A dor da notícia

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[...] Como queria falar com ela agora. [...]

Susan e Taylor praticamente arrombaram a porta do hospital. Correram ate a recepção atropelando varias pessoas:
- Minha filha, eu quero saber da minha filha – Susan perguntou aos prantos.
- Calma senhora. Me diga qual o nome da sua filha – A recepcionista perguntou pacientemente.
- Natasha Donovan – Ela respondeu.
- Como ela está? O que aconteceu? – Taylor perguntou nervoso segurando firmemente a mão da esposa.
- Oh! Sim – A moça olhou para a tela do computador – Acidente de carro, um motorista estava em alta velocidade e a acertou.
- Oh! Meu Deus – Susan cobriu a boca.
- E como ela está?
- Eu ainda não sei dizer o estado dela, mas está no centro cirúrgico agora.
- Cirúrgico? – Ela arregalou os olhos – Taylor... – Olhou para ele horrorizada.
- Por favor, onde podemos esperar?
- Me acompanhem, por favor. – A recepcionista saiu de trás da bancada e os direcionou ate a sala de espera.

Susan estava com os braços em volta do corpo e não parou um minuto de chorar desde que chegou. Ethan apareceu meia hora depois correndo feito um louco pelo corredor e quase caiu quando os viu. Não haviam recebido nenhuma informação sobre o que estava acontecendo dentro da sala, e isso os afligia mais:
- Avisaram mais alguém? – Ethan perguntou ao pai.
- Não, você foi à única pessoa para quem pensei em ligar... Eu não consigo pensar em nada agora... E imaginar que minha filha está lá dentro – Apontou para a porta e falou com a voz embargada – Entre a vida e a morte, e nós estamos aqui de mãos atadas e sem saber de nada, isso... – Ele cobriu o rosto quando as lágrimas caíram.
- Calma. Vai ficar tudo bem pai – O abraçou esfregando suas costas – Ela é forte, vai sair dessa.
- Ethan eu preciso que você ligue para os outros, avise o que está acontecendo – Bateu nos braços do filho olhando-o – Seus primos, seus avós, o John.
- Pode deixar pai, eu vou ligar para todo mundo agora mesmo – Garantiu e pegou seu celular do bolso.
- Susan querida, você não quer um copo d'água? – Perguntou tocando seu ombro sentando ao seu lado.
- Não, eu não quero nada, quero apenas saber como está minha filha
- Logo o médico virá nos dizer – Segurou seu rosto lhe dando um beijo na bochecha.
Ethan se afastou deles:
- Michelle?
- Oi Ethan
- Onde você está?
- Em casa, por quê?
- Mich aconteceu uma tragédia – Tocou sua testa.
- Não me assusta Ethan, o que houve?
- A Nat ela... Ela... – Engoliu o choro – Sofreu um acidente de carro e está muito mal. Estão na sala da cirurgia agora.
- O que? Não, não, é impossível, eu falei com ela hoje de manhã, como pode ter sofrido um acidente?
- Eu não sei o que aconteceu, mas ligaram pro meu pai assim que chegaram ao hospital
- Oh! Meu Deus – Ele pôde escutar o choro dela que começava a se formar – Eu não acredito.
- Eu preciso que você ligue para Kate e depois para o John, avise a eles, mas mantenha a calma.
- T-tá... E- eu vou ligar... Deus isso não é possível – Desligou.
Michelle estava nervosa, e devido à tremedeira nas mãos e as lágrimas que não paravam de cair, ela quase não via nada em seu telefone. Finalmente achou o número de John:
- Arrg! Caixa postal, merda – Rangeu os dentes e tornou a chorar – Eu não acredito nisso. Ai Nat. – Voltou a vasculhar os números do seu celular e encontrou o de Sam, mas do que as pressas discou. No quarto toque ele atendeu.
- Michelle?
- Oh! Graças a Deus Sam – Soluçou.
- O que foi? – Perguntou preocupado.
- Eu não tô conseguindo falar com o John e...
- Ele perdeu o celular
- Droga! Justo agora
- O que aconteceu Mich? Por que está assim?
- Sam eu preciso que você fale com ele, e tente acalma-lo
- Por quê? Michelle diz logo o que houve
- É a Natasha
- O que tem ela? – Ele parou de respirar.
- Sofreu um acidente de carro e está no hospital passando por uma cirurgia
- Como é? Não, diz que está brincando
- Eu não estou – Tornou a chorar.
- Mas ela está bem não é? Não foi nada grave certo?
- Eu queria mais do que tudo dizer que foi apenas um susto, mas não, ela está muito mal.
- Meu Deus, isso vai acabar com o John
- Por isso estou pedindo que você conte a ele, por favor, Sam. Eu preciso ligar para a Kate.
- Ok. Eu... Eu vou... Ver o que faço.
- Obrigada. A propósito ela está no hospital Mount Sinai.
- Tá – Ele desligou ainda em estado de choque. Passou as mãos pelo cabelo pensando em como contaria isso para John. Não tinha ideia do que faria. Passou os próximos cinco minutos empurrando sua cadeira de um lado para o outro olhando para o seu celular. – Meu Deus, John vai ficar maluco - Tomou coragem e discou o número de Phillip. O mesmo atendeu quase de imediato.
- Diga Sam
- Ah oi Phil, err... Vocês já chegaram?
- Sim, acabei de colocar as malas no carro. Algum problema?
- O John está por perto? Eu preciso falar com ele
- Sim, só um instante – Sam escutou Phillip chamar John e dizer quem era ao telefone.
- Oi Sam – Ele disse animado.
Sam sentiu um nó se formar no estômago e engolia com dificuldade, segurou para não chorar:
- O-oi John
- Você está estranho. O que aprontou?
- N-nada – Respirou com dificuldade. Fechou os olhos reunindo forças – John...
- O que?
- Senhor! Como eu vou dizer isso?
- O que você tem? – Seu tom animado desapareceu.
- John eu preciso que você mantenha a calma... E vá para o hospital Mount Sinai agora.
- Ao hospital? Por quê? O que aconteceu?
Sam fechou o punho e engoliu em seco, era a hora da verdade:
- É a Natasha
- O que? – Sua voz saiu em um sussurro.
John estava perto do carro e quando escutou aquilo se desequilibrou batendo as costas no veículo:
- O que houve com ela? Por que está no hospital?
- Um carro bateu no dela... Ela está muito mal, está passando por uma cirurgia agora
- Não... – Todo o ar do seu pulmão foi tirado, ele não conseguia mais ver nada. A porta traseira estava aberta e ele se jogou no banco – Como assim bateram ela Sam? – Ele gritou.
- Eu ainda não sei tudo o que aconteceu, Michelle acabou de me ligar avisando. Eu entrei na internet e vi a notícia agora pouco. Um cara atravessou o sinal vermelho em alta velocidade e a acertou em cheio.
- Não, não, não – As lágrimas salpicaram de seus olhos.
- Fique calmo John
- Como me pede para ficar calmo? Natasha sofreu um acidente grave e está em uma mesa de cirurgia.
- Eu sei, eu sei, mas você precisa manter a calma, isso não vai ajudar ninguém
Phillip apareceu na frente de John e vendo seu estado o ajudou a colocar as pernas dentro do carro e correu para o lado do motorista. John informou qual era o hospital e Phil arrancou com o carro.
- Eu vejo você lá Sam – Encerrou a chamada e no mesmo minuto procurou na internet pelo acidente. Vários sites já haviam confirmado que era ela e estavam comentando sem parar sobre as causas do acidente. O motorista fugiu do local sem prestar socorro. Ele tremeu quando viu a foto do carro capotado e praticamente destruído. Sentiu seu coração se despedaçando com a última imagem, ela não aparecia, mas estava em uma maca e os paramédicos a estavam colocando dentro da ambulância, só teve certeza de que era ela porque viu a pulseira em seu braço que estava todo ensanguentado. Jogou o celular para o lado e enfiou as mãos pegando um punhado dos seus cabelos e balançando-se no banco:
- Meu Deus por que isso está acontecendo?
- Respire fundo garoto, nós já vamos chegar. Ela vai ficar bem.
- Foi um acidente muito feio, você não viu as fotos – Esfregou seu peito que não havia parado de doer desde o momento em que acordou – Se alguma coisa acontecer com ela, se não resistir eu não sei o que fazer, mas não vou viver em um mundo sem ela.
- Não diga isso, Natasha é jovem e tem força, vai se recuperar, mas ela precisa que você fique firme ao seu lado.

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