Capítulo - CLXVII

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            Assim que a campainha tocou Anahí correu para olhar no olho mágico que ficava no centro da porta, curiosa para ver quem era essa tal amiga de Alfonso, e não gostara nem um pouco do que vira. Assim que Anahí entreabriu a porta para mandá-la embora, Claudia empurrou a mesma, terminado de abri-la e entrando no apartamento como se fosse a dona do local.

– Acho melhor você ir embora. – disse Anahí, tentando manter sua calma.

– Você acha? – perguntou Claudia rindo.

– Você não tem o porque estar aqui. – disse Anahí, a enfrentando.

– Você é médica? – perguntou debochada, e quando não obteve resposta sorriu vitoriosa. – Ótimo, então deixe que eu cuido dele. – disse, passando por ela com um ar de superioridade, sem nem ao menos olhar para trás, deixando Anahí paralisada de raiva.

Mas assim que Claudia entrara no quarto de Alfonso, deixara sua arrogância de lado, demonstrando estar realmente preocupada com o mesmo, que assim que escutou alguém entrar no quarto, se virara, tirando seu travesseiro do rosto.

– O que você está fazendo aqui? – ele perguntou, ela era a pessoa que ele menos queria ver naquele dia.

– Fiquei preocupada com você, você nunca falta. – disse, se sentando ao lado dele na cama.

– Eu estou bem. – mentiu, voltando a fechar seus olhos, sua cabeça latejava. – Agora você pode ir embora.

– Abra o olho. – pediu para que pudesse examiná-lo.

– Não é necessário, só estou com enxaqueca. – disse.

– Pensei que sua crises de enxaqueca haviam melhorado. – disse, depois de um tempo em silencio, como se estivesse pensando em algo.

– Eu também pensei. – disse, seu estomago começara a embrulhar.

– Sua temperatura está boa. – disse colocando a mão no rosto de Alfonso.

– Eu já sei disso, eu sei diagnosticar uma crise de enxaqueca. – comentou ironicamente e Claudia se calou, o analisando, querendo ter certeza de que era apenas uma enxaqueca.

– Isso é minha culpa? – ela por fim tomou coragem de perguntar.

– O que? – perguntou, queria que ela parasse de falar.

– Você tinha crises de enxaqueca quando estava casado, o estresse sempre fora o principal motivo da sua enxaqueca, e essa semana eu não tenho te dado nem um minuto de paz, isso é culpa minha, não é? – voltou a perguntar, arrependida pela forma como o tratara durante essa semana.

– Você vai acreditar se eu disser que não? – perguntou, e Claudia negou, segurando em seu braço.

– Não. – ela sorriu, sentia falta de ficar ao lado dele sem brigas. – Quando me disseram que você não iria porque estava com dor de cabeça, eu logo soube que era sua crise de enxaqueca que havia voltado, então eu trouxe o remédio que você tomava antes.

– Obrigado. – ele agradeceu se sentando a cama, enquanto Claudia lhe entregava um comprimido e o copo de água que estava no móvel ao lado de sua cama. – Posso tomar isso sem ter medo de ser envenenado? – ele perguntou.

– Só não vou te xingar porque hoje você é meu paciente. – ela respondeu. – Comeu alguma coisa?

– Não. – disse depois de tomar o remédio.

– Vou preparar algo pra você comer, você não pode ficar o dia todo em jejum.

– Estou com náusea, não vou conseguir comer nada. – explicou.

– Vou preparar uma vitamina então. – disse e ele voltara a se deitar e a colocar o travesseiro em seu rosto, sabendo que não adiantaria discutir com ela.

Anahí estava parada, encostada na porta do quarto, sem gostar do que estava vendo, parecia que Claudia e Alfonso se davam bem, ele não agira da forma como Anahí imaginou que ele agiria, e não expulsara Claudia de seu apartamento.

Assim que Claudia se virou e viu Anahí na porta do quarto, seu ar debochado voltou, ela então passou pela mesma, fazendo questão de esbarrar em seu ombro, e seguiu em direção a cozinha, sorrindo vitoriosa.

Anahí se aproximou de Alfonso, voltando a se sentar ao lado dele, mas preferiu não tocá-lo, então ficou apenas o observando por longos minutos.

– Porque você deixou a louca da Claudia entrar? – perguntou Alfonso, tirando o travesseiro que estava sobre seu rosto, mas sem abrir os olhos.

– Como você sabe que sou eu, não ela? – Anahí sorriu, já que Alfonso estava de olhos fechados.

– Seu cheiro. – ele disse aspirando.

– Você está melhor? – ela perguntou passando a mão no cabelo de Alfonso.

– Não, mas eu acabei de tomar remédio, acho que não vai demorar muito até fazer afeito.

– O Alfonso precisa descansar. – disse Claudia, entrando no quarto alguns minutos depois, trazendo um copo com um liquido cremoso que Anahí não conseguiu identificar o que era. – É melhor você ir para a sala e deixá-lo sozinho.

– Ela fica! Não lhe dê ordens. – disse Alfonso segurando a mão de Anahí.

– Alfonso, eu estou aqui como sua médica, você precisa ficar em repouso total, sem que ninguém te incomode. – tentou se explicar. – Agora sente-se e beba isso.

– Claudia, eu realmente agradeço sua preocupação, mas acho melhor você ir embora. – ele disse, se sentando em sua cama e pegando a vitamina que Claudia havia preparado para ele. – Se Ruth descobrir que você está aqui, ela...

– Eu sei. – Claudia o interrompeu. – Apenas tome a sua vitamina e eu irei embora. – ela disse no momento em que Anahí se levantou já que seu celular começara a tocar.

– Eu já volto. – ela disse pegando o mesmo de seu bolso e saindo do quarto de Alfonso, já sabendo quem estava ligando.

Anahí fora até a cozinha, onde atendeu seu celular e tomou cuidado para falar em um tom baixa, para que ninguém pudesse escutá-la.

– Por favor, não me ligue mais hoje, eu estou com o Alfonso, e se ele souber que eu tenho falado com você ele vai ficar furioso. – explicou Anahí.

– Escondendo coisas do Herrera? – perguntou Claudia sorrindo animadamente, como se fosse uma criança que acabara de ganhar o presente que tanto desejou.

Anahí desligou seu celular assustada, sabendo que Claudia arranjaria um jeito de usar isso contra ela, para fazer com que ela e Alfonso brigassem.

– Pensei que o Alfonso tivesse mandado você ir embora. – disse Anahí, tentando não transparecer o quanto estava preocupada por Claudia ter escutado sua conversa.

– Eu já estou indo, mas achei que seria melhor conversar com você antes. – ela disse séria. – Podemos conversar lá fora? – perguntou.

– Nós não temos nada para conversar, então vá embora.

– Se eu fosse você não me enfrentaria, vamos lá fora conversar antes que eu diga para o Alfonso que você está falando com alguém escondido dele, eu adoraria presenciar o momento em que ele pedisse para ver seu celular e descobrisse com quem você estava falando.

Anahí tentou pensar em uma saída para aquela situação, mas no final acabou cedendo, seguindo Claudia até o lado de fora do apartamento.

Mentiras (finalizada)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora