XXV. Volta para casa

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- Ah, isso faz muito tempo Ricardo, acho que não sei mais.

- Deixa de besteira, é que nem andar de bicicleta, não esquece tão cedo, não precisa se não quiser, mas eu tenho uma égua que vai ser ideal pra você.

- Não sei não Ricardo.

- Se quiser pode ir acompanhar... Sei como você gosta de cavalos e aqui eu tenho uns muito bonitos...

- Ah, acho que pra acompanhar é mais fácil.

- Melhor de tardezinha, o Sol vai baixar um pouco mais e o campo tem menos vento, então vai ser melhor.

- Certo então.

- Vou falar com o Humberto e ele vai organizar tudo.

- Tudo bem.

Com um sorriso de uma orelha a outra ele se despede e vai organizar tudo. Manu e Raquel estavam brincando de casinha e estavam sobre o olhar atento da Maria no pequeno gramado perto da cozinha. Maria insistiu que eu não precisava ficar lá, olhando as meninas. Então como eu não tinha mais o que fazer, peguei um livro e fui ler no alpendre da casa. Deitei numa rede bem confortável e demorei um pouco a começar a ler, admirando a beleza do local.

Nem percebi quando dormi, e só acordei com as mãos da Manu no meu rosto, me acordando suavemente. Abri os olhos e me surpreendi quando vi uma tenda montada perto de mim, me protegendo do Sol. Não se enganem, o clima é frio, mas o Sol ainda é muito forte.

- Mamãe, vamos logo, o almoço já está pronto e o papai está chamando.

- Já estou acordada meu amor - me pus de pé e deixei meu livro repousando dentro da rede armada.

- Então vamos logo - ela sorri e me estende a mão para que eu possa caminhar de mãos dadas com ela.

Mais uma vez a Maria se superou com o almoço. Uma mesa cheia e que cheirava super bem. Não comi muito, pois estava pensando seriamente em andar de cavalo mais tarde e já estava ficando nervosa. Sempre gostei de andar à cavalo e mesmo tendo feito isso em raríssimas oportunidades, gosto muito.

Já passava das três horas da tarde quando Ricardo disse que já poderíamos ir olhar os cavalos. O haras era maior do que eu imaginava e tinham vários cavalos dispostos em divisórias de madeira bem espaçosas.

Três cavalos nos esperavam num campo cercado maior e sorri ao ver os cavalos. Percebi logo qual seria o cavalo que a Manu iria montar. Ele tinha uma estatura menor que a dos outros e balançava sua crina alegremente.

Manu começou a pular empolgada e quis andar mais rápido para ver de perto logo o cavalo. Ricardo a acompanhou enquanto eu observava o ambiente e me acostumava com o local. Minha filha nem fez cerimônia e foi logo querendo subir no cavalo, mas Ricardo a fez passar um tempo perto dele, para que o cavalo se acostumasse com a sua presença e que não estranhasse quando ela subisse.

Somente quando percebemos que o cavalo estava acostumado com a presença da Manu foi que me senti confortável para que o Ricardo selasse o cavalo. Fiquei com o coração na mão quando vi ela ser levada para cima do cavalo.

Ricardo ficou ao lado dela todo o momento, pronto para agir à qualquer momento. Mesmo com a Manu protestando, dizendo que poderia ficar sozinha ali sem problemas, que já tinha aprendido tudo e que o Ricardo já poderia soltá-la, ele não saiu do seu lado, e com o tempo, a Manu acabou se acostumando com o cuidado dele.

E estava se divertindo.

Eu olhei para a égua que o Ricardo tinha me mostrado e eu fiquei encantada com ela. Seu pelo marrom brilhava com os raios de Sol e ela trotava vagarosamente pelo cercado. Ela se aproximou de mim umas poucas de vezes e deixou que eu fizesse carinho em sua cabeça.

Amor na Segunda VoltaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora