━━━━ epilogue

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O horizonte montanhoso da cidade de Ellijay tinha se tornado um paraíso pessoal para Natasha

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O horizonte montanhoso da cidade de Ellijay tinha se tornado um paraíso pessoal para Natasha. Ela poderia passar horas na varanda que nunca se cansaria, acompanhada por um livro ou por uma manta de lã, observando a linha onde o céu azul se transformava em tons de laranja, unindo-se com o tapete esverdeado das copas das árvores.

Então, naquele momento, especialmente para ela, estava sendo difícil se despedir daquele lugar.

As últimas semanas tinham sido particularmente eufóricas, e conforme os últimos acontecimentos, incluindo mentiras, um enterro falso e saúde mental abalada, as coisas estiveram andando parcialmente nos trilhos.

Natasha aproveitou para se aproximar novamente de Steve. Não que ele estivesse a repelindo, mas ela percebia algumas ações involuntárias, como se ele quisesse confirmar que ela ainda estava por ali; a mão buscando por ela na cama durante a madrugada, a euforia todas as vezes que ele voltava para casa após algumas horas no centro, os beijos ferventes quando eles faziam amor... Tudo estava mais intenso, ela sentia isso em sua pele.

Para Olívia, tudo parecia como uma excursão fora de época, ainda que alguns pesadelos a fizessem compartilhar a cama com a mãe durante a madrugada. Ou buscar por Steve, já que ele sempre se oferecia em fazer chocolate quente como se fosse a solução perfeita para despistar "monstros".

De certa forma, Natasha se acostumou com a domesticidade que criou naquela casa, uma vida completamente diferente da qual viveu nos últimos meses. Poder desfrutar de refeições a mesa, filmes até tarde da noite, passeios em trilhas e até mesmo noites de vinhos diante da lareira... Por mais simples que fossem, parecia ser algo impossível quando ela pensava naquilo a um tempo atrás.

Dentro das paredes daquela casa, ela entendeu que nada mais importava em sua vida além de Olívia e Steve. Esse era o único motivo para ela aceitar uma nova mudança.

Natasha respirou fundo ao alcançar a balaustrada da varanda que circundava a casa, numa tentativa frustada de fazer o seu corpo guardar parte do ar que preenchia os seus pulmões. De alguma maneira inexplicável, ela se sentia mais leve ali e tinha receio de perder aquela paz em seu novo "local seguro".

Mas logo esses pensamentos se dissiparam quando uma mão calejada encontrou a sua.

— As malas estão prontas — Steve murmurou em seu ouvido, o hálito quente a fazendo estremecer.

— Ok... — ela devolveu no mesmo tom, descansando a nuca contra a clavícula de Steve enquanto ele a agarrava pelos quadris.

— Vou sentir falta daqui — ele admitiu, os olhos no horizonte.

— Eu também.

— Quando eu escolhi essa casa, eu não imaginei que eu seria tão feliz.

Natasha sorriu, uma meia lua esticando os seus lábios, ainda que houvesse certa melancolia em sua feição.

RUN with ME | romanogersWhere stories live. Discover now