Capítulo - CXLVI

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                O despertador de Anahí tocou anunciando o horário de dar o remédio para Enzo e tomar sua pílula. Assim que ela se mexera na cama, sentira seu corpo dolorido graças a intensidade do que havia acontecido na noite anterior, e quando ela fora se levantar, Alfonso a agarrou, puxando-a para perto dele, colando seus corpos e beijando seu pescoço, impedindo que ela se afastasse dele.

– Bom dia – ela se virou para ele, era maravilhoso acordar ao lado de Alfonso.

– Bom dia – ele sorriu.

Alfonso beijara do pescoço de Anahí até seu ombro, enquanto sua mão traçava um caminho nas costas dela, fazendo com que todo o corpo dela se arrepiasse, e ela se perguntava de onde ele tirava tanta disposição.

– Você não se cansa nunca? – ela perguntou rindo.

– De você? Nunca – ele se virou ficando por cima dela, voltando a beijar seu pescoço.

– Mas eu sim – ela riu o empurrando para que ele saísse de cima dela. – Meu corpo está todo dolorido. Além disso, eu preciso dar o remédio do Enzo – disse, depois de selar seus lábios aos dele.

– Deixa que eu vou – ele esfregou seus olhos, sabia que Anahí deveria estar exausta.

– Não precisa – sorriu colocando a mão em seu ombro para que ele voltasse a se deitar. – Você já o fez durante esses dias, deixe que eu vou agora, também preciso tomar minha pílula – comentou, mas quando vira a cara que Alfonso fizera, se arrependera de ter aberto a boca.

– Você toma sua pílula no mesmo horário do remédio do Enzo? – perguntou tentando manter sua calma, torcendo para estar enganado.

– Tomo – respondeu, sabendo onde aquela conversa chegaria, temendo a reação de Alfonso, mas seria melhor lidar logo com aquela conversa.

– Os dias em que eu acordei para dar o remédio para o Enzo, você continuou dormindo – ele respirou fundo, passando sua mão em seu cabelo, sem saber como continuar aquela conversa. – Merda Anahí, me diga que você não pulou nenhum dia da pílula – preferiu ser direto, já estava desesperado.

– Alfonso... – isso fora tudo o que ela conseguira dizer, antes dele saltar da cama novamente furioso.

– Puta que pariu, Anahí! – gritara a assustando, sua reação estava sendo muito pior do que ela imaginava.

– Alfonso... – Ela temeu sua reação, tanto que não encontrava palavras para se desculpar. – Eu sinto muito – isso fora tudo o que ela conseguira falar.

– Você sente muito? – ele riu ironicamente. – Você sente muito? Eu ainda te perguntei se você estava tomando essa merda corretamente! Por que você não me disse que não? – perguntou, cada vez mais furioso.

– Eu não sei! Eu não consigo pensar direito com você tão perto de mim – confessou e Alfonso voltou a rir ironicamente, do modo que o deixava com um ar arrogante que ela detestava. – Eu sinto muito! Não tem por que você ficar assim tão descontrolado – disse após Alfonso passar as mãos em seu rosto, tentando se acalmar para não voltar a gritar com ela.

– Você ainda não me viu descontrolado – disse. – Você realmente acha que não tem o porquê eu ficar assim? – perguntou, voltando a elevar seu tom de voz. – A única coisa que você tinha que fazer era tomar essa merda de pílula!

– Já que você tem tanto medo assim de engravidar uma mulher, eu vou te apresentar para um método muito eficiente, que provavelmente não vá falhar, e que parece que esqueceram de te ensinar na faculdade de medicina, a vasectomia, conhece? – ela perguntou ironicamente, querendo provocá-lo, Alfonso não tinha o direito de falar assim com ela, ele não podia fazer com que ela se sentisse culpada por isso.

– Ou posso fazer igual eu sempre fiz e usar preservativo, e não confiar quando me dizem que estão tomando a merda da pílula! – ele estava furioso.

– Você não pode falar como se eu fosse a única culpada! – gritou, Alfonso estava conseguindo tirá-la do sério

– Foi você quem disse que usava pílula, que não precisávamos do preservativo – acusou.

– Se você soubesse conversar nós talvez não estivéssemos tendo essa discussão agora – rebateu.

– Claro, a culpa é toda minha – ele fora irônico. – Quantos dias você pulou está merda? – perguntou tentando se acalmar.

– Eu não sei – ela gritou.

– Porra! É só olhar a cartela e fazer as contas! – ele estava desesperado. – Isso é difícil para você?

Anahí parou encarando Alfonso, sua reação estava sendo pior do que ela podia imaginar, e de repente ela se viu curiosa para saber como ele havia reagido quando Angelique lhe contara que estava grávida.

– O seu anticoncepcional é de 21, 24 ou 28 dias? – perguntou fazendo Anahí despertar de seus pensamentos, ele queria saber quais eram seus riscos.

– 28 – respondera, e pela cara que Alfonso fizera, tentando se controlar, ela sabia que isso não era bom.

– Veja quantos dias você pulou está merda! – mandou.

– Como? – ela perguntou, ele não podia lhe dar ordens daquele jeito.

– Você realmente espera que eu seja educado agora? – ele riu ironicamente.

– Não, educação é algo que há tempos eu já deixei de esperar de você – disse pegando sua cartela de anticoncepcionais e a jogando com raiva em Alfonso.

– Quando foi que você começou está cartela? – perguntou tentando manter a calma ao ver a cartela praticamente inteira.

– Eu não sei! – ela já estava furiosa, não aguentava mais aquele interrogatório de Alfonso.

– Tem alguma coisa que você saiba? – gritou furioso a fazendo dar um passo para trás.

– Foi no começo da semana passada, não me lembro o dia exato – respondeu temerosa.

– Porra! – gritou, Anahí pulara no mínimo três dias de anticoncepcional. – É como se você não tomasse essa merda! Quando você engravidou, você usava anticoncepcional? – perguntou, precisava saber sobre o metabolismo de Anahí. – E quando eu digo usar, caso você não saiba, é usar da maneira correta!

– Você está sendo ridículo – dissera. – Acho que agora eu sei o porquê a Angelique quisera abortar quando descobriu que estava esperando um filho seu.

Alfonso olhara para Anahí furioso, de um jeito que ela nunca o vira antes, ela sabia que pegara pesado com o que havia dito, mas ela não podia permitir que Alfonso gritasse com ela daquele jeito.

– E o Rodrigo reagiu bem quando você lhe contou que estava grávida? – perguntou ironicamente

– Aonde você vai? – ele perguntou depois de Anahí pegar sua bolsa e passar por ele furiosa, caminhando em direção a porta.

– Comprar uma merda de uma pílula do dia seguinte! – gritou. – Ou qualquer coisa que me livre de ter um filho com você!

– Vê se não vai esquecer de tomar também – disse ironicamente.

Mentiras (finalizada)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora