38: pisando ovos

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"Às vezes acho que penso demais

Não consigo parar, meus pensamentos surgem todos de uma vez"

I think too much |Christian French

Depois das conversas que tivemos, tanto ontem como nessa manhã, deixar Aria na casa dela e observá-la hesitar na sua porta custou mais do que devia

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Depois das conversas que tivemos, tanto ontem como nessa manhã, deixar Aria na casa dela e observá-la hesitar na sua porta custou mais do que devia. Senti como se estivesse a abandoná-la para lidar com o seu próprio destino e isso deu-me um sentido de inutilidade ainda maior. Como se eu já não tivesse problemas suficientes com esse sentimento a minha vida toda.

O meu corpo quase ganhou vida própria e me pontapeou para fora do carro, apenas para lhe passar palavras de conforto e ajudá-la a dar o primeiro passo no enfrentar desse problema do qual ela tinha fugido no dia anterior. Mas o meu censo assertivo teve mais força e, com uma arma na minha cabeça, me lembrou que isso não era sobre mim e que meus sentimentos não deviam interferir na sua luta. Então obrigou-me a girar a chave do carro e encontrar o caminho para minha casa.

Esperei algum tempo, até que a porta de entrada se fechasse atrás dela e soltei um suspiro.

Estava tudo bem.

Essa era a luta dela.

Você fez tudo o que podia, por agora.

Dentro dos dez minutos de tráfego em Laguna Beach, tentei encher minha mente com pensamentos positivos de que Aria iria enfrentar essa situação de coração aberto e eu faria tudo ao meu alcance para dar tudo o que ela precisasse. Garantias de que eu seria o suficiente, mesmo quebrado.

Tentei convencer o meu corpo a deixar esse peso sobre meu peito se dissipar. No entanto, mesmo quando estacionei o carro, fechei a porta de entrada, finalmente protegido dos pesadelos do lado de fora e inspirei o doce aroma de pinho, ainda existia um punho amassando o meu coração contra a minha caixa torácica.

Eu devia mandar uma mensagem perguntando como ela estava?

Tinha acabado de sair de sua casa.

Provavelmente não devia.

Mas... eu estava preocupado com ela. Ela gostaria de saber que eu me preocupo com ela, certo?

Deus, por que isso era tão-

— Como foi o seu primeiro encontro?

Virei-me bruscamente na direção da voz, pego de surpresa. Estávamos a meio do dia e eu não esperava me deparar com alguém em casa, mesmo que Beth fosse a única passando o dia todo, todos os dias, na mansão. A distração era minha inimiga, tinha vezes. Essa era uma delas.
Redefini os traços em meu rosto e estufei o peito ligeiramente para não parecer tão... preocupado.
Sorri sem separar meus lábios.

Afinal tinha sido o meu primeiro encontro e em teoria eu devia estar feliz.

Mas não havia nada de feliz nesta situação e eu não sabia em que pé Beth estava relativamente a esta informação.

NICKTOPHILIA #1Onde as histórias ganham vida. Descobre agora