Capítulo 12

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“Oiça, nunca julguem quem às vezes apenas quer um pouco de prazer…” Novamente um sorriso sujo aparece na sua cara. “Nola era prostituta e eu normalmente divertia-me um pouco com ela. “ Admite. “Acho que ela precisava de dinheiro para algo, então eu apenas lhe pagava por um pouco de prazer. A rapariga levava imenso pelo serviço completo, mas oh Deus, valia cada cêntimo.”

“Seu estupor!” Grito furiosa. “Não basta a rapariga ter morrido e ainda inventa estas coisas?! Não acha que isso é de muito mau gosto?” Cuspo.

“Eu estou a dizer a verdade!” Grita o mais alto que pode a plenos pulmões. Ele anda para a frente e para trás, se continuar assim o chão da sua sala luxosa irá ficar gasto.

“Mas contínuo sem saber porque estava a sua fotografia no armazém, Mr. O´Brien!” Peço-lhe satisfações.

“Olhe eu sou rico não idiota. Explique-me porque raio é que iria por uma fotografia minha onde foram encontradas mortas três raparigas, irónico que uma delas eu até conhecia.” Ri sarcástico e pela primeira vez na vida tenho que concordar com ele. Ninguém no seu perfeito juízo iria colocar uma foto sua num local do crime, tornando-se assim o principal suspeito.

“Mr. O´Brien, continua sem responder! Estou a começar a perder a paciência, quer ver o meu punho na sua cara novamente?!” Louis diz irritado.

“Vejamos se nos entendemos aqui!” O´Brien dirigisse à parte trás do seu sofá e coloca as mãos no mesmo, baixando a cabeça e ficando de costas para mim. “Eu não fiz nada à Nola. Eu nem sequer sabia que ela estava morta! Há cerca de uns meses atrás nós os dois estabelecemos um horário, todas as quintas-feiras às 23h no Motel da cidade. Há umas semanas que ela faltava aos nossos ‘encontros’ mas eu apenas pensei que ela já não precisasse mais do dinheiro, nunca imaginei que ela estivesse morta.” Admite com uma voz fria. Mas será que a porra deste homem não lê jornais nem vê televisão?!

“Por amor de Deus, Mr. O´Brien! Ela tinha 16 anos! Como pode?! Nola era praticamente uma criança!” Grito com nojo do homem que se encontra à minha frente. Novamente ele ri.

“Todos vocês têm a ideia de que a Nola era uma santa, mas ela era tudo menos isso. Acham mesmo que fui eu que andei atrás dela para satisfazer os meus desejos?! Igual a ela há muitas, podia ter escolhido outra qualquer. Lembro-me perfeitamente como aconteceu… A noite já ia bastante alta, e eu estava a sair de um bar qualquer, já um pouco tocado com a bebida. Caminhei apressadamente e desengonçado até á paragem de táxis e foi quando ela apareceu.  Estava encostada à parede de uma casa, vestia um top que só lhe tapava o peito e uma mini-saia, por baixo tinha umas meias todas rasgadas. Mascava a sua pastilha com a boca ligeiramente aberta e a sua cara estava com uma maquilhagem forte e exagerada. Ela não passava de uma puta, assim que pode levou-me para a cama e eu era apenas um homem que tinha perdido a mulher há uns meses e precisava de se sentir bem. Nola estava bastante desesperada por dinheiro.”

O meu coração bate mais rápido do que o costume e fico desconfortável, parece que afinal tinha uma ideia de Nola completamente irreal. Mas a verdade é que eu não podia julgar… Eu não sabia o motivo pelo qual aquela jovem de 16 anos tinha para vender o seu corpo daquela maneira.

“Sabe para que é que ela precisava de dinheiro?!” Louis interroga-lhe.

“Nunca mo disse, na realidade também não me importava.” Responde. “Mas as coisas começaram a ficar diferentes.” Admite e eu quase acredito que ele está triste.

“O que aconteceu?!” Questiono.

“Nós começámo-nos a encontrar com cada vez mais frequência, houve uma altura que chegava a ser todas as noites. E aí eu percebi, percebi que Nola estava apaixonada por mim, não pude acreditar. Para mim era apenas sexo, bom sexo. Mas Nola começou a tornar as coisas mais pessoais. Ela estava completamente fixada em mim.” Diz dando um suspiro alto logo de seguida.

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