Capítulo 207 Harrel

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Kyle estava no beco coberto de tinta, pressionando as têmporas na tentativa de parar a dor de cabeça que se aproximava. Sua intuição nunca se enganou. Depois de saírem do hotel, eles deveriam ficar juntos. E agora Noah havia desaparecido, deixando para trás um rastro de caos.

Ao soltar um suspiro cansado, Muell apareceu do nada. Ele correu e rapidamente informou Kyle sobre o paradeiro de Noah e o que havia acontecido no beco. Kyle ouviu, curioso para saber o que Noah havia planejado.

"E os assassinos... Eles devem chegar a qualquer minuto!" Muell entregou a Kyle o Olho do Largo. "Ela os atraiu aqui. Disse que você poderia lidar com eles.

"Ela fez isso agora? Diga-me, por que ela mandou você me contar essa notícia, em vez de me contar ela mesma? Você pode teletransportá-la, então por que não o fez? Kyle revirou o Olho entre os dedos. "Por que você a deixaria sozinha em um lugar tão perigoso?"

"Por favor, eu queria trazê-la comigo, eu juro! Ela me fez vir aqui sozinha. Algo sobre como ela queria investigar a área." Muell agarrou-se à perna de Kyle. "Me desculpe por não ter tentado mais!"
"Noah é irritantemente teimoso. Tenho certeza de que ela tem seus motivos, mas ela ainda poderia ter voltado e relatado o que estava acontecendo comigo. Dessa forma, poderíamos ter resolvido o mistério juntos. E quanto a esses assassinos..." Kyle fez malabarismos leves com o Olho, jogando-o de uma mão para a outra. "Quando você disse que eles estariam aqui?"

Latas de tinta chacoalharam pelo beco, alertando Kyle sobre a presença dos assassinos. Ele enfiou o Olho de volta no bolso e pegou Muell para apoiá-lo no ombro. Tirando seu revolver do coldre, ele carregou o cano e o engatilhou para que estivesse pronto para atirar.

"Quem vem, seu mestre? Ou..." Ele gritou para o beco vazio. "Você também é apenas um pedaço de metal?"

Ele se lembrava vividamente da vez em que perseguiu vários assassinos, vestidos com mantos, em The Angelic. Um deles havia tomado posse de um dos Olhos de Largo, mas antes que pudesse recuperá-lo, foi sufocado por um forte aroma de lavanda, paralisando seus sentidos. Depois disso, ele só conseguiu se lembrar do Olho, incapaz de lembrar a aparência de seu inimigo.

No entanto, o que ele pensava ser humano foi quebrado em pedaços de metal pelas presas afiadas do dragão. Kyle pensou que era impossível salvar o outro Olho, mas vendo sua situação agora, o Olho desaparecido estava de fato intacto.

Seus pensamentos evocaram uma especulação: a "forma real" da réplica estava a bordo do The Angelic naquela época. Mas quem foi? Até que ponto era verdade que Adrian Rossinell partiu para Central Edman para restaurar a ferrovia danificada?

Kyle apertou ainda mais o revólver; certamente, ele obteria informações dos assassinos. Seus pensamentos rapidamente se voltaram para outras coisas mais importantes. Noah tem que almoçar.

"Eles estão aqui", Muell cutucou o ombro de Kyle com entusiasmo.

Do canto do beco havia cinco sombras. O primeiro dos assassinos saltou no ar, com a arma em punho. Ele riu enquanto apontava seu revólver e apontava para eles. Sua mente só pensava em uma coisa: cuidar dessa bagunça e voltar para Noah.

"Que bom que você se juntou a mim. Talvez seus amiguinhos também queiram se juntar a mim." Ele disse enquanto puxava o gatilho, o primeiro tiro disparado.

***

Harrell era uma aldeia muito mais tranquila do que Noah pensava. Mas só porque estava quieto, não significava que era seguro.

Cada rosto por quem ela passava estava coberto de sujeira e sujeira, seus olhos cheios de exaustão. Suas roupas eram mais surradas do que as dos que viviam nas cidades, consistindo principalmente de remendos costurados em calças e camisas rasgadas.

Os edifícios de ambos os lados da estrada estavam em estado semelhante de degradação. Cortinas gastas, janelas quebradas e mal reparadas, portas que rangem, cercas pretas e podres... Estava claro que algo estava acontecendo na aldeia.

Alguns meninos estavam chutando uma bola na estrada. Nenhum deles parecia ter energia para chutar a bola, muito menos para jogar.

"O Império realmente não se importa com aqueles que estão fora das cidades..." Noah disse para si mesma enquanto serpenteava entre os civis que vagavam sem rumo. Todos estavam olhando para ela, assim como para suas roupas limpas e intactas.

Noah puxou o capuz de sua capa e saiu correndo da área, tentando encontrar um lugar para se esconder por um tempo. Uma bifurcação de três pontas apareceu na estrada, fazendo-a se perguntar há quanto tempo estava andando. Uma placa antiga estava aparecendo no meio.

Era difícil ler tudo nele, já que o desgaste havia cobrado seu preço. Ela mal conseguia interpretar as letras.

"Leste, Escola Harrell. Norte, gabinete distrital e forças de segurança. Oeste, hotel. Portanto, existem forças de segurança. Esse pode ser o melhor lugar para começar a descobrir o que está acontecendo aqui."

É preocupante que a estrada que leva ao norte esteja mais deserta do que as que levam ao leste e ao oeste. Mesmo assim, ela seguiu em frente, sempre atenta a qualquer sinal de perigo. Os prédios na entrada ainda pareciam habitáveis, mas quanto mais ela caminhava, mais os prédios eram destruídos e abandonados. Nem uma única pessoa estava por perto.

I Raised a Black DragonOnde as histórias ganham vida. Descobre agora