27: parceiros de crime

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ALERTA DE GATILHO

"Talvez eu seja o nexo, a ameaça comum que liga
Os problemas na minha cabeça e no mundo que está lá fora
Eu pensei que poderia escapar, mas é destino, eu vim para encontrar
Meu diabo é o diabo que está dentro

Onde quer que eu vá, minha sombra segue atrás
Não importa para onde eu viaje, minha sombra me encontra
Algo que eu percebi depois de todo esse tempo
Eu não posso escapar da minha sombra, não posso escapar da minha sombra"

Shadow of mine| Alec Benjamin

HÁ MUITO TEMPO que eu me imaginava tendo uma conversa com o meu avô agora, acabando por me questionar como seria, o que ele diria da pessoa que me tornei, que conselhos me daria

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HÁ MUITO TEMPO que eu me imaginava tendo uma conversa com o meu avô agora, acabando por me questionar como seria, o que ele diria da pessoa que me tornei, que conselhos me daria. E algum tempo para cá, ainda mais desde a última festa, me perguntava se teria tantos problemas em entregar meu coração a Aria, se o tivesse por perto.

Mas sobretudo, há muito tempo que sonhava em culpar alguém e fazê-lo pagar por me tirar a chance de realmente saber a resposta para essas perguntas e me obrigar a viver pensando em como seria.

Gostaria de saber, mas a oportunidade de satisfazer essa curiosidade me havia sido arrancada á força, me destruindo no processo.

Passei grande parte da minha infância tentando culpar alguém. Houve um tempo em que eu pensei: "se eu não tivesse saído da festa, meu avô não teria ido atrás de mim, e ele não teria sido atacado" e havia outras em que eu atribuía o peso aos meus pais dizendo que se eles não me tivessem levado àquela festa estúpida, eu não teria fugido, e ele nunca teria vindo procurar me animar lá fora. Ele nunca teria se afastado da multidão que certamente o protegeria caso aquilo acontecesse lá dentro.

Neste momento os únicos culpados dessa história para mim, eram os três caras que o cercaram e o tiraram de nós. Ninguém mais.

— Por favor! — murmurei em pânico contra a mão do homem mau e encapuzado sobre a minha boca, mas ele me apertou mais contra ele. A faca quase alcançando a pele da minha barriga como um aviso para me manter quieto.

Eles estavam me usando como isca, esperando pelo momento perfeito para pegar meu avô distraído, eu sabia.

Escondido com esse homem entre os arbustos, eu queria gritar para vovô Daven ter cuidado. Que era uma emboscada e que ele devia voltar para dentro para perto do papai, da mamãe e da vovó. Mas o homem me impedia, quase me sufocava, empurrando o ar que saía da minha boca ao falar, de volta para os meus pulmões.

— Por favor, me deixe ir...

— Você está dificultando as coisas garoto. — o agressor rosnou. — Não vou gostar de cortar essa pele de criança, mas você não me está dando outra escolha.

— Nick, amiguinho. Vamos lá. — vovô chamou. — Eu sei que esse tipo de festa não te anima muito, mas eu prometo compensar você. — por não receber resposta, ele provavelmente pensou que a ideia não me agradava. Porque o habitual era eu pedir a vovô que me desse todos os detalhes, quase como um negócio como já havia visto papai fazer muitas vezes, antes de dar uma resposta. Então completou: — E se fôssemos tomar sorvete na praia amanhã, huh? — era uma ótima ideia, e significava que vovô iria comigo amanhã, e isso iria passar. Quis pedir a ele que me prometesse, mas não pude. Quis gritar por ajuda mas não pude. — Que tal? — o homem, alarmado por não estar recebendo resposta a uma proposta que normalmente seria irrecusável para uma criança de 11 anos, olhou em volta. — Vamos lá, amiguinho, você está me preocupando.

NICKTOPHILIA #1Onde as histórias ganham vida. Descobre agora