Capítulo - XLIV

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Anahí pegou a chave da mão de Alfonso e voltou a tremer, nervosa, sabia que se Alfonso não queria ir dirigindo, era porque estava realmente dolorido.

Christopher se ofereceu para ir dirigindo o carro de Alfonso, disse que devia muitos favores a ele, mas Anahí insistiu que não precisava, e assim que se acalmou, caminhou lentamente com Alfonso até o estacionamento, depois de se despedirem de Dulce e Christopher e prometerem que ligaram para marcarem algo para fazer, antes que a semana terminasse.

– Está doendo muito? – ela perguntou quando ele se sentou no banco do carona, fechando os olhos e respirando fundo.

– Não – essa fora a única coisa que Alfonso falou até chegarem na casa dos pais de Anahí.

– O que aconteceu? – perguntou Christian preocupado, quando Anahí entrou em casa com Alfonso, que andava lentamente.

Christian fora até Alfonso e o ajudou a ir até o sofá, onde o ele se sentou exausto, queria ir logo para o quarto dormir, mas não aguentava mais dar um único passo, agora que a adrenalina estava baixando, sua dor parecia piorar e sua cabeça latejava.

– Céus, o que aconteceu? – perguntou Benjamin, entrando na sala com um balde de pipoca na mão.

– Rodrigo – Anahí respondeu, se sentando ao lado de Alfonso.

– Como? – perguntou Christian, ele vira como Alfonso deixara Rodrigo no dia em que os dois brigaram, e não conseguia acreditar que fora Rodrigo quem fizera isso a Alfonso.

– Um amigo do Rodrigo segurou enquanto o Rodrigo bateu, se o Christopher não estivesse lá, eu não sei o que teria acontecido.

Alfonso tentou tirar sua camiseta, mas seu corpo doía até mesmo ao fazer um movimento tão simples, e pelo pouco que conseguiu levantar sua camiseta, pode ver que os hematomas ficariam feios.

– Eu preciso de gelo – disse Alfonso tentando se levantar do sofá.

– Eu pego – disse Christian, que minutos depois já estava de volta a sala, com uma bolsa de gelo, que logo Anahí pegou de sua mão.

Alfonso se levantou do sofá, vagarosamente, e com a ajuda de Christian, subiu as escadas, sendo seguido por Anahí, que o olhava aflita, não gostava de pensar que Alfonso estava sentindo dor.

Assim que entraram no quarto de Anahí, Christian a avisou que se ela precisasse de algo, ele estaria na sala com Benjamin, e ela podia lhe chamar, em seguida saiu do quarto, a deixando sozinha com Alfonso.

– O que eu devo fazer com isso? – ela perguntou, mostrando a bolsa de gelo.

– Me dê isso – ele pediu, tentando novamente tirar sua camiseta e fazendo uma careta de dor.

– Deixa que eu tiro – ela colocou a bolsa de gelo na cama. – Consegue levantar os braços? – perguntou, pegando na barra da camiseta, Alfonso demorou um pouco para levantar os braços, já que até esse simples movimento lhe doía, mas o fez, e Anahí tirou sua camiseta com cuidado.

Assim que Anahí viu o abdome de Alfonso, cheio de marcas e hematomas, quis voltar a chorar, aquilo deveria estar realmente doendo.

Alfonso pegou a bolsa de gelo que estava ao seu lado na cama, e com cuidado a encostou em um de seus hematomas, fechando os olhos quando a dor lhe pareceu piorar, e quando abriu seus olhos, Anahí estava com seu corpo bem próximo ao dele, e ele sentiu a pequena mão gelada, sobre sua mão, enquanto ela lhe olhava preocupada.

– Me deixe fazer isso – ela pediu, pegando a bolsa de gelo, e Alfonso afastou sua mão, deixando que ela fizesse isso.

Anahí corou quando uma ideia passou por sua cabeça, ela queria percorrer aquele abdome definido com seus lábios, já que mesmo machucado, ter Alfonso sem camisa em sua cama, era extremamente tentador, então em um súbito momento de coragem, ela decidiu que faria o que estava com vontade.

Anahí tirou a bolsa de gelo e se inclinou, ficando com o rosto próximo ao abdome de Alfonso, e quando ele sentiu os lábios quentes dela em contato com sua pele que agora estava gelada, se esqueceu completamente da dor.

– Annie... – essa fora a única coisa que Alfonso conseguiu dizer, já que não conseguia pensar direito com os lábios de Anahí colados em seu abdome.

Anahí percorreu o abdome de Alfonso fazendo a mesma coisa em todos os hematomas, primeiro colocava a bolsa de gelo e depois beijava o lugar machucado, seu corpo ainda precisava dele, desde que ele a havia deixado terminar o que começara, e ter seus lábios percorrendo todo o abdome de Alfonso, mexia com sua imaginação, e quando seus olhos se levantaram e se encontraram com os olhos de Alfonso, ela não mais via a expressão de dor em seu rosto, Alfonso agora parecia controlado, mas seus olhos estavam em chamas, era como se ele a desejasse assim como ela o estava desejando.

Sem desviar seus olhos dos dele, ela encostou a bolsa de gelo na sobrancelha de Alfonso, para em seguida colocar seus lábios sobre o machucado e lhe beijar com cuidado.

– Beijos ajudam a sarar – ela sorriu, encostando a bolsa de gelo no canto da boca de Alfonso, para em seguida, deixa-la de lado e lhe beijar no mesmo lugar, e quando ela foi se afastar dele, Alfonso virou seu rosto, e colocou sua mão no rosto dela, impedindo que ela se afastasse.

– Acho que preciso de mais um beijo para poder sarar – ele disse, antes de beijá-la.

Alfonso precisou ser forte para não puxar Anahí em seu colo e terminar o que havia começado naquela tarde, antes de irem se encontrar com Dulce e Christopher, seu corpo pedia por ela, e ele precisava ouvi-la gemer seu nome mais uma vez.

– Você está melhor? – ela perguntou, sorrindo, se afastando dele.

– Estou bem melhor – ele sorriu.

– Eu vou levar isso lá pra baixo – ela disse pegando a bolsa de gelo. – Você precisa de mais alguma coisa?

– Um copo de água, por favor, preciso tomar um analgésico – ele pediu, e assim que Anahí saiu do quarto, ele caminhou em direção ao banheiro, levando sua mala junto, seu corpo agora doía bem menos, mas ele ainda precisava de um banho para relaxar.

Assim que Anahí voltou para o quarto, escutou o barulho do chuveiro vindo do banheiro, colocou o copo de água no móvel ao lado da cama, e se sentou, esperando por Alfonso, que logo saiu, vestindo apenas uma calça de moletom, com os cabelos molhados e bagunçados, segurando sua mala, e mesmo cheio de hematomas no corpo, estava maravilhoso.

Alfonso colocou sua mala na cama, a abriu e retirou uma caixa de remédio, pegou um comprimido e o tomou junto com a água que Anahí acabara de lhe entregar, seu corpo agora já não doía tanto, na verdade já estava bem relaxado, mas o analgésico lhe ajudaria a dormir melhor.

– Vou dormir no quarto da Mary, com ela, para você poder ficar mais à vontade – ela disse se levantando da cama, quando Alfonso se deitou.

– Prefiro que você durma aqui comigo – ele disse, mesmo que em pouco tempo, já havia se acostumado a dividir a cama com Anahí.

– Você precisa de espaço, Poncho, eu me mexo muito quando durmo, não quero te machucar, você precisa ter uma boa noite de sono – ela disse, e Alfonso riu, Anahí era tão pequena perto dele, que lhe parecia engraçado ela pensar que o machucaria apenas por se mexer demais enquanto dormia.

– Nunca dormi tão bem como tenho dormido durante esses dias, terei uma boa noite de sono se você dormir comigo – ele disse, a fazendo sorrir.

– Vou apenas tomar um banho e já volto – ela disse, pegando uma roupa em sua mala, embora estivesse preocupada com ele, não podia negar que dormir abraçada a Alfonso, lhe fazia bem.

Anahí fora até o banheiro, precisava de um banho quente e rápido, para esquecer o que havia visto, não gostava de se lembrar de Rodrigo batendo em Alfonso, e a cara de dor que ele havia feito, e principalmente, não gostava de se sentir culpada por isso ter acontecido. Assim que ela voltou para o quarto, já vestida, e pensando que Alfonso estava dormindo, se surpreendeu e sorriu, quando ao se deitar na cama ele passou seu braço sobre a cintura dela e a puxou para mais perto, colando seus corpos.

Mentiras (finalizada)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora