Capítulo - CXVI

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– pequena... – disse, ainda passando as pontas de seus dedos nas costas dela. – Vou poder levar o Enzo comigo?

– Você tem certeza que sabe pilotar um avião? – ela perguntou o fazendo rir, só nessa manhã ela já havia visto Alfonso rir mais vezes do que durante toda a semana.

– Eu tenho certeza, eu sei pilotar um avião. – ele ainda ria.

– Não ria de mim. – ela disse, dando um tapa fraco no braço dele.

– Enzo pode ir comigo? – ele voltou a perguntar. – Eu sei pilotar um avião, sei pilotar muito bem, e eu não chamaria você, a Clara ou o Enzo para irem comigo se não fosse seguro.

– Tudo bem, você me convenceu, é por isso que o Enzo parece gostar mais de você do que de mim.

– Você está enciumada? – ele perguntou sorrindo.

– Sim. – ela fez bico e ele a beijou. – E também estou com medo, Enzo se apegou demais a você.

– E eu acabei me apegando a ele também. – confessou Alfonso.

Anahí sorriu, gostava da forma como Alfonso tratava Enzo, sempre tão paciente, e gostava de como Enzo parecia animado quando estava com Alfonso.

– Quais os planos para hoje, Dr. Herrera? – perguntou Anahí.

– Primeiro eu vou pilotar porque não faço isso há muito tempo, e caso você ainda não tenha percebido, eu adoro aviões.

– Acho que eu já percebi isso. – ela sorriu ao ver Alfonso animado. – E depois?

– Depois a Manu, o William, eu e quem mais quiser, vamos saltar de paraquedas.

– Saltar de paraquedas? Isso é loucura, você realmente tem que fazer isso? – ela perguntou receosa, fazendo Alfonso rir.

– É super tranquilo, você deveria experimentar.

– Não, muito obrigada. E eu também acho que você não deveria fazer isso. – disse, seu pavor de altura fazia com que ela sentisse medo pelos outros também.

– Eu acho que você deveria ir comigo. – ele voltou a beijar seu pescoço. – Vamos, você vai acabar gostando.

– Você é louco. – ela disse, o fazendo rir. – E depois disso, o que faremos?

– Iremos almoçar na casa dos meus avós, e depois eu não sei, você pode escolher o que quiser fazer. – disse Alfonso.

– Senhor Herrera. – disse um homem alto, que vestia um uniforme preto e acabara de entrar na sala. – O seu voo já foi autorizado, me acompanhe por favor.

– Tem certeza que não quer ir? – Alfonso perguntou pela ultima vez antes de se afastar de Anahí.

– Vou ficar cuidando da Clara. – ela disse, fazendo Alfonso rir.

– Tem certeza que não quer voar com o papai hoje? – perguntou Alfonso, pegando Clara no colo.

– Tenho, não gosto muito de voar. – ela respondeu, abraçando Alfonso, tinha medo quando seu pai pilotava.

– Preparado para voar? – Alfonso perguntou, dando a mão para Enzo, depois de ter colocado Clara no chão.

– Sim! – ele disse animado.

Alfonso, Enzo, William, Manuela e Christian – que só aceitara ir porque Manuela praticamente o obrigara –, seguiram o homem que havia chamado Alfonso, o mesmo pilotaria um monomotor – Cessna 208B –, que pertencia a William.

– É impressão minha, ou você está evitando a Maite? – Perguntou Benjamin se aproximando de Anahí, que brincava com Clara, assim que Alfonso saíra da sala com os outros quatro.

– Eu não a estou evitando. – ela respondeu sem nem olhá-lo.

– Não? – ele perguntou levantando uma sobrancelha, conhecia Anahí muito bem.

– Não. – ela respondeu, não queria falar sobre isso, não agora que as coisas entre Alfonso e ela finalmente pareciam ter se acertado.

– Não é o que parece, você nem foi cumprimentá-la. – disse Benjamin, que desde que chegara havia ficado observando as duas, e estranhara a distancia entre elas.

– Eu não cumprimentei ninguém. – se defendeu.

– Mas deveria, ela é sua amiga.

– Ela é minha amiga, mas parece que se esqueceu disso já que ficou dando indiretas para o Alfonso na minha frente. – disse Anahí, ela ainda não havia esquecido das brincadeirinhas entre Maite e Alfonso no dia em que eles foram ao apartamento de Dulce.

– Você está falando sobre o jantar no apartamento da Dulce? – Ben perguntou e Anahí assentiu. – Eles são amigos Anahí, isso é normal, eu também brinco falando sobre o abdômen dele.

– Mas é diferente. – ela disse enquanto observava Clara começar a guardar as miniaturas de aviões com as quais estava brincando.

– Porque isso é diferente? – Benjamin perguntou.

– Porque você não dormiu com ele! – ela disse, fazendo Benjamin rir.

– Infelizmente, porque ele não parece gostar da mesma fruta que eu gosto. – ele disse, decepcionado, a fazendo rir.

– Ela realmente está assim porque eu e o Alfonso dormimos juntos algumas vezes? – Perguntou Maite que estava escutando a conversa, e finalmente decidiu se aproximar de Anahí e Ben. – Isso é ridículo, fui em quem os apresentei, eu sempre quis que eles ficassem juntos, até porque eu estou com o William agora!

– O problema não foi você ter dormido com ele, e sim as suas brincadeirinhas. – disse Anahí, quando Benjamin chamou a Clara, para que Anahí e Maite pudessem conversar.

– Nós sempre brincamos assim, se isso te incomodou você podia ter me dito, eu teria parado. – disse Maite.

– Não é tão simples assim, Maite. – disse Anahí.

– Foi por isso que ele e eu não demos certo, nós sempre brincamos assim, mas quando começamos a dormir juntos, não brincávamos mais, não riamos juntos, foi por isso que paramos de sair; por isso e porque eu realmente fiquei fascinada pelo melhor amigo dele.

– Acho que é a sina da vida do William, se apaixonar por quem está com o Alfonso. – disse Christopher.

– Não fale sobre isso, você sabe que eles não gostam de tocar nesse assunto. – Maite o repreendeu.

– Mas eles não estão aqui agora. – disse Christopher. – E é bom a Anahí saber antes de falar outra besteira como fez no apartamento da Dulce.

– Sobre o que eu preciso saber? – perguntou Anahí, já desconfiando sobre o que Christopher estava falando.

Mentiras (finalizada)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora