XXV. Volta para casa

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No caminho de volta para o sítio ninguém falou nada dentro do carro. E quando chegamos à casa do Ricardo ele somente me pediu para colocar a Manu na cama. E como eu estava um pouco cansada acabei concordando.

O observei da porta e vi o carinho que ele depositou a minha filha na cama e deu um beijo em sua testa e a cobriu com um edredom grosso. Ele passou alguns momentos acariciando o cabelo dela e tinha um sorriso bobo nos lábios.

Quando virou se assustou ao me ver na porta.

- Você está aí há muito tempo?

- Desde o começo.

- Ah - ele fala e vejo suas bochechas esquentarem.

- Estou enxergando direito Ricardo, você está envergonhado?

- Ah, é que eu não sabia que você estava aí olhando e... - ele para de falar e desvia o seu olhar do meu.

- Tudo bem, vou fingir que não vi nada... - falo me afastando dele e indo em direção ao quarto que eu estava dormindo. - Boa noite Ricardo.

- Boa noite Alice - ele fala, mas não consigo me afastar muito dele já que ele segura a minha mão. - Me diverti muito hoje à noite.

- Eu também - respondi sinceramente.

- Sério? - ele pergunta e se aproxima de mim, fico um pouco tensa.

- Sério, foi legal. Adoro ver a Manu quando ela brinca demais e eu vi como ela estava feliz em ficar com você hoje Ricardo. Você conquistou a minha pequena.

- Só a pequena não foi?

- Oi?

- Nada não... - ele sorri amarelo e desvia o olhar mais uma vez.

Tá, eu sei o que foi que eu escutei, mas vou me fazer de desentendida aqui, é mais fácil do que ter uma discussão com ele sobre isso agora.

- Alice eu... - ele começa a falar, mas logo para. Ele somente fica me olhando, sem dizer mais nada. Quando ele eleva a mão para passar as costas da mão dele pelo meu rosto, eu imediatamente fico tensa, e acho que ele percebe, pois se afasta. - Desculpe, não quis te deixar assim, é coisa minha mesmo...

- Ah, tá, tudo bem - falo sem jeito e me afasto um passo dele. - Acho que já vou indo repousar Ricardo... Boa noite - falo e saio, sem ao menos escutar uma resposta dele.

Quando entro no quarto fecho a porta e dou um suspiro. Dizer que ele mexe comigo é demais, mas ele ainda desperta em mim alguma coisa boa. E como eu vejo o quanto ele está dedicado com a Manu, não sei... Mas eu amo o Samuel e não quero saber de outro cara. Nem que esse outro cara seja o pai da minha filha.

Meu celular tem um correio de voz do Samuel, me falando que já tinha chegado de viagem e que estava bem, mas que estava muito cansado e iria descansar agora, e me ligava amanhã assim que acordasse e tivesse um mínimo de certeza que eu estava acordada também.

Troquei a minha roupa e coloquei o meu pijama confortável e quentinho de algodão. Liguei o aquecedor e pulei na cama. Entrei num sono tranquilo e sem interrupções.

Acordei com o brilho dos primeiros raios do Sol e me espreguicei na cama. O dia tinha amanhecido muito frio e nem o aquecedor estava fazendo efeito. Me cobri com todos os lençóis que cobriam a cama e melhorou consideravelmente.

Fiz uma cabana de lençóis e fui conferir se o Samuel tinha falado mais alguma coisa. Ele tinha me mandado uma mensagem e assim que li liguei para ele. Nos falamos brevemente até que a minha barriga acordou para o dia e eu tive que me aprontar e ir tomar café.

Amor na Segunda VoltaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora