Capítulo 70

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"Não há um Costa Café em Bradford?" Indagou ele.

"Sim, sim, mas o de Londres é melhor e maior e eu tenho fome, só comi uma Salada Oceânica."

"Ou seja, passaste fome." Troçou. "OK, vamos, mas tens de me levar lá e não te percas, senão vais pagar o pós-jantar."

"Chama-se sobremesa." Disse, enquanto ele se levantava e me estendia as mãos para me levantar.

"O teu professor diz que é pós-jantar, por isso dizes pós-jantar."

Levantei-me: "Passas a vida a dizer isso, achas que tens a pessoa mais submissa ao teu lado, é?"

"Bem..." Suspirou, esfregando a parte de trás do pescoço. Já sei que vai vir asneira daquela boca. "Não me lembro de me tentares dominar ontem à noite, por isso... sim."

Cerrei os lábios e limitei-me a olhar para ele, sem expressão alguma no rosto, mostrando que não achei piada alguma ao seu comentário. Ele, no entanto, desatou a rir como se lhe estivessem a fazer cócegas nos pés há mais de uma hora, o que me fez cruzar os braços e amuar durante uns cinco segundos; depois ele deu-me um beijo na testa e passou. Segundos depois, ele estacou a meio da rua e começou a remexer os bolsos das calças e dos casacos: "Eu tenho uma ideia melhor."

"Hm?"

"Escolhe um número de... 0 a 15." Pediu ele, com ambas as mãos dentro de diferentes bolsos.

"12." Escolhi, fazendo-o rir. Quanto mais se fala deste número, menos ele percebe a obcessão que tem por ele e mais eu ganho uma obcessão pelo número.

"Fazemos assim: vamos continuar a andar. Sempre que nos aparecer um cruzamento ou algo do género, lançamos uma moeda ao ar. Se sair cara, viramos à esquerda, se sair coroa, à direita. Lançamos a moeda ao ar 12 vezes. No final da rua, entramos onde quer que a moeda e o teu número nos tenha levado. OK?"

Senti-me a pessoa mais felizarda do mundo. Não demorei muito tempo a anuir com ele e a deixar que o seu braço me envolvesse os ombros, mais que preparada para este pequeno jogo, super-hiper-mega curiosa para saber onde uma moeda e o número 12 nos iria levar. Tantas são as possibilidades, se num caminho inteiro mudar a face da moeda que saíra, iria acabar num destino completamente diferente!

Como a rua onde nos encontrávamos era enorme, preferimos descê-la do que subi-la, pois se a subíssemos teríamos de andar quase um quilómetro até nos aparecer o primeiro cruzamento; assim sendo, mudamos a direção e, pouco tempo depois, apareceu-nos o primeiro cruzamento, junto do banco NatWest. Sem motivo aparente, ele deixou-me lançar a moeda pela primeira vez, e assim eu o fiz; deixei a moeda cair sobre as costas da minha mão e, posteriormente, olhei para a face. Cara, vamos virar à esquerda.

Passamos por uma escola primária qualquer e por um bando de raparigas universitárias que se riam como se o mundo fosse acabar dali a instantes, todas felizes, radiantes, mas a felicade de todas elas somada não se comparava à que eu estava a sentir agora mesmo. No fundo da rua, encontramos outro cruzamento, em frente de uma igreja católica. Desta vez ele lançou a moeda e saiu coroa, fazendo-nos virar à direita.

A rua culminava com uma outra bastante larga, perpendicular àquela que tinha acabado de fazer com ele. Lancei eu a moeda desta vez e voltou a sair cara, viramos à esquerda. Nunca tinha estado nesta parte da cidade, mas não acho que me fosse perder tão facilmente. Estamos em Londres: qualquer rua leva a qualquer rua.

Depois de uma rua enorme, passando por inúmeros edifícios em tijolo vermelho e por uma clínica que mais parecia um palácio, chegamos ao quarto cruzamento; foi a vez do Zayn lançar e saiu pela segunda vez consecutiva cara, o que nos fez virar à esquerda. Mais um cruzamento e saiu-me coroa.

Physical Education Teacher Z.M.Wo Geschichten leben. Entdecke jetzt