Capítulo 24

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Ok, peço imensa desculpa, mas o capítulo está EXTREMAMENTE PEQUENO, mas eu gosto de acabar as coisas onde elas têm de ser acabadas, e este capítulo não dava para mais. Vou tentar fazer um com o dobro deste da próxima vez, se for preciso!

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Comentem, por favor. E deixem os vossos votos!

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Não tinha palavras para descrever o quão estranha e inquieta me sinto depois de ter saído daquela casa, do carro dele quando ele me deixou a uns metros da minha garagem. Sentia o meu estômago a encolher-se, o coração nas têmporas e os pensamentos baralhados. Sinceramente, eu não sabia o que pensar. Sentia-me estranha e era algo que nunca sentira na vida; sentia-me baralhada, ligeiramente perdida e transtornada, mas, ao mesmo tempo, esta sensação parecia ser a melhor coisa do mundo. Não sabia mesmo como explicá-lo a mim mesma.

Quando cheguei a casa, tomei um banho e, sem saber como, fiquei vinte minutos debaixo do chuveiro, a pensar sei lá eu no quê e a ser acordada subitamente pelo meu irmão mais velho a bater à porta e a perguntar se eu tencionava gastar a água toda do planeta. Apressei-me a fechar a água quente, a enrolar-me numa toalha, a mim e ao meu cabelo, e a rezar para que não estivesse ninguém no corredor quando eu saísse da casa-de-banho a correr na direção do meu quarto. Por acaso, estava, mas era a Martha, não era propriamente o meu pai ou o Peter. Depois de me enfiar no quarto, tranquei a porta (uma coisa que falta nesta casa é o hábito de bater à porta do quarto das pessoas) e peguei no meu pijama. Ainda me sentei à frente dos meus livros e do meu portátil, mas simplesmente não tinha cabeça para aquilo.

Peguei num livro ao calhas e abri numa página qualquer; não tencionava aprofundar-me na leitura, apenas distrair a minha mente distraída, na esperança de que ela se concentrasse em uma única coisa. Curiosamente, o meu truque que em 17 anos sempre funcionara, falhou. Estava demasiado ocupada em pensar no que outras pessoas leem, e se elas leem, por exemplo, o professor Malik: será que ele lê alguma coisa? E se lê, que tipo de livros? Apostaria rapidamente em livros sobre crimes e mistérios e, talvez, ficção cientifica, mas depois da conversa dos fones e da vida que não faz sentido, aposto que adora Nicholas Sparks e Nora Roberts.

Antes que pudesse sequer perguntar-me porque raios estava a pensar no que outras pessoas quaisquer liam, o Peter tentou abrir a porta - encontrando-a, ainda, trancada - e chamou-me para jantar. Com tanto pensamento vazio, esqueci-me por completo de traçar um dia falso para contar aos meus pais, por isso optei por dizer qualquer coisa e rezar para que eles acreditem. Mas nem foi preciso.

O jantar foi ocupado com o teatro do Peter e da Catherine na próxima semana.

"Já falei com os avós hoje." Anunciou a minha mãe, ao passar a taça com a salada para a Martha. "Eles ficam convosco, têm quartos preparados e tudo o que for preciso. Não abusem, não façam asneiras, deixem a Bella e os seus estudos em paz e não tentem entrar nesta casa, porque não vão conseguir."

Deixem a Bella e os seus estudos em paz. Portanto, eles que façam o que quiserem, eu cá tenho de estudar.

Sempre me perguntei se os meus pais me viam como a miss perfeição por ter boas notas. O Mark reprovou duas vezes, a Martha tanto tem positivas relativamente altas, como chega a casa com 9 e 8, a Catherine tem os Bons e os Suficientes e o Peter é, basicamente, a mesma coisa. Talvez devesse tomar isto como uma honra, mas, para ser honesta, não gosto. Nem sequer sei se é verdade, mas simplesmente não gosto. Somos todos irmãos, e somos todos inteligentes, cada um à sua maneira. Disseram-me uma vez que todos nós somos naturalmente inteligentes, mas se julgarmos um peixe pela sua habilidade em subir uma árvore, ele vai acreditar para sempre que é burro. Acho que é assim com a minha família. Será que foi assim com a do professor Malik? Ele também era sobredotado, ele passou dois anos à frente, será que os pais o tratavam assim também? Se calhar as suas irmãs também têm boas notas. Bem, não tão boas, se calhar...

Physical Education Teacher Z.M.Where stories live. Discover now