"Não, é no mesmo dia que o baile de finalistas, por isso não tens de ir."

"Não vais ao baile?" Ele perguntou, um tanto chocado.

"Vou, mas vou chegar tarde. Se calhar não vou à missa nem à passadeira vermelha. Venho para o jantar, talvez."

Quando cheguei a casa, a minha mãe, a fazer o jantar, deu-me os parabéns por ter passado aos quartos-de-final e, em seguida, fui à garagem buscar uma mala para a Viagem de Finalistas, antes que o Mark pegasse na que eu queria. Como ainda faltavam três dias, o Mark não tinha posto os pés na garagem, o que é ótimo para mim: a mala que eu queria estava à minha espera. Posteriormente, fui para o meu quarto, larguei a mochila com o equipamento de vólei e a roupa de ontem em cima da cadeira e atirei a mala para cima da cama.

Após meter a roupa do fim-de-semana para lavar e pegar num pijama, comecei a fazer a mala. Vi o tempo em Espanha, para não chegar lá com roupa desadequada. O tempo lá é muito melhor; não é que vá estar um calor que dê para ir para a praia, mas não havia muita necessidade em levar casacos para a chuva ou para o frio. Meti umas T-Shirts dobradas, umas calças, um vestido para o caso de ir a alguma festa com as raparigas, e dois pares de sapatilhas, sendo que levaria outro par calçado.

Para além de tudo isto, meti duas camisas com padrão de xadrez e um casaco de ganga cinzento, pelo sim pelo não. No fim, meti roupa interior numa bolsa à parte - incluindo os conjuntos que comprei com o Louis e produtos de higiene numa outra bolsa. Fechei a mala e logo a seguir desci as escadas para ir jantar.

Na quarta-feira, o meu despertador tocou às três e meia da manhã, acordando-me depois de duas horas a dormir; já tinha tudo preparado, incluindo a roupa que ia vestir hoje, só precisei de tomar um banho rápido, secar o cabelo com uma toalha e dar-lhe uma secadela na raíz e tomar o pequeno-almoço. O Mark só chegara à cozinha perto das quatro da manhã, hora a que devíamos estar a sair de casa. A minha mãe chegara depois dele, envergando dois robes XL no corpo.

"Não te vais vestir?" Perguntou o Mark, com a boca cheia.

"Eu vou voltar para a cama depois de vos levar, mau era se não dormisse na minha folga depois de 18 dias seguidos a trabalhar." Apesar de planear dormir de novo daqui a meia hora, a minha mãe estava a beber café.

Entretanto, eu fui ao carro levar a minha mala de viagem e a minha mochila, entrando já para os bancos de trás. Depois de o Mark ter feito o mesmo que eu e entrar para o lugar de pendura, a minha mãe ligou o carro e levou-nos à escola. Quase adormeci, mesmo que a viagem tivesse sido muito mais curta do que o costume por não haver ninguém na rua às quatro e meia da madrugada de uma quarta-feira.

Apesar da cidade estar a dormir, a escola não estava; quatro autocarros de 57 lugares estavam estacionados em frente da entrada e um mar de alunos espremia-se contra a bagagem dos autocarros para pousarem as suas coisas. Bem procurei os meus amigos, mas no meio dos cento e cinquenta alunos que cá se encontravam era-me impossível encontrá-los.

"Turmas A, B e C!" Chamou a professora Samantha, no topo das escadas do autocarro. "Turmas A, B e C, vou fazer a chamada!"

À medida que os alunos iam entrando, a professora Samantha entregava-lhes um envelope com o dinheiro que tinham dado para a viagem, mas convertido em euros. O meu pai tinha dado 150 libras a mim e ao Mark e eu não faço a menor ideia de quanto dinheiro é em euros e quanto dinheiro era, de facto, 150 libras em Espanha. Seria pouco? Seria muito. Sei que em Espanha as coisas são mais baratas do que aqui, mas não sei quanto vale o euro lá, não sei se um euro compra 4 cafés ou se nem um consegue comprar.

"Evans, Bella." Furei a multidão que diminuía a cada nome chamado e peguei no meu envelope, que estava cheio de moedas. Ao sentar-me atrás da Carly - pois ela devia ir com a Miranda ao lado -, despejei todas as notas azuis e vermelhas e as moedas douradas e castanhas na minha carteira.

Physical Education Teacher Z.M.Where stories live. Discover now