1. Divorce.

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      Violet Parker's Point Of View.
     
                             06:45 p.m.

                            29 de Abril de 2016.

        Greenwood, Colúmbia Britânica, Canadá.

— Família Parker? — A mulher de meia idade e usando um jaleco branco, nos chamou, o que me fez da um pulo do meu acento em segundos, assim como os outros presentes que contém Parker no sobrenome.

A tensão percorrendo o meu corpo me deixa agoniada, ainda mais que as coisas não andam sendo fáceis para a minha família nos últimos anos e envolve a pessoa que está nesse hospital agora.

— Como ela está? — Minha mãe perguntou apreensiva, quase pulando no pescoço da mulher de jaleco, deixando meu coração mais apertado ainda.

— As coisas não estão boas, a doença da Senhora Ursula avançou para partes vitais do corpo, eu sinto muito. — As palavras entraram pelos meus ouvidos como um sopro, mas contento a força de um elefante.

Não queria acreditar nisso, mas já estava me preparando no fundo para uma notícia dessas, vovó nos preparou por muitos anos para que isso não doesse tanto, mas é inevitável sentir.

Eu odeio o câncer, assim como todas as doenças que quase não tem curas no mundo. Minha avó materna tem câncer no estômago, a doença surgiu aos poucos e pegou todos de surpresa, já que Dona Ursula sempre cuidava da saúde como ninguém, além de ser uma mulher incrível que me ensinou muito na vida, ensinou todos nós.

Mas é como a minha mãe diz, as doenças não escolhe por grau de bondade.

Pode parecer um pensamento grotesco, eu nunca gostei de pensar assim na verdade, sendo que não podemos negar, tem seus pontos de verdade.

Minha avó conversou varias vezes comigo sobre isso, dizendo que não tinha medo da morte, e que isso, apenas seria um alívio quando o quadro se agravasse a um ponto que não conseguiria viver normalmente.

Nesses meses vovó não anda se alimentando a não ser por uma sonda ligada a seu estômago e passa todo o tempo de cama.

Talvez seja esse o alívio que ela disse querer sentir, a morte, eu não sei, não sei explicar e nem quero ter que pensar em justificativas para está acontecendo tudo isso com alguém tão bom.

Ao mesmo tempo que a quero bem e sem dor, perdê-la parece ser algo impensável, mesmo que já fosse calculável.

— O que podemos fazer, doutora? — Meu pai, Oliver Parker, falou sem saber ao certo o que dizer.

Tentei não deixar as minhas lágrimas assustar os pequenos, mas não adianta muito eu me ponderar quando Coral está aos prantos no meu lado, sendo seguida por Blue.

As palavras da médica foram arrebatadora para todos, e meu pai, sempre preocupado com a família, parece querer se colocar na frente de todos nós, como uma proteção contra a dor.

Mas não acho que tenha como se proteger desse sentimento.

— Vocês podem ir até o quarto, conversar com ela, ter uns momentos de lembranças e conforto, é a única que posso recomendar, são as últimas horas dela, façam que seja as melhores. — A doutora parece experiente em da esse tipo de notícias, posso dizer que as palavras são exatamente as mesmas em todas as situações.

Um dia eu pensei em ser médica, mas isso foi antes da doença da minha avó, agora eu vejo isso como uma profissão apenas para quem tem sangue forte, coragem para da noticias que podem dilacerar famílias e ter em suas mãos, a vida de outros.

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