Encontro no Louvre

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[...] elas finalmente dormiram. [...]

De manhã cedo, elas já estavam de pé, tinham tomado café à moda de Paris e já devidamente arrumadas e empolgadas elas deram início ao tour.
- Muito bem Michelle você é a nossa guia, aonde vamos primeiro? – Natasha perguntou.
- Bom, primeiro vamos a Catedral de Notre-Dame, é o que fica bem perto do rio Sena, então vamos fazer duas visitas de uma vez só – Olhou para as amigas sempre com aquela expressão de "Vocês sempre vão se divertir comigo".
Elas pularam de alegria e seguiram para o ponto de ônibus mais próximo. Elas visitaram muitos outros lugares depois da catedral, cada um mais lindo e misterioso que o outro, como Basílica de Sacré Coeur, Parc de La Villete, Panteão, Arco do Triunfo e a última parada do dia era o Museu do Louvre, onde ficava o famoso quadro da Monalisa – Ou Mona lisa. As meninas estavam cansadas, mas não queriam parar:
- Muito bem essa é a nossa última visitação do dia, depois disso vamos parar para comer alguma coisa – Michelle alertou já com os pés inchados e sem conseguir dar mais uma volta por qualquer lugar.
- Tudo bem, nós vamos parar – Kate confirmou.
- E provavelmente logo, daqui a pouco encerra os horários de visitação – Natasha falou com pressa depois de ter tirado uma foto do grande palácio.
- Então vamos logo – Kate as chamou mexendo o braço.
- Já vou – Mich acompanhou a amiga sem muito animo – Vem Nat.
- Estou indo – Ela olhou para cima enquanto se aproximava das escadas – Minha nossa esse lugar é lindo... E grande – Continuou olhando para cima impressionada com a arquitetura. Pisou no segundo degrau e de repente sentiu seu ombro quase ser deslocado do lugar, e com tal força acabou caindo no chão – Aii!
- Oh! Meu Deus, me desculpa – Ele desceu apressado e deixou um dos joelhos no chão e segurou o rosto dela – Você está bem? Por favor, abra os olhos.
- Aii! Minha costa... Está doendo – Resmungou sentindo a fisgada de dor.
- Eu sinto muito, eu vou levar você ate o hospital – Ergueu um pouco mais a cabeça dela.
- Não, não é preciso, eu estou bem – Ela abriu os olhos e olhou diretamente para o seu corpo procurando alguma fratura exposta – Vem cá, você não olha por onde anda não?
- Há! Há! Na maioria das vezes sim
Ela olhou para ele furiosa e com uma resposta na ponta da língua, mas quando seus olhares se cruzaram as palavras simplesmente sumiram. Ele era alto, de pele clara, cabelos pretos, olhos cinza intensos e estava usando um terno. Ele ficou hipnotizado quando congelou seu olhar sobre aqueles olhos azuis escuros que uma mecha do cabelo escondia um e dava uma expressão sensual a ela. Ele não entendeu, mas não conseguia tirar os olhos dela, e uma vontade que dominava seu corpo era em ajuda-la, mas na verdade o que queria era ficar por perto. Sentiu-se um grande idiota, acabou de esbarrar na moça e já queria que virassem amigos íntimos. Ele espantou esses pensamentos e se concentrou em ajuda-la a levantar, segurou uma das mãos dela, e uma corrente elétrica foi distribuída por seus corpos, Natasha de imediato notou e puxou sua mão da dele:
- Nossa, o que foi isso?
- Hmm! Acho que não foi nada de mais. Venha, deixe- me ajuda-la a levantar – Ele mantinha a mão direita sobre a bochecha dela. Seu toque era quente e suave, ela imaginou que poderia dormir sobre sua mão. Ele novamente segurou a mão dela, e outra vez a corrente surgiu, mas desta vez ela não soltou. Ele a ajudou ficar de pé. Deslizou disfarçadamente seu polegar na palma da mão da morena e sua pele era macia e suave, como o de toda jovem deve ser, vários pensamentos brotaram em sua cabeça, mas lutava quase inutilmente para espanta-los.
- Mais uma vez eu peço desculpas, estava distraído com o celular e nem vi você – Se desculpou deixando um sorriso de canto surgir.
- Tudo bem, eu também estava distraída, olhando para cima igual maluca só podia dar nisso, nem sei como não cai no início da escada – Deu de ombros dando uma risadinha envergonhada.
- Ainda bem que não aconteceu... – Ele foi pego novamente na hipnose dos olhos azuis.
- É... – Quase suspirou sua confirmação.
Ficaram se encarando por exatos cinco segundos, foi o tempo em que suas amigas apareceram gritando por ela:
- Nat? – Kate chamou.
- Ela está ali – Tocou o ombro da amiga e apontou.
- Mas quem é aquele?
- Eu não sei, mas a Nat deixou a viagem mais interessante. Vem vamos lá – Kate não teve nem chance de protestar, foi pega pela mão e arrastada.
- Calma Michelle
- Natasha – Mich se aproximou com a cara mais sínica do mundo, como se estivesse preocupada – O que aconteceu?
- Oh! É... Eu caí – Falou sem graça.
- Eu esbarrei nela sem querer
- Oh! Que chato – Mich interpretava muito bem.
De repente o celular dele começou a tocar incessantemente. Ele tirou do bolso e ao ver quem era olhou para a jovem e disse:
- Eu tenho que ir, me desculpe de novo pela queda, a culpa foi minha, eu sinto muito – Falou dando alguns passos para trás.
- Não, tudo bem, acontece, já passou
- Certo... – Olhou para ela por mais alguns segundos, deu tchau e atendeu seu telefone.
- Oh! Meu Deus quem era ele? – Mich perguntou.
- Eu não sei, quando estava subindo a escada ele esbarrou em mim e eu fui pro chão, como sempre estou pagando mico
- Uau! Eu também queria ter a sorte em esbarrar em um gato desses – Falou olhando o rapaz indo longe e entrando em um taxi.
- Michelle ela pode ter se machucado e você fica pensando nas suas fantasias com homens
- Ah! Qual é Kate, você não pode dar uma de santa o tempo todo – Ironizou. Mich adorava tirar sarro do jeito tranquilo e puritano de Kate, e sempre que tinha oportunidade tentava mudar o modo de pensar da jovem – Vai, diz aí, ele é um gato.
- Hunf! Tudo bem, ele é bonito sim
- Há! Há! Viu só
- Mas isso não significa que eu pense de outra forma. Nat você está bem?
- Estou sim – Respondeu sorrindo – Meninas vamos logo entrar.
- Nat tem razão, daqui a pouco vão fechar o museu – Kate informou.
- Então vamos lá – Elas subiram a escadaria e desta vez Natasha estava olhando para frente, na direção certa.
Depois que visitaram todo o museu, elas pararam na primeira lanchonete que encontraram e depois de comer voltaram para casa exaustas. À noite quando se preparam para dormir, Michelle foi para o quarto das duas, não aguentava dormir sozinha:
- Hoje você vai dividir a cama com a Kate, Mich
- O que? – Kate olhou surpresa.
- Por quê? Tem medo que eu te ataque no meio da madrugada? – Mich brincou fazendo gestos de garras com as mãos.
Natasha começou a rir e puxou o edredom:
- Engraçadinha. Tá pode dormir comigo – Pegou o travesseiro e jogou para ela.
- Ai! Mal humorada – Resmungou e esperou a amiga se acomodar na cama para depois deitar.
- Nossa hoje o dia foi longo – Natasha esticou- se na cama e puxou o cobertor.
- O seu é o que eu diga, conheceu aquele gato
- Verdade – Kate concordou.
- Vocês querem parar com isso?! Foi apenas um acidente
- Do jeito que ele olhava para você acho que não se arrependeu em jogar você no chão – Michelle falou provocando e cheia de entusiasmo.
- Tenho que concordar com a Mich, ele não parava de te olhar
- Ate você? Pensei que me defenderia – Olhou para a amiga.
- Há! Há! Há! Desculpa, mas é verdade
- Olha que seja, de qualquer forma a gente nunca mais vai se encontrar, então vamos esquecer essa história – Fez o gesto de "basta" com as mãos.
- Hii! Ela ficou nervosinha – Mich brincou.
- Vai dormir garota – Jogou um travesseiro nela e desligou a luz do abajur.
- Chata


No hotel onde sempre ficava quando tinha de fazer viagens para Paris o jovem galanteador acabara de sair do banho e caminhava para seu guarda roupa. Puxou a toalha em volta da sua cintura e enxugou seus ombros e deixou a toalha sobre eles. Vestiu sua cueca e uma calça moletom preta ficando com o peito nu. Andou ate sua cama e deitou:- Ah estava louco para sair daquele terno e me jogar na cama – Olhou para o criado ao lado da sua cama, e o livro sobre ele – Hmm! Acho que não vou ler hoje, a TV parece uma melhor opção agora – Pegou o controle ao seu lado e ligou a TV. No primeiro canal que ligou estava passando um filme, e uma atriz de cabelos longos pretos e olhos claros deu vida a sua encenação. Ele olhou intrigado para a atriz e sem seu consentimento seu pensamento viajou ate a jovem moça de cabelos pretos azulados e olhos tão hipnotizantes quanto à própria magia. Recordou o momento em que tocou o rosto dela verificando se estava consciente e o momento exato em que seus olhares de encontraram e ele foi fisgado como um peixe indefeso e inocente na rede daquela bela jovem:

- Quem era aquela garota? – A voz doce dela invadiu seus ouvidos. O riso nervoso que saiu de seus lábios quando ela tentou se desculpar pela falta de atenção, ele foi pego desarmado e sem combate – Qual era o nome que aquelas duas garotas falaram? Droga eu não consigo lembrar – Tentou buscar novamente seu rosto na mente – Ela é linda, nunca vi garota igual. Ele pegou a si mesmo sorrindo feito bobo. O que aquela garota fizera a ele era algo inexplicável, ele nunca sentiu uma atração tão grande e intensa por outra pessoa assim como foi com ela. O moreno olhou novamente para tela e a jovem atriz ainda continuava impecável em sua atuação:
- Quem é você? – Perguntou como se a garota do filme fosse a jovem que não saía da sua cabeça.
Em sua cama Natasha olhava para a janela e enxergava a claridade daquela linda cidade, tudo estava silencioso, suas amigas já estavam dormindo, mas ela não conseguia pregar os olhos, pois estava tomada pelas lembranças do encontro nada suave com o rapaz de beleza impactante. Ela tocou sua bochecha com a ponta dos dedos e podia sentir o calor vindo delas quando as mãos dele tocaram lá. Fechou os olhos puxando lá da memória o rosto dele, e a voz soou suave e grossa em meio aos seus pensamentos:
- Quem era ele?... E o que fez comigo? Por que não consigo tira-lo da cabeça? Eu o vi apenas uma vez e fico pensando nele a cada minuto, nunca aconteceu algo assim comigo antes – Pousou a mão na testa deixando o cotovelo erguido e mordeu o canto do lábio – Mas eu queria ver ele de novo.
Ela riu baixinho e balançou a cabeça deixando os devaneios de lado:
- Chega disso Natasha, você está sonhando demais, trate de dormir, é o melhor que faz – Virou para lado puxando o edredom e cobrindo-se.
No outro dia as visitações continuaram, elas escolheram cinco lugares para visitar e um ótimo restaurante para almoçar, mas desta vez nenhum rapaz encantador vestido de terno apareceu.

Continua....

Simply, I love youWhere stories live. Discover now