadas dela. Natasha andava furiosa e com os punhos fechados na direção do carro:
- Boa noite Nat – Phillip a cumprimentou, mas a mesma não respondeu e se jogou para dentro do carro e pediu para Ethan sentar no meio, pois não queria ficar perto de John.
- Você vai dormir no apartamento do John?
- Não, vamos para a casa dos nossos pais - Olhou para a janela e sentiu quando John entrou no carro, pois seu perfume tomou conta do pequeno espaço.
- Para onde senhor? – Phillip perguntou quando tomou seu lugar no banco do motorista.
- Casa dos Donovan – Respondeu.
- Sim senhor – Ele ligou o carro e saiu da pista.
Natasha podia sentir o olhar de John sobre ela, mas não viraria para encara-lo de volta, ele a dispensou, então que arcasse com as consequências. Ela estava disposta a perdoar o erro dele, só esperaria que chegassem à Nova York para dizer, queria passar todas as horas possíveis com ele, mas um balde com gelo foi jogado em cima dela e a raiva a consumiu outra vez. Em um lapso de decepção ela pensou em tirar a aliança do seu dedo e jogar no chão, mas não tinha coragem para fazer isso. Então apenas controlou seus pensamentos.
Todo o trajeto foi tenso e silencioso. Ethan sentiu a carga pesada dentro do carro e sabia que era por causa de John e Natasha, cada um olhava para além de suas janelas, não trocaram olhares, nem cumprimentos ou algo que fosse relacionado com carinho. Ele achava que as coisas tinham ficado mais leve entre eles quando conversou com sua irmã, mas parece que se enganara. Ele pegou a mão dela e entrelaçou seus dedos. Ela virou o rosto para o irmão e o mesmo beijou sua mão mostrando um olhar compreensivo.
Quando chegaram a casa deles, Natasha abriu a porta e saiu apressada como se o banco estivesse pegando fogo, John virou-se para dizer algo, mas não teve tempo, ela saiu sem nem olhar para trás. Ethan parecia chocado com a atitude, pois ficou no carro quase paralisado. Ele se virou para John e não sabia ao certo o que dizer:
- É... Obrigado pela carona e pela viagem
- Tá – Ele acenou com a cabeça e se recostou no banco.
- John eu sei o que está acontecendo entre vocês, e achei que depois da conversa que tive com a Natasha tudo iria se acertar, eu vi que ela estava disposta a esquecer daquele incidente em Paris, mas parece que não vai ser bem assim... Bom eu só espero que os dois se acertem, seria trágico se logo após se casarem acabassem se divorciando.
John olhou para Ethan como se ele fosse o monstro dos seus piores pesadelos. Ele não queria se divorciar da Natasha, isso nunca lhe passou pela sua cabeça, não aceitaria. Ok, ele fez merda, de novo, para variar, mas ficou magoado quando a viu dormindo na poltrona e não no quarto com ele, e principalmente pelo fato dela ter dormido sem a ajuda dele, aquilo foi um grande golpe em seu coração.
- Ate mais John – Ethan saiu do carro.
- Obrigada Phil – Natasha agradeceu pegando sua mala.
- Disponha e tenha uma boa noite.
- Obrigada – Puxou sua mala através da calçada e das escadas ate a entrada da sua casa, seu irmão veio logo atrás. O carro só partiu quando os dois entraram e a porta se fechou. Ethan tinha a chave então não precisavam se preocupar em acordar ninguém.

Simply, I love youWhere stories live. Discover now