Mentiras (finalizada)

Capítulo - CLIII

– Foi merecido. – essa fora a única coisa que Alfonso conseguira dizer quando finalmente conseguiu voltar a respirar, já arrependido pela pequena discussão que tivera com William.

– Foi muito merecido. – disse William, se aproximando de Alfonso. – Você está bem? – ele perguntou preocupado, deixando Anahí confusa.

– Estou. – ele se levantou fazendo careta por causa da dor. – Você voltou a treinar?

– Eu devo me preocupar com essa conversa de vocês, ou está tudo bem? – perguntou Anahí que não entendia o que estava acontecendo.

– Está tudo bem. – respondeu Maite, parada perto da porta, rindo de Anahí que parecia apavorada. – Se acostume, as brigas deles nunca passam disso.

– Isso é bom, eu acho. – disse, ainda confusa pela forma como aquela briga acabara.

– Pequena, eu sinto muito. – dissera Alfonso, ainda com receio de se aproximar de Anahí.

– Está tudo bem, eu que acabei me lembrando de coisas que não deveria. – disse, já que quando Alfonso puxara Angelique pelo braço, Anahí se lembrara da forma como Rodrigo a tratava.

– Me desculpe. – disse, finalmente se aproximando dela. – Eu te amo. Não quero fazer com que você se lembre do...

– Eu também te amo. – sorriu, o interrompendo, era bom escutar Alfonso dizer aquilo. – Vamos esquecer isso, já está tudo bem.

Assim que Alfonso, Anahí, William e Maite entraram na sala onde Marcelo ainda conversava com Derrick, e de onde Ruth parecia não querer que Claudia saísse, enquanto Angelique estava sentada no sofá, tentando esconder que havia chorado, Marcelo voltou a elogiar Derrick, querendo ver até quando Alfonso aguentaria se manter calmo.

Alfonso aguentou por um bom tempo calado, tentando não responder as provocações de Derrick e Marcelo, mas quando Derrick decidira enfrentá-lo diretamente, a situação saíra do controle.

– Parece que você perdeu de novo Alfonso. – disse Derrick debochado. – Primeiro sua mulher, percebeu que eu era melhor que você, agora a sua família. – disse e antes que alguém pudesse segurá-lo, Alfonso partiu para cima dele, assim como havia feito da ultima vez, cego pela raiva, sem dar chances de Derrick se defender dos golpes. E mesmo com Alex e William tentando segurá-lo, ele não parava, só parou quando Angelique desesperada entrou na frente, pedindo para que ele se acalmasse, passando a mão no rosto dele, tentando tranquilizá-lo um pouco.

– Você se comporta como um animal! – disse Marcelo, ajudando Derrick a se manter de pé.

– Cale a boca! – gritou Ruth. – Quando você convidou o Derrick, você já sabia que isso aconteceria! – saiu em defesa do filho, não podia aceitar o que Marcelo estava fazendo.

– Sinto muito por isso. – Angelique se desculpou por Derrick, assim que Marcelo e Derrick se afastaram. – Eu disse para ele que não deveríamos vir, mas ele ameaçou vir sozinho. Eu realmente sinto muito. – disse, antes de se virar, mas parou ao ver o modo como Anahí se segurava para não chorar, então, ela segurou em sua mão, fazendo com que Anahí a encarasse.

– Por mais que eu quisesse, isso nunca teve nada a ver comigo, sempre foi por causa do Marcelo. – admitiu, sabia que a briga de Alfonso com Derrick, sempre fora para disputar a atenção de Marcelo.

O clima ainda estava pesado, depois que Marcelo voltara para sala, com um sorriso triunfante no rosto, Ruth perdera a pouca calma que lhe restara, e assim que começara a gritar, William e Maite decidiram ir embora, antes que novamente sobrasse para eles.

Por mais que Ruth tenha dado diversas indiretas de que já estava tarde, Claudia não queria ir embora sem antes falar com Alfonso, mas parecia que Ruth estava fazendo o possível para mantê-los afastados.

Anahí se levantara do sofá, cansada pelos últimos acontecimentos, ainda não entendia porque Alfonso havia agido daquela forma com as provocações de Derrick, e queria entender o porque de Angelique ter lhe dito que aquilo nunca tivera nada a ver com ela.

– O que foi pequena? – Alfonso perguntou, a seguindo até a porta da cozinha, que dava acesso a área externa da casa.

– Eu estou cansada, Alfonso. – fora sincera, aquela noite estava sendo extremamente desgastante para ela.

– Eu sei, e sinto muito por isso, se você quiser, nós podemos ir embora agora. – disse, e quando fora se aproximar, Anahí dera um passo para trás.

– Pensei que você fosse esperar a Manu voltar com as crianças. – disse.

– Eu ia, mas se você não estiver aguentando mais, nós podemos ir embora e eu peço para a Manu levar as crianças para o hotel. – ele novamente tentou se aproximar dela, e dessa vez, ela não se afastou.

Fora então que eles escutaram a voz estridente de Manuela gritando com Marcelo, e escutaram Helena chamando as crianças, para afastá-las antes que a briga ficasse feia.

Manuela sempre saía em defesa de Alfonso, não importava o que acontecesse ou quem estivesse errado, ela sempre ficaria ao lado do irmão, porque sabia que se fosse ao contrario, Alfonso também ficaria ao lado dela.

– Acho que já podemos ir embora. – disse Alfonso, ainda sem se afastar de Anahí.

– Essa noite está sendo sufocante, eu tenho muita coisa em que pensar, acho que nunca presenciei tantas brigas em tão pouco tempo. – desabafou assustada. – Sem contar que não foi nada agradável estar em uma mesa com outras três mulheres que já passaram pela sua cama. – disse e quando vira, Ruth estava parada na porta da cozinha, olhando para os dois.

– Me diga que eu ouvi isso errado. – Ruth pediu, ainda sem acreditar no que acabara de ouvir. – Por favor, me diga que eu ouvi errado, por que se isso for verdade, eu vou acabar com ela! – Ruth estava furiosa, aquilo era muito pior do que ela imaginava, Claudia não só estava dando em cima de Alfonso, como já havia ido para a cama com ele.

– Ruth... – Alfonso disse sem saber como se explicar.

– Me diga que eu entendi errado e que você não foi para a cama com a Claudia! – Ruth voltou a dizer furiosa.

– Você não entendeu errado. – disse Manuela, que se aproximara sem que eles percebessem, e que já estava cansada de esconder aquela historia. – Alfonso e ela tiveram um caso!

– Manuela! – isso fora tudo que Alfonso conseguira falar, ele sabia que agora a briga seria feia.