Capítulo 32

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Capítulo 32

Rebecca rapidamente tentou se recompor, secando as lágrimas do rosto com a ponta dos dedos antes de se virar para mim.

— Tudo bem — ela aspirou, como se tentasse segurar o choro. — Estou bem.

— Mas você está chorando.

— Não é nada.

— Tem certeza? — insisti.

— Ah, eu... — ela deu um suspiro longo demais. — Eu nunca choro, sabe? Acho que é essa época do natal. Está me deixando meio emotiva.

— Entendi. Mas você precisa de alguma coisa? Tem algo que eu possa fazer para ajudar?

— Não. Está tudo bem. É sério. — Rebecca tentou fazer seu tom de voz soar o mais convincente possível, mas não me convenceu nem um pouco.

— Tudo bem então. Se precisar de alguma coisa, estarei no quarto ao lado. — Apontei com o polegar.

— Obrigada. Se importa de fechar a porta, por favor?

— Claro.

Fechei a porta dela e voltei para meu quarto, ainda não convencido de que ela estava mesmo bem. Mas, como ela não queria minha ajuda, não havia nada que eu pudesse fazer. O que me restava era dormir e torcer que ela amanhecesse se sentindo melhor do que quer que a estivesse incomodando.

Acordei bem tarde na manhã de véspera de natal. Todos já tinham tomado café da manhã, então eu tive de me virar sozinho.

De tarde, Pickford disse que levaria Meggie para um passeio de lancha. Ela ficou tão animada que teve uma crise de tosse e minha mãe teve que ajudá-la a respirar, usando sua bombinha.

Passei boa parte da tarde sozinho no quarto, tentando contatar Jessie pelo FaceTime. Seus pais haviam levado o celular dela para a Escócia, por isso ela já estava comunicável novamente. Pelo menos em teoria, já que na prática estava difícil fazê-la atender. Quando finalmente consegui, já era bem tarde em Inverness, onde ela estava.

— Você já está pronta para dormir? — perguntei, vendo que ela estava deitada.

— São quase 10 da noite aqui. Sabe como é, quero dormir cedo para aproveitar o dia de natal amanhã.

— É, sei como é. Mas aqui ainda não são nem 5 da tarde.

— Queria tanto que você estivesse aqui!— ela falou, com um suspiro. — Ah, o vovô perguntou de você. Disse que eu devia ter te trazido para dar sorte ao time dele.

— É mesmo? Diga a ele que mandei lembranças. — Eu sorri. — Bem... Eu também queria estar aí.

Conversar com Jessie foi, indiscutivelmente, a melhor parte do meu dia. Ainda mostrei a ela o tamanho da mansão onde eu estava, fazendo um tour e apontando a câmera do celular por todos os lados. Ela ficou absolutamente deslumbrada com a área da praia, como já era de se imaginar.

Fiquei sentado na areia de costas para o mar, para que Jessie pudesse ver o sol se pôr na praia, como tanto gostava. Ao final da ligação ela já estava bocejando e por isso notei que estava mesmo com sono.

— Boa noite, Jessie. Feliz natal!

— Feliz natal, Sammy! Eu amei te ver!

— Também foi bom ver você. Será que conseguimos nos falar amanhã a noite?

— Não sei... — ela mordeu o lábio. — É noite de natal, não sei até quando vai durar a ceia. Mas que tal no boxing day?

— Combinado!

SOB O MESMO CÉUWhere stories live. Discover now