Não só isso, mas uma grande torre, maior do que qualquer outra construção que eu já havia visto antes se erguia atrás dos prédios. O que mais chamava atenção nela era o estilo. Enquanto os prédios eram feitos com bastantes arcos e gravuras, ao estilo clássico de Espanza, a torre era mais... Delicada.

          O exterior era praticamente liso. Não havia janelas nem gravuras, de longe, ela parecia um grande pilar de pedra lisa. A única espécie de detalhe em suas paredes eram padrões coloridos em vermelho que iam do topo da torre até a parte que sumia atrás dos prédios. Havia alguma coisa que me chamava à atenção, não só pela aparência diferente, destoando do resto da escola. Porém era impossível explicar o que chamava tanto a atenção.

          — Muito bem, vamos. Eles já devem estar nos esperando — disse Coque, já começando a andar em direção à entrada da escola.

          Como esperado, Coque conseguia facilmente agir como a filha de uma família rica. Se Cavala conseguisse seguir o exemplo dela, nós estaríamos seguros, pelo menos por enquanto. Esperando as Gêmeas ficarem alguns passos a minha frente, comecei a segui-las. Não seria comum um guarda-costas andar lado a lado com os seus contratantes.

          Do lado de dentro, um dos funcionários da escola já esperava as Gêmeas. Uma mulher vestindo uma túnica marrom que parecia a imagem esculpida do que se esperava da aparência de uma maga.

          — Sejam bem-vindas a Anticra, a escola pioneira no estilo de magia de combate. Nós estávamos esperando ansiosamente vossa chegada, senhoritas Ancrum. Meu nome é Alícia. Permitam-me apresentar-lhes a escola.

          — É um prazer, senhora Alícia. Ficaríamos contentes em conhecer o local.

          Com um sorriso, Alícia se virou e começou a andar em direção ao interior da escola, sendo seguida pelas Gêmeas e, um pouco mais atrás, por mim. O local parecia um tanto maior por dentro do que por foram, provavelmente devido ao fato da arquitetura espanzinca focar bastante em tirar o máximo proveito do espaço interno.

           O começo da apresentação foi bem como o esperado. Alícia mostrou as Gêmeas o caminho para a biblioteca e salas de aula. Aparentemente, a escola era bem focada em um esquema autodidata, diferente da Escola do Divino, que obrigava os alunos a seguir um regime de treinamento fixo. Fazia sentido, uma vez que no Divino eles ensinavam táticas de luta enquanto magos se focavam em desenvolver meios de comunicação à longa distância. A primeira vez que Cavalo falou foi quando passamos por um grande campo aberto bem no centro do primeiro prédio, a parte mais chamativa sendo um círculo de pedra bem no meio dele.

          — Que lugar é esse?

          — Esse pátio costumava ser apenas uma área de lazer para os alunos, mas, desde que o diretor começou a apoiar o desenvolvimento de magias ofensivas, ele também tem funcionado como campo de treino. O círculo de pedra no centro do pátio serve como ringue para duelos e outros exercícios práticos.

          — E algum aluno já mostrou talento com magias ofensivas?

          — Nós ainda não conseguimos treinar um mago capaz de competir com um Escolhido em questão de poder, mas o conselheiro do reino, Senhor Adalberto, elogiou pessoalmente o progresso feito pela escola!

          — Adalberto?

          — Ele ainda não é muito conhecido pelo público geral fora das bordas do reino, mas é um mago e amigo de infância do rei de Espanza. Não só isso, como também foi o primeiro mago na história a dominar magias ofensivas e ser capaz de derrotar um Escolhido em um duelo. É por causa dele que as escolas de magia de Espanza começaram a investir no treinamento de magias ofensivas, e tenho orgulho em dizer que a nossa é a única que recebe visitas regulares do conselheiro!

Estrela MortaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora