RUN with ME | romanogers

𝟔. Invasão

A semana passou exatamente como Steven planejou e para melhorar ainda mais o seu humor, não houve nada suspeito além do ocorrido com os freios do carro de Natalie.

Precisou adaptar sua nova rotina para incluir suas "vizinhas", graças ao "incidente" que causou. Pela manhã bem cedo, ele deixava Olívia na escola e Natalie no hospital, respectivamente, e saía do seu posto de vigia no estacionamento do Seattle Grace apenas no início da noite, quando a médica retornava de táxi para casa nos dias que não tinha plantão.

Com a noite fria preenchendo a cidade, Steve certificou, através das escutas, que Nat e sua filha estavam jantando, ambas aparentemente bem no apartamento. Ele não poderia vigiá-las nas próximas horas, então desejou que aquela tranquilidade permanecesse até o fim de sua missão.

O agente armou a mochila nas costas e foi a pé para o apartamento de Bucky do outro lado da rua, onde um laboratório tecnológico tinha sido montado pelo especialista. Três telas de computador brilhavam diante dos seus olhos, uma delas com as imagens das câmeras que espalhou por todo o prédio, além de diversas fichas da CIA sobre a mesa.

Tinha muito a fazer com os dados coletados pelo parceiro, no entanto não eram suficientes para deixá-lo totalmente focado. A preocupação em se ausentar por algumas horas dominava seus pensamentos com uma frequência que se tornou razoavelmente estranha.

Por mais que quisesse negar, no fundo, Steve sabia que parte daquela insegurança era culpa de Natalie. Ele confiava arduamente em Bucky para ser seus olhos e ouvidos, mas Rogers se sentia responsável pela integridade da filha e neta do candidato a presidente, muito mais do que deveria sentir.

Os últimos dias tinham sido uma prova de resistência.

— Tudo parece normal — Bucky anunciou, após checar o telescópio posicionado na janela — Aparentemente estão tentando convencer a Olívia a comer brócolis.

— Ela odeia brócolis — Steve sorriu, digitando alguns comandos no tablet.

— E você sabe demais — rolou os olhos, sem pretensão de debater. Bucky conseguia ser insuportável quando queria — Quando isso tudo começou?

— O que começou?

— Essa afeição pela Natasha e a Olívia...

— Precisei estudá-las, não é?

— E a lista de verduras e legumes que a menina não gosta também estava na ficha?

— Não enche, Barnes — disse, sem tirar os olhos da tela de poucas polegadas.

— Está tentando conquistar a filha para depois conquistar a mãe? — Bucky zombou, sentando ao lado do amigo no sofá.

— Até quando vai continuar com isso? — Steve questionou, enquanto encarava o amigo sobre o ombro — Não tenho nada com a Natalie. Nem posso ter.