Capítulo 172 O corpo de Noah

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[Dragões cruzam a ponte através de impressões com humanos. Você, o proprietário, deve ter um meio conectando este lugar e o lugar onde você morou originalmente.]

"Existe um meio... Esse romance de baixa qualidade."

[Deve ter alguma magia nisso. É uma probabilidade baixa, mas não é impossível. A passagem só será aberta quando você encontrar a porta do seu mundo ao qual ela se conecta. As outras portas não abrem.]

Noah olhou em volta, suas emoções bastante obscuras. Centenas de milhões de caminhos no espaço profundo, semelhantes a esferas brancas, flutuavam diante dela. Lá, ela poderia encontrar a passagem que a levaria ao seu mundo.

"O corpo de Noah. O corpo de Noah.

Ao contrário dela, que estava exausta antes mesmo do início da busca, Muell corria rapidamente de um lugar para outro. Uma esfera brilhante atingiu seu pé, fazendo o jovem dragão cambalear. Muell então se levantou e voltou para o lado de Noah novamente. "Noah tem que vir conosco!" Ele agarrou a bainha das roupas de Noah com força e puxou-a. As fadas também a empurraram suavemente.

Basta caminhar até onde seus pés alcançam. O médium irá atraí-lo. Noah se tranquilizou enquanto Muell a conduzia ao longo do espaço desconhecido repleto de portas para mundos diferentes, que brilhavam como estrelas. As fadas douradas pairavam acima dela.

"Eu me pergunto sobre o mundo de Noah. Acho que é um lugar cheio de gente legal como Noah." Os olhos do pequeno encrenqueiro brilhavam de curiosidade enquanto ele falava. Mas Noah corrigiu sua suposição inocente. "Não existe um mundo cheio de pessoas boas. Além do mais, onde eu morava era um mundo sem esperança, cheio de todo tipo de injustiça."

O menino inclinou a cabeça e olhou para ela: "Noah deve ter odiado."

"Eu não gostei. Bem... acho que nunca odiei isso porque simplesmente vivi minha vida como ela era.

"...Mas é exatamente assim que a expressão de Noah se parece."

"O olhar?"

"Esse olhar irritado em seu rosto."

Noah caiu na gargalhada com suas palavras. Então, ela puxou Muell para um abraço, respondendo-lhe levemente. "Não sei o que você pensa de mim, mas fui um epítome de sinceridade. Quando eu estava no ensino médio, completei meus créditos, quando era estudante universitário, consegui muitas recompensas. Quando trabalhei, meu desempenho foi excelente. Durante toda a minha vida, corri sem respirar."

"Hum..."

"Não faça essa cara de descrença. Você vai se machucar.

Embora Noah não tivesse vivido o suficiente para perceber a verdade absoluta da vida, ainda era seu orgulho ter vivido sua vida de uma forma que atendesse às suas expectativas. Ela não tinha um objetivo explícito, mas era do tipo que corria em frente. Park Noah odiava ser deixado para trás; ela adorava ser reconhecida e adorada. Mas custou-lhe ser mãe e submissa, incapaz de expressar os seus sentimentos e aceitar tudo o que não era necessário. Em outras palavras, ela era o modelo de uma tarefa simples.

No final, ao olhar para seu corpo sem vida esparramado no chão de seu quarto miserável, ela se arrependeu. Por que ela viveria uma vida tão desesperada, agradando constantemente aos outros, quando nem uma única alma a procurava em meio ao fogo?

Porém, agora, Noah não estava mais sedento pelo reconhecimento de outras pessoas, o que a atraiu no passado. Ela não podia nem se dar ao luxo de refletir sobre seus arrependimentos sem sentido.

Ela não queria pensar sobre isso. A infância, os dias de escola e de trabalho de Park Noah - nada disso. Nem era seu desejo voltar. Aquele que ela procurava não era o mundo em que viveu, mas o seu corpo. Só isso.

Ela limpou a mente de lembranças desagradáveis e mudou de assunto. "E você, então? O mundo onde estão seus irmãos. Você não quer voltar?

"Não sei como é esse lugar." Uma resposta alegre saiu dos lábios da criança. Ele continuou brilhantemente: "O mundo para o qual abri meus olhos pela primeira vez é de onde acabei de sair. Onde conheci Noah.

"...Você tem sido tão cego comigo que às vezes é estranho. O que eu fiz por você?

Park Noah nunca teve um animal de estimação, mas não era porque ela não queria. Ela era uma pessoa solitária desde a juventude. Embora ela tenha aprendido a engolir a solidão à medida que envelhecia, às vezes ela ficava desesperada pelo calor de alguém.

Como não tinha condições de conhecer pessoas, ela pensou em trazer animais, mas acabou desistindo, frustrada por problemas realistas. Possuir um animal de estimação não custaria apenas um centavo ou dois centavos. Para o pobre Park Noah, a Coreia do século XXI era um mundo imundo onde só o dinheiro poderia aliviar a solidão.

Mas o dragão que por acaso foi criado em um mundo diferente...

"Você não se importa que tipo de pessoa eu sou?"

"Eu não."

As palavras da criança tocaram seu coração.

I Raised a Black DragonWhere stories live. Discover now