CORRA COMIGO | ROMANOGERS
Ex-capitão do 107º Regimento de Infantaria, Steven Rogers segue uma rotina pacata na CIA até que uma ligação muda totalmente a sua vida. Designado à proteger a filha do candidato a presidente do país, ele se vê perdido quan...
ATENÇÃO: Esse capítulo terá menções parciais e descritivas sobre crises de pânico. Usarei esse sinal '⚠️' para alertar o início e o fim do momento na leitura.
Para quem se sentir incomodado ou refletir como um gatilho, por favor, não se aflijam. Venho antecipadamente pedir desculpas caso isso aconteça. Se acharem melhor, pulem o momento.
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A insônia tinha se tornado a melhor amiga de Natasha, mantendo-a acordada por irrisórias horas enquanto todos na casa dormiam em seus respectivos quartos. A cozinha, que antes era o seu refúgio, foi substituída pelo sótão, um cômodo improvisado com paredes revestidas por espelhos, equipamentos de musculação e um pequeno tatame.
Havia descoberto aquele local por acaso, após encontrar Steve e Bucky treinando alguns golpes corporais durante uma tarde, após notar a casa silenciosa demais para o horário. Da escada retrátil, ela assistiu a luta durante alguns minutos, apreciando a agilidade dos dois homens em cada movimento.
Aquilo acabou se tornando incentivador. Foi quando Natasha decidiu que não esperaria nenhuma iniciativa do grupo em incluí-la na missão, ou ao menos instruí-la para não ser apenas uma vítima de peso. Por conta própria, ela resolveu voltar à forma, ainda que poucos dias não fossem o suficiente para trazer os seus dias de glória na época do exército.
Então, após se certificar de que Olívia ainda estava embalada em um sono profundo, Natasha sorrateiramente fugia das cobertas e se arrastava para a escada do sótão, suando pelas próximas horas até que os primeiros raios do sol surgissem no horizonte da Noruega.
Ainda que ela soubesse que todos tinham ciência da sua nova rotina, ninguém se atreveu a comentar algo relacionado quando não encontraram sequer uma xícara de café pronta na cozinha nas próximas manhãs. Nem mesmo Bucky, que tinha se tornado uma pessoa próxima a ela nos últimos dias e era um tagarela ambulante, mencionou ter notado os seus novos "afazeres".
E mesmo que Natasha não fosse o principal assunto entre inúmeros outros que fingia não ouvir durante as refeições – a maioria delas relacionada a missão –, ela sentia que Steve a sondava. Olhos minuciosos durante o almoço, perguntas silenciosas roçando na ponta da sua língua ao longo do jantar, e apesar dela arriscar participar de alguns desses diálogos, nenhum dos dois se ousou a interromper o silêncio tortuoso que os distanciava.
Steve ainda não concordava em incluía-la como estratégia, mas Natasha compreendia aquele ato como uma maneira de mantê-la distante, por mais que no fundo, soubesse que tudo o que faziam naquele chalé era para a sua segurança – e de Olívia. No entanto, para ela, era mais fácil buscar uma maneira de sustentar o clima árduo entre eles ao invés de aceitar todos os sentimentos que ele a provocava sem perceber.
