Capítulo - CXXV

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            Ruth estava em seu quarto, respondendo alguns e-mails e aproveitando para observar Marcelo, que estava sentado no sofá do quarto e parecia entretido lendo uma matéria em uma das mais importantes revistas de medicina do mundo. Ela agradecia por ele pela primeira vez em anos, tê-la escutado e não ter provocado Alfonso e começado mais uma briga, embora estranhasse, mas tinha esperanças de que pai e filho voltassem a se entender.

Assim que respondeu ao ultimo e-mail que julgou ser importante, já sozinha em seu quarto, ela começou a ouvir uma risada vindo do lado de fora de sua casa, e estranhou, já que a chuva que caia estava cada vez mais forte; primeiro ela pensou que fosse Manuela, mas ao ouvir a voz de homem, soube que não era sua filha, então se levantara e abrira a porta da enorme varando coberta de seu quarto, acreditando que era Alex, que provavelmente chegara bêbado demais, por isso estava tomando banho de chuva, já que ela sabia que Alfonso jamais se divertiria tomando um simples banho de chuva, afinal, nem quando criança ele fazia isso.

Assim que entrou em sua varanda, ficou surpresa com o que viu, Alfonso estava correndo atrás de Anahí, que riu quando ele a alcançou, fazendo com que os dois caíssem no gramado que já formava poças de água, devido a chuva. Anahí gargalhou o abraçando, impedindo que ele se levantasse; quem os visse ali naquele momento, não imaginaria que ambos estiveram a ponto de terminar este relacionamento por acreditarem serem incompatíveis.

Ruth sorria com a cena que via, olhando para Anahí com admiração, ela gostava do jeito despreocupado de Alfonso quando ele estava com ela, e vê-lo assim, tão relaxado tomando banho de chuva, a fez ter a certeza de que ela era a mulher ideal para Alfonso, embora seu filho já parecesse saber disso.

Quando os beijos e caricias de ambos se intensificaram, Ruth pensara em gritar para que eles fossem até um dos quartos da mansão, mas ela não quis interrompê-los, já que Alfonso ria de algo que Anahí havia dito – e ela nunca o via rir assim –, além de saber, que Anahí ficaria envergonhada se soubesse que ela os estava olhando, já que a mesma parecia extremamente tímida. Porém, quando as mãos de Anahí deslizaram sobre o abdômen de Alfonso, puxando a camiseta que o mesmo vestia, tentando tirá-la, Ruth riu e decidiu que seria melhor fazer com que ambos parassem o que estavam fazendo.

– Poncho, querido, eu adoraria ter mais netos, mas vá encomendá-los no conforto de uma cama, onde ninguém possa vê-los, e não no chão, debaixo da chuva. – ela gritou, o fazendo sair de cima da Anahí, frustrado, e ela esconder seu rosto com as mãos, visivelmente envergonhada. – Sem contar que isso não fará nada bem para a coluna dos dois. – ela gritou, fazendo Alfonso rir.

– Obrigado pela sua preocupação com a minha coluna. – disse ironicamente, voltando a rir. – E quanto ao ver, é só fechar a porta, dona Ruth. – ele gritou, dando sua mão para ajudar Anahí a se levantar, mas ela se recusou, ainda com as mãos no rosto, sentindo suas bochechas queimarem por causa da vergonha.

– Temos crianças nessa casa, então se vocês forem encomendar mais um irmãozinho para eles, que seja no quarto. Sei que a possibilidade de serem pegos no flagra torna tudo mais excitante, mas...

– Eu realmente não quero ter essa conversa com você, dona Ruth. – ele riu, pegando Anahí no colo, já que ela ainda estava deitada na grama, escondendo seu rosto com as mãos, às vezes era constrangedor o fato de sua mãe falar tão abertamente sobre tudo.

– Se vocês planejarem trazer outra criança ao mundo, eu quero ser avó de gêmeos dessa vez. – ela riu, Alfonso sempre deixara claro que não queria mais ter filhos, mas ela sabia que ele acabaria sendo igual ao Marcelo, que primeiro dizia que não queria ter filhos e depois quando já tinham Alex e Alfonso, ele quisera que tentassem ter uma menina.

– Esqueça essa ideia de gêmeos. – ele gritou rindo, antes de caminhar em direção a porta da cozinha, ainda carregando Anahí.

– Sua mãe sabe que fazemos sexo. – disse Anahí, com o rosto corado, sentindo suas bochechas queimarem, visivelmente envergonhada.

– O que? – Alfonso parou no meio da cozinha, queria ter certeza do que acabara de ouvir.

– Sua mãe sabe que nós fazemos sexo. – ela escondeu seu rosto na curva do pescoço de Alfonso, que precisou colocá-la no chão depois de começar a gargalhar, ainda sem acreditar no que acabara de ouvir. Alfonso adorava isso em Anahí, ele adorava como as vezes ela parecia ser ingênua e extremamente tímida, ele adorava vê-la corar, e adorava quando ela escondia seu rosto nele, por estar envergonhada demais para lhe olhar.

– Me desculpe. – ele disse a abraçando, enquanto tentava parar de rir ao ver Anahí fazer bico.

– Eu estou falando serio Alfonso, sua mãe vai pensar que eu sou uma vadia, nós estávamos nos agarrando bem debaixo da janela dela. Eu não vou ter coragem de olhar pra ela depois disso.

– Minha mãe não se importa. – ele disse, voltando a pegá-la no colo. – Agora vamos tomar um banho quente antes que você acabe se resfriando.

– Agora você se preocupa se eu vou me resfriar. – disse o encarando. – Há alguns minutos atrás você queria tirar minha roupa debaixo da chuva.

– Mas eu ia esquentar o seu corpo de outra forma. – ele piscou, sorrindo maliciosamente, do jeito que Anahí gostava.

Assim que Alfonso começou a subir as escadas com Anahí em seu colo, ela começou a tremer de frio e se aninhou no colo de Alfonso, o abraçando com firmeza.

– Não foi muito inteligente da nossa parte discutir nosso relacionamento debaixo da chuva. – ele comentou, entrando em um enorme corredor, já no segundo andar da casa.

– Alfonso Herrera discutindo relacionamento, esse dia vai entrar para a historia. – ela disse, sentindo sua garganta arranhar e sorriu com a possibilidade de talvez precisar passar por mais uma "consulta" com o Dr. Herrera.


Mentiras (finalizada)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora