Capítulo - IV

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– E a Ruth? – perguntou Maite.

– Ela veio com ele, foi contra a minha suspensão, disse que isso era um absurdo, que se eu não tivesse levado o paciente pra sala de cirurgia ele não aguentaria muito tempo, mas no final é sempre a palavra do Dr. Marcelo Rodriguez a que vale mais. Você sabe o escândalo que seria se esse paciente morresse por falta de médico em um dos maiores centros médicos do mundo? Ele deveria me agradecer, e não me suspender!

– Marcelo Rodriguez? – perguntou Anahí admirada. – Para você que é médico deve ser uma honra levar uma bronca dele – disse, afinal, Marcelo Rodriguez era conhecido no mundo todo graças as suas pesquisas na medicina.

– Levei broncas dele a minha vida toda – disse Alfonso. – Eu nunca achei isso maravilhoso.

– A sua vida toda? Você o conhecia antes de começar a trabalhar no centro médico? – perguntou Anahí, fazendo Belinda e Maite rirem.

– Anahí, o Dr. Marcelo é pai dele, eu te disse que o sobrenome do Alfonso é Herrera! – Maite disse ainda rindo.

– Você é um Herrera Rodriguez? – ela perguntou surpresa.

– Infelizmente – ele respondeu.

– Pensei que seu nome era apenas uma coincidência. – disse Anahí, e ele riu ironicamente, gostaria que seu nome fosse apenas uma coincidência, porque sabia que todos esperavam que ele fosse um médico tão bom quanto seus pais.

Marcelo Rodriguez ficara famoso por suas grandes pesquisas na medicina, havia liderado pesquisas que resultaram em curas para inúmeras doenças, e era respeitado no mundo todo por isso, mas não era o prestigio de seu pai no mundo da medicina que assombrava Alfonso, o que quase o havia feito desistir da medicina era ser comparado a todo instante com sua mãe, Ruth Herrera, e saber que ele nunca conseguiria ser tão bom quanto ela.

Ruth havia ganhado durante seis anos consecutivos o prêmio mais importante da medicina, tanto que agora, esse prêmio se chamava Ruth Herrera, além de ter escrito livros que serviam como base para todos os estudantes de medicinas, Ruth vinha de uma família de importantes médicos e herdara todas as unidades dos "Centros Médicos Herrera", que agora se chamavam "Centros Médicos Herrera Rodriguez".

– Mas eu aposto que a Ruth vai convencer o Marcelo a tirar essa suspensão ridícula – disse Maite quando Alfonso se jogou no sofá, exausto.

– Você sabe que o Marcelo não muda de ideia tão facilmente – Alfonso passou a mão por seu rosto, aquela briga com seu pai precisava terminar.

– Você está tenso – disse Belinda passando a mão no pescoço de Alfonso. – Posso te ajudar a relaxar – ela sorriu maliciosamente.

– Já estou relaxado Belinda, obrigado – ele disse se levantando do sofá, fugia de Belinda sempre que podia, mesmo assim ela insistia em correr atrás dele. – A Clara está dormindo? – perguntou.

– Sim, ela acabou de dormir – respondeu Maite.

– Ótimo – ele disse quando seu celular começou a tocar, e depois de olhar no visor, ele caminhou até a cozinha para atender.

– Sei que você ficou nervoso com o seu pai, e sinto muito por isso, eu te entendo, mas acho que vocês dois deviam voltar a se entender, e acho que você podia ter esperado um pouco para dar um abraço na sua mãe – disse Ruth, assim que Alfonso atendeu seu celular.

– Sinto muito – disse Alfonso. – Eu não aguentava mais ficar ao lado dele, precisei ir embora.

– Estou em frente ao prédio onde você mora, queria ver minha neta, mas o porteiro disse que vocês não estão.

– Precisei deixar a Clara na casa de uma amiga hoje, então assim que sai do hospital vim buscá-la – explicou Alfonso, mas logo se arrependeu, pois sabia que sua mãe começaria a lhe encher de perguntas.

– Uma amiga? – perguntou Ruth animada, ela achava que já estava mais do que na hora de seu filho arranjar uma nova namorada. – E a babá da Clara?

– Uma amiga, mãe! A babá se demitiu – contou, e agora a ideia de Anahí já não lhe parecia tão absurda assim, seria ótimo ter alguém para apresentar para sua mãe como sua namorada, sem realmente estar preso a essa pessoa.

– Eu conheço essa sua amiga? Você vai demorar ou eu posso te esperar?

– Eu vou demorar um pouco – ele preferiu não responder sobre sua amiga, não queria sua mãe lhe fazendo mais perguntas.

– Quer que eu fique com a Clara esta noite? Você pode aproveitar para sair e se divertir com essa amiga.

– Não será necessário – disse, estava cansado de sua mãe querendo que ele voltasse a se prender a um relacionamento sério com outra mulher. – Você precisa voltar para casa, a viagem é longa e não acredito que o Marcelo concorde em ficar te esperando.

– Quero que você seja feliz Poncho, me preocupo com você – ela disse, sabia que ele não gostava quando ela dizia que ele precisava encontrar uma namorada.

Mentiras (finalizada)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora