Uma parte da família

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[...] - Eu sei disso – Jogou a cabeça para o lado. [...]

Eles entraram e subiram para o segundo andar, tinham ao todo cinco quartos. John não sabia como era os outros quartos, mas de fato o último tinha uma bela vista para o campo, e era grande. Ele deixou as malas em cima de duas cadeiras:
- Espero que tenha trazido roupa de frio.
- Sim, eu trouxe, costuma fazer bastante frio a noite em cidades com bastante floresta em volta.
- Nem sabe o quanto. Mais tarde faremos uma fogueira e toda a família vai se reunir.
- Tudo bem – Tirou sua toalha da mala.
- Você vai tomar banho?
- Vou
- Ok! Eu vou lá embaixo pegar algo para a gente comer e depois volto.
- Está bem – Ele lhe deu um selinho e foi para o banheiro.
Natasha saiu do quarto e desceu as escadas passando pela sala de piano, a de jantar, atravessando a porta para a cozinha. Lá estavam sua avó, sua mãe e suas duas tias, Carmem e Melissa. Elas deram um pulo da cadeira e abraçaram bem apertado a sobrinha:
- Natasha que saudade – Carmem falou.
- Senti sua falta também tia
- Eu soube que você trouxe seu namorado – Melissa cutucou ela com o cotovelo.
- Eu vi ele, é um pedaço de mau caminho. Lindo, alto, moreno, com um corpão – Carmem viajou na descrição.
- Tia, por favor – Nat foi ate a mesa pegando os dois pratos para colocar um pedaço da torta de frango que sua avó preparou.
- Queria ter encontrado um desse na minha juventude, com certeza teria casado – Melissa retrucou sentando na cadeira novamente.
- Você teve homens belíssimos, mas era muito fresca para aceitar o pedido deles – Susan respondeu enquanto descascava a batata em sua mão.
- Não faziam o meu tipo, tinham sempre um defeito que eu detestava. Fora que se tornavam grudentos. E se eu quisesse grude mascava chiclete.
- Acreditem ou não, ela é solteira – Susan falou rindo.
- Mas e você querida? Como é o seu relacionamento com o bonitão? – Carmem perguntou apoiando os braços sobre a mesa inclinando-se.
- É ótimo, como qualquer relacionamento. Nos damos muito bem.
- Eu vi no site de fofoca que tinham começado a namorar. Eu o achei lindo, mas a foto não faz jus a ver pessoalmente. Esse homem é de outro mundo.
- Ele realmente é dono de uma revista? – Tia melissa perguntou.
- Sim, a Premium
- Tá brincando, eu sou fanática por essa revista, sou ate assinante, todo mês eu compro – Melissa ficou eufórica.
- Ele vai gostar de saber disso – Foi ate a gaveta da prateleira e pegou dois garfos.
- John é um ótimo menino – Susan retrucou deixando a ultima batata descascada na vasilha.
- Tias eu sei que estão alegres por ele ter vindo, e provavelmente querem arrancar o máximo de informação sobre a vida dele, mas eu vou pedir que, por favor, se contenham. Ele está um pouco nervoso com tudo isso, e não quero que o assustem.
- Natasha tem razão, não vão encher o menino de perguntas, ele não está acostumado com a loucura da nossa família. Quero que façam ele se sentir em casa, mas não da maneira de vocês... Eu gostei dele, então é melhor terem cuidado.
- Uau! Se a mamãe gostou então eu vou adora-lo. – Tia Carmem ergueu as mãos em derrota completamente surpresa.
- Ele é um ótimo rapaz. Eu senti a intensidade da paixão dele pela minha neta, e não é pouca. Raras as vezes que senti algo parecido. E se qualquer pessoa estragar isso vai se ver comigo – Apontou a colher para todas. Natasha riu segurando os dois pratinhos com a torta – Natasha achou o amor verdadeiro, e deve lutar para continuarem juntos.
- Você acha que é ele o meu amor verdadeiro vó?
- Sem a menor dúvida
- Você sabe que ate hoje a mamãe nunca errou – Susan torceu a boca.
Nat ergueu as sobrancelhas em confirmação. Respirou fundo e disse:
- Já que a vovó nunca errou, ela poderia usar seu dom para fazer a mamãe parar de ser tão cabeça dura e desculpar o papai.
- O que? Por quê? – As duas irmãs perguntaram.
- O que houve Susan? – Eva limpou suas mãos no pano virando-se para a filha.
- Natasha... – Bufou.
- Conta mãe, e eu vou levar isso aqui para o John. – Virou empurrando a porta, passando pelas duas salas ate subir a escada. Quando virou seguindo o corredor ate seu quarto, Ivy estava recostada no batente da porta onde deveria ser o seu quarto. Ela estava de braços cruzados olhando a morena. As duas não eram nem um pouco parecidas, Ivy tinha cabelos lisos castanhos, olhos quase da mesma cor só que mais escuros, era alguns centímetros mais baixa, e bonita de corpo, só que como Michelle sempre dizia o que Natasha tinha em excesso, faltava na Ivy.
- Natasha, bom te ver – Ergueu uma sobrancelha usando seu típico tom de ironia.
- Oi Ivy. Seus pais já chegaram? – Parou de andar.
- Sim, antes de você
- Legal.
- Espero que não se importe de eu usar seu quarto esse final de semana.
- Não, de forma alguma. O último é melhor, maior e mais espaçoso, fora que a vista é incrível. A vovó escolheu o melhor.
- Hunf – Ela fechou a cara, logo em seguida suspirou – Soube que trouxe seu novo namorado. Coragem.
- Eu queria que ele conhecesse minha família.
- Então é sério o que tá rolando entre vocês?
- Sim, muito sério. Tão sério que ele fez questão de literalmente anunciar para o mundo todo.
- Ah é? Como? Ele por acaso jogou isso em um site de fofoca? – Ivy queria tirar sarro.
- Exatamente, passou a notícia para um site de fofoca, mesmo não precisando, já que ele poderia publicar na própria revista – Natasha não suportava o que estava fazendo, gladiando por quem levava a melhor, odiava ter que ficar contando vantagem, era ridículo, mas essa era a única maneira de fazer Ivy se calar e ficar sem aquele sorriso de deboche que tanto desprezava. Com a cara de desentendida da moça, Natasha fingiu ironicamente estar surpresa – O que? Não sabia que John é dono de uma revista? A Premium.
- Premium? – Ela desencostou do batente parecendo diminuída diante dessa informação.
- Sim. Uma ótima revista, devia ler, ia adorar. Bom eu vou levar essa torta para ele, ate depois Ivy – Eliminou a distancia ate o seu quarto e entrou trancando a porta – Arg! Que garota insuportável.
- O que foi minha linda? – John tinha acabado de sair do banheiro com a toalha enrolada na sua cintura
- A Ivy. Essa garota me irrita.
- O que ela fez?
- O que sempre faz, quer me chatear. E ela tem o poder de fazer eu me transformar em outra pessoa... Eu acabei tirando vantagem da sua riqueza.
- Como assim? – Sorriu estreitando as sobrancelhas. Ele andou ate a cadeira onde estava sua mala.
- Nós sempre temos essa disputa, ela gosta de jogar na cara tudo o que consegue, e eu não suporto quando ela faz isso, só que a única maneira dela se calar é jogar o mesmo jogo. Eu disse que você era dono de uma revista e que tinha anunciado o nosso namoro para o mundo todo – Deixou os dois pratinhos sobre o criado.
- Bom isso não deixa de ser verdade – Pegou suas roupas.
- É eu sei, mas faturei nas suas costas, e eu não gosto disso. Falar sobre o que de importante eu faço para tentar parecer melhor que os outros, usar o negócio do próprio namorado para ajudar com isso não é nada legal, eu odeio isso, mas toda vez que a gente se encontra isso acontece, eu esqueço meus valores e acabo entrando na guerrinha da Ivy.
- Minha linda não se preocupe com ela, você é melhor que isso. O problema é que ela quer ser você, é invejosa, por isso tenta mostrar que tem e pode mais. – Ele segurou o rosto dela. – Mas eu sei quem é você de verdade, e me orgulho da namorada que tenho. E se quiser usar minhas influencias para superar sua prima, faça isso, eu não me importo.
- Só que não quero fazer mais isso – Fez beicinho – Essa história ate me deixou com dor de cabeça.
- Quem sabe com um beijo passa – John beijou a testa dela – Passou?
- Ainda não
- Então deixa eu beijar do outro lado – Ele beijou cada lado – E agora?
- Passou, mas tá doendo em outro lugar.
- Onde? – Sorriu abertamente.
- Nas duas bochechas
- Ok – Beijou as bochechas – Passou?
- Sim, mas agora está doendo aqui – Apontou para o pescoço virando o rosto para o lado.
- Hmm – Deu um longo beijo no local – Onde mais?
- Aqui – Indicou acima do seio, e ele beijou. – E agora aqui – Apontou para sua barriga.
- Está doendo aqui? – Tocou o lugar.
- Sim, muito, vai ter que ser um beijo bem demorado para poder passar
- Oh! Eu vou dar – John se ajoelhou, levantou a camisa dela e trilhou um caminho de beijos de um lado para o outro. Parou bem no meio beijando mais demoradamente, tocando a ponta da sua língua na pele arrepiada dela. Ele abaixou a camisa e ficou de pé – Mais algum lugar?
- Só um
- Qual?
Bateu o indicador sobre a boca. John gesticulou com a cabeça um "tudo bem" e aproximou seus lábios do dela e a beijou profundamente. A abraçou mantendo-a colada em seu corpo úmido. Sentiu aquele gostinho doce dos lábios dela como se fossem feitos de açúcar, suas pequenas e delicadas mãos tocavam seu peito e subiam ate seu rosto. Beijar ele era como ir ate o limite do céu e esquecer o caminho de volta, John sabia beijar muito bem, enlouquecia ela quando a beijava cheio de excitação e pressa, e a derretia quando beijava desse jeito, com calma e naturalidade, pura e simples paixão. Pegou o lábio inferior dele entre os seus e lhe deu vários selinhos:
- Passou a dor?
- Sim, nem lembro mais dela
- Que bom – A beijou novamente. Natasha desceu suas mãos pela costa dele ate chegar a barra da toalha querendo tira-la – Nat você disse sem gracinhas.
- Hmm – Gemeu de frustração. Respirou fundo – Pelo menos veste uma cueca. – Se afastou para sentar na cama.

John riu enquanto pegava sua cueca da mala e vestia. Ele vestiu uma blusa de manga longa e calça. Passou as mãos nos cabelos para ajeitar:
- Amor senta aqui e prova essa torta, está uma delícia – Nat falou segurando o prato e o garfo nas mãos.
Ele se aproximou sentando ao lado dela. Natasha ficou de frente para ele e tirou um pedaço da torta:
- Abre a boca
- Vou receber comida na boca? – Sorriu.
- Vai, e não reclama
- De maneira alguma – Abriu a boca e ela lhe deu o pedaço da torta.
- E então? – Perguntou pegando mais um pedaço.
- Muito bom, e é de frango, eu adoro frango.
- Que bom. Minha avó me ensinou a fazer essa torta, e eu prometo que faço uma para você
- Hmm! Eu vou cobrar, eu sei que você cozinha muito bem – Ele abriu a boca novamente quando ela levantou o garfo – E eu tô devendo um jantar descente para você.
- Como assim?
- A primeira vez que foi jantar em casa eu não me preparei, e acabei fazendo comida enlatada.
- Ah! Mas eu não me importei, eu disse que gostava de bolinhos de carne
- É, mas teria sido melhor se eu tivesse preparado algo. Acredite ou não, eu sei cozinhar, minha especialidade é comida italiana.
- Jura? – Ela ficou impressionada.
- Sim, cozinho bem, e prometo que vou fazer um jantar a altura para compensar aquele.
- Bom se é assim, eu fiquei curiosa agora, quero experimentar seu dote italiano.
- Você vai gostar
- Eu tenho certeza que sim. Mas agora abre a boca
- Sim senhora – Abriu a boca, Natasha ergueu o garfo e deu o pedaço a ele fazendo aviãozinho. John teve que esperar o riso passar para poder mastigar. – Sabia que você é incrível?! – Tirou o prato da mão dela e a puxou para cima do seu corpo deitando na cama.



Continua...

Simply, I love youWhere stories live. Discover now