𝟐𝟓. Uma pequena ajuda

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O clima ameno abraçava a sala de estar; as labaredas do fogo na lareira criando sombras dançantes no tapete felpudo de lã que cobria parte do piso amadeirado e aquecendo as batidas do coração de Natasha enquanto ela assistia a sua filha do outro l...

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O clima ameno abraçava a sala de estar; as labaredas do fogo na lareira criando sombras dançantes no tapete felpudo de lã que cobria parte do piso amadeirado e aquecendo as batidas do coração de Natasha enquanto ela assistia a sua filha do outro lado da extremidade; as mãozinhas infantis trabalhando nos fios escuros e compridos de Bucky a contra gosto do mesmo.

Uma carranca desagradável denunciava que ele estava odiando aquele momento. Não por haver alguém tocando o seu cabelo – ele realmente não dava a mínima para isso, uma prova era o seu desleixo com a tesoura –, mas pela falta de gentileza no penteado desproporcional. Por mais que Olívia fosse uma garota de apenas sete anos, ela era tão bruta quanto o coice de uma mula. A cada movimento que Bucky fazia, uma mecha era puxada propositalmente, gerando risos anasalados em Yelena, que observava toda a cena da poltrona, revezando o olhar entre o tablet em suas mãos.

Ver Bucky sofrendo parecia ser um bom entretenimento.

As tranças desgrenhadas se formavam gradativamente no couro cabeludo de Barnes, sendo presas com pequenos elásticos coloridos – a maioria rasgadas pela pressão. Os gemidos de frustração eram constantes, quase inaudíveis, mas Natasha não ousou interromper a atividade da filha. O sorriso que se expandia em Olívia era o suficiente para que aquilo durasse mais do que o seu amigo pudesse suportar.

— Está ficando ótimo, Bucky... — Natasha o zombou, recebendo o dedo do meio em troca. Antes que Olívia visse o gesto obsceno, Yelena confrontou a mão dele com uma almofada.

— Gostou, mamãe? O tio Bucky vai ficar bem fashion — Ollie sorriu, contente por ter alguém com quem se distrair.

— Tenho certeza que vai, pirralha — Yelena sorriu ladino, os olhos presos na pequena tela digital diante dela.

— Eu quero saber quem vai me pagar por essa humilhação.

— Provavelmente ninguém — Yelena o retrucou com desdém — Queria muito ter uma câmera aqui.

— Pra eu enfiar no seu...

— Acho melhor você pensar duas vezes antes de falar algo, James Barnes — Natasha o interrompeu antes que uma expressão terrível fosse dita em voz alta, fazendo o homem rolar os olhos — Você já tem ensinado muita coisa ruim a Olivia.

— Não tenho culpa se ela é um papagaio ambulante.

— Eu não sou um papagaio ambulante — Olívia se defendeu, puxando o cabelo do Bucky que praguejou em resposta.

— Jesus! — com a mão massageando a lateral do pescoço, ele reclamou.

— Eu amo essa menina... — comentou Yelena, um riso frouxo entre os dentes.

— Ollie, acho que já está bom — na tentativa de livrar Bucky de mais alguns minutos de tortura, Natasha resolveu interromper aquela "brincadeira".

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